Primórdios do rock nacional
Publicada em 13, Feb, 2012 por Marcia Janini
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A banda brasiliense Capital Inicial, uma das maiores expoentes do rock nacional, em mais um show da aclamada turnê “Das Kapital” do dia 11 de fevereiro, com início às 22h20 no Credicard Hall, realiza um retrospecto de sua carreira, executando seus maiores sucessos, canções do novo álbum e, especialmente, covers de algumas bandas que em algum momento de sua trajetória surgiram como inspiração ao seu trabalho, para um público de 6 mil pessoas.
Já na abertura, uma homenagem ao movimento grunge com “Smells Like Teen Spirit”(Nirvana), seguida por “Como Se Sente”, de letra reflexiva, na cadência do moderno hardcore, traduzindo suaves movimentos extraídos do pop eletro no refrão contagiante.
A clássica “Independência” é executada com suave variação aos arranjos originais, onde reforço de graves e teclados sobressaem, determinando dinâmica e andamento mais vigorosos.
“Quatro Vezes Você” alia à letra ácida e irreverente belos riffs de guitarra em junção com a ágil condução da bateria nas conversões ao refrão, numa canção bem construída, de letra inusitada e melodia fluida, apesar de sua intrincada construção.
Um dos grandes destaques da noite, a canção “Depois da Meia Noite” empresta à letra toda a energia da crítica social expressa de maneira a provocar no ouvinte a reflexão, indicando já a partir daí o movimento de retorno à temáticas e sonoridades adotadas pela banda no início de sua carreira. Na melodia a dinâmica de tonalidade densa, com bateria cadenciada e guitarras em dub, traduz peso e gravidade à letra.
“Como Devia Estar” expressa em meio à sonoridade voltada para o blues de guitarras distorcidas e bateria cadenciada, belo acento no andamento e suave variação dinâmica no refrão, numa excelente melodia e letra bem construída.
Realizando a gravação para o DVD da turnê, “Vamos Comemorar” traz canção de melodia e letra suaves, adentrando em gradação de andamento e cadência apenas no refrão, vigoroso com tendências próximas ao classic metal. Num presente para seu público, várias bolas pretas com o logotipo da turnê são arremessadas das gambiarras, num momento de total descontração e sinergia com os presentes, ressaltando o ar festivo da apresentação.
A linda balada “Não Olhe Para Trás”, já inicia maravilhosamente embalada pelo violão de aço, em suaves acordes na introdução. O teclado, magistralmente colocado em doces notas realiza interessante contraponto à bateria ágil, em peso e densidade, complementados pela linha de baixo com preponderante participação na dinâmica da melodia, determinando ligeiro acento grave.
Remontando ao movimento punk, o cover preciso de “Should I Stay, Or Should I Go”, clássico da banda The Clash, levanta e auxilia ainda mais na composição de toda uma atmosfera festiva no show, por meio das rodas de “pogo” promovidas pelo público, ávido por diversão…
Outra canção que homenageia o ska/punk escrachado e irreverente surge no cover de “Mulher de Fases”, dos Raimundos, em mais um momento de intensa descontração e participação do público.
Totalmente à vontade diante de seu público, o vocalista Dinho Ouro Preto com seu costumeiro carisma, mantém durante toda a apresentação o clima de informalidade, alegria e energia, em perfeita comunicação palco/platéia, num fascinante furor que representou, com grande propriedade, a enorme presença cênica e talento deste artista e de sua banda, sempre trazendo importantes inovações, abrindo-se à audaciosas fusões entre estilos musicais, adequando sempre suas formas de fazer e pensar música tornando-as, dessa forma, atemporais.
Além das canções acima, a banda interpretou ainda os maiores sucessos da carreira, como “Natasha”, “Primeiros Erros”, “Fogo”, “Música Urbana”, “Fátima”, “Veraneio Vascaína”, “O Mundo”, “Que País é Esse?”, “À Sua Maneira”, e interativamente escolhida por meio de votação pelo público para prenunciar o bis, a linda “Passageiro”.
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