Peso e fúria do trash e heavy metal
Publicada em 27, Feb, 2012 por Marcia Janini
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Após alguns anos sem realizar shows no Brasil difundindo a força metal brasileira em outros países, a banda Soulfly que tem como frontman Max Cavalera (ex-Sepultura), realizou apresentação no Via Marquês, recém inaugurada casa de espetáculos na capital paulista, para um público de aproximadamente 2 mil pessoas.
Abrindo a apresentação, os presentes foram agraciados com shows de abertura da Skin Culture e da legendária Korzus, banda emblemática do movimento head banger, de grande influência no circuito underground nos anos 80.
O Skin Culture realizou apresentação precisa e madura, cativando a plateia, dosando carisma e boa comunicação com o público em inspiradas reverências à principal atração da noite, o que traduziu-se em canções super pesadas, na cadência do trash. Nota para a bela participação do guitarrista rítmico nos backing vocals, de timbre vocal agudo e suave, denotando perfeito contraponto entre o poderoso e gutural vocal principal e suas inserções em conversões pós-refrão.
Na sequência, Korzus sobe ao palco trazendo toda a criatividade, ousadia e irreverência que os consagrou no decorrer dos anos como uma das boas bandas nacionais do segmento, com canções fortes, executadas com perícia e apresentando em seu repertório composições fundamentadas tanto no trash quanto no heavy metal, numa apresentação linear e bem realizada.
Finalizando as apresentações da noite, Soulfly inicia seu show ao som de “Rise of the Fallen”, com introdução densa, explorando influências no classic metal, onde guitarras e baixo realizam acordes em consonância, simulando um perfeito diálogo. Breaks estratégicos, interrompendo a dinâmica, permitem a interação do público.
“Prophecy” apresenta em sua melodia forte variadas influências nas vertentes do metal rock, passando do trash e death até o heavy. A excelente e frenética finalização demonstra o talento e versatilidade de Jack Cavalera, filho de Max na exímia condução da bateria… Impactante!
Inserindo sonoridades tipicamente brasileiras, como a introdução em berimbaus de capoeira, “Primitive” traz à arrojada melodia belas variações em andamento e cadência, trazendo dinâmica diferenciada, uma das marcas registradas da genialidade brasileira ao estilo, num dos bons momentos do show.
Revelando estrutura melódica cíclica “Seek n´Strike” segue a cadência do heavy metal, trazendo pausas estratégicas, que ressaltaram a força da letra expressa no refrão, em uma excelente canção... nota para os belíssimos riffs de guitarra na finalização, em acordes vigorosos e urgentes…
“Troops of Doom” (Sepultura) trouxe ao público uma grata surpresa, a presença de Igor Cavalera, dividindo os vocais com Max, em um dos momentos mais intensos da apresentação, com forte e maciça participação da plateia, numa sinergia total…
Além destas canções, fizeram parte do repertório do show várias canções de sucesso do Soulfly e também do Sepultura, como “Territory”, “Porrada”, “Bring It”, “Attitude” e “Revengeance”, além de “Roots Blood Roots”, clássico do Sepultura reservado para o momento do bis.
Muito ao contrário de alguns comentários sobre a suposta paralisia facial sofrida por Max recentemente, que poderia ser fator de uma apresentação sofrível ou até substituição do vocalista para os próximos shows da turnê, este apresentou-se em excelente forma física e vocal, para delírio de seus fãs, que curtiram seu ídolo em inspiradas e intensas interpretações.
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