The Brian Jonestown Massacre em São Paulo
Publicada em 02, Dec, 2025 por Marcia Janini
Na noite da última sexta-feira, dia 28 de novembro, o The Brian Jonestown Massacre realizou show de sua turnê sulamericana no Espaço Usine, localizado na Barra Funda, zona oeste da capital.
Por volta das 19h15, a noite têm início com a abertura do trio paulistano Ema Stoned, formado por Ale Duarte na guitarra, Elke Lamers no baixo e Theo Charbel na bateria, que traz para seu rock experimental a forte influência do psicodelismo e do progressive rock fundidos com ritmos brasileiros como o nordestino baião, em canções como "Muito Além", "Sete Quedas", "Fumacinha" e "Spirulina" onde o virtuosismo instrumental e o intenso diálogo entre guitarra, baixo e bateria determinam o mote e ditam a tônica da apresentação. Deliciosamente dissonante!
Na sequência, trazendo o rock nacional dos anos 70, com aquela pitada charmosa de música popular, Odair José revela outro lado de sua persona artística.
Subindo ao palco ao som de "Dia 16", seguido pela crítica "Carne Crua", uma canção que traz o baixo blueseiro em dub step e bateria cadenciada, emoldurando o refrão e apoiando o vocal firme de Odair José, permeado pela guitarra em riffs poderosos, surge um bom momento do show.
Relembrando sua carreira na música popular, a ácida balada "O Casamento" traz o acento do rockabilly nos teclados, que permeiam com graça a melodia, em diálogo com as guitarras melódica e rítmica, em dedilhados complexos. Cadenciada, a bateria se une ao baixo no contraponto.
Na sequência, após a execução do grande hit "A Noite Mais Linda do Mundo", continua a sequência de canções ultra românticas e populares como "Perdi o Medo" e "Eu Vou Tirar Você Desse Lugar". Inusitado!
Apresentando "DNA", uma canção de sua safra mais recente, na cadência do classic rock, as guitarras apontam riffs altos em dedilhados intensos que se aliam à bateria de condução ágil e precisas conversões.
Para a grooveira "Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha" o potente baixo em doom apoia a cadência da bateria e os teclados standard surgem trazendo o toque clássico, para mais um momento diferenciado da apresentação, seguida por "O Sonho Terminou".
Mais um groove dançante, com acento na disco music 70's "Nunca Mais" traduz à noite reminiscências de tardia rebeldia, muito bem exploradas pela letra e pelo forte instrumental, onde o baixo em doom surge em correspondência ao teclado. Na bateria, afretando na finalização, surge mais um bom diferencial.
Após a roqueira "Que Loucura", um dos cantores ícones do movimento de música popular se despede do palco com a execução do grande hit "Cadê Você", fortemente ovacionado pelo público.
Subindo ao palco por volta das 21h35, o The Brian Jonestown Massacre inicia sua apresentação ao som de "Whoever You Are", uma balada na cadência ralentada do indie com influências no folk e soft rock. Cadenciada, a bateria se abre em breaks estratégicos, apoiando o refrão. Delicado, o vocal de Anton Newcombe irrompe permeado pelos acordes solapados do violão, que dialoga com o teclado, de doces acordes.
Em "Vacuum Boots", uma canção que traz o cadenciado firme da bateria na junção com a percussão de pandeiro e guitarras em riffs de acordes repletos de cromatismos, surge o apoio à força do refrão em importante performance do front man.
Para a indie "Do Rainbows Have Ends", trazendo o movimento pendular do pandeiro marcando a pulsação na introdução, a melodia ascende para a bateria em cadenciado constante, que se alia com precisão ao dedilhado da guitarra. No fraseado vocal, explorado em tons graves por Newcombe, surge mais um bom momento da apresentação.
Apresentando aura levemente festiva "#1 Lucky Kitty" chega trazendo no forte instrumental os cernes de uma canção pautada na sonoridade indie, com elementos punk e urban, onde ao cadenciado constante da bateria se alia o teclado, em correspondência à guitarra levemente distorcida de afinação alta. Ralentado, o fraseado vocal contrasta com a melodia. Bom momento do show!
Com introdução suave, onde a guitarra emoldura com delicadeza o vocal sensível de Anton Newcombe, "Fudge" cresce em vertiginosa variação dinâmica, mantendo charmoso ralentado, determinado pela bateria em conversões precisas e riffs ágeis das guitarras em glissandos e rascantes, denotando densidade à melodia. Great!
Após a execução do sucesso "That Girl Suicide" surge a linda balada "Days, Weeks and Moths" apresentando no charmoso vocal de Newcombe comedido desalento, acompanhado pelo instrumental grave, cadenciado, de andamento lento e reforço de bass, trazendo maior densidade à melodia.
Com suaves influências no folk bem determinadas pelos solapados intensos do violão "Don't Let Me Get in Your Way" chega traduzindo mais um bom momento na apresentação. Em firme sincopado a bateria apoia o vocal ralentado e cavo de Anton. No contraponto, o baixo em dub step auxilia na manutenção do andamento e na tonalidade grave da melodia, em movimentos cíclicos. Bom momento do show!
Em "When Jokers Attack" uma canção dinâmica na cadência do classic rock traz a marcante interpretação de seu front man, explorando fraseado vocal ágil. Aliada à bateria de andamento ligeiro, violão e guitarra crescem em intensidade nos cromatismos e glissandos, acompanhados pelo baixo denso em doom. Great!
Além desses sucessos, canções como "Anemone", "Servo" e "Super-Sonic" constaram do setlist da apresentação.
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