Bruno Sutter Executa 50 Anos de Iron Maiden
Publicada em 14, Dec, 2025 por Marcia Janini
Na noite da última sexta-feira, 12 de dezembro, o Carioca Club em São Paulo recebeu show tributo ao Iron Maiden, em projeto idealizado por Bruno Sutter, mais conhecido como band leader da satírica banda Massacration.
Abrindo a apresentação, a banda paulistana Santa Cora sobe ao palco por volta das 20h00, trazendo interessante trabalho autoral na cadência do hard/ heavy.
"Secret of the Pine Forest" traz a força do metal em aberto flerte com o rock progressivo e com o melodic metal, na delicadeza do vocal feminino de Carol Corteze.
Trazendo aliterações na bateria cadenciada em diminuendos aliado ao potente baixo em doom de Desirée Nobrega no contraponto, que apoia a manutenção do alquebrado andamento, "Parallel Universe" traz riffs em glissandos da guitarra nas pontes, dialogando com os soturnos acordes do teclado de César Bolfarini.
Trazendo instrumental mais pesado, explorando boa dinâmica de som, a criativa bateria de Yago Cefaly chega trazendo conversões precisas em "Colorful Clouds", ascendendo em poderosas progressões, aliando-se ao baixo em dub step. Trazendo inspiração clássica e o acento delicado do melodic metal, em solfejos e vocalizes, a front woman Carol Corteze esbanja charme e carisma, explorando notas altas e de mediana complexidade. Bom momento do show!
Para a próxima canção "The Way Back Home", o andamento frenético desenvolvido pela bateria na introdução abre espaço para a firme condução do instrumental, repleto de boas variações dinâmicas. Aliando-se ao peso da bateria, a guitarra de João Michelin explode em ágeis rascantes, permeados com propriedade pelo sintetizador, que traz acordes de notas em suspensão, traduzindo aura tétrica à melodia. Cânone no refrão entre Carol Corteze e César Bolfarini auxiliam na manutenção da aura de mistério. Bom momento do show!
Trazendo esparsos acentos da sonoridade mediterrânea determinados pelos sintetizadores e pelos cromatismos da guitarra, surge o firme vocal de Carol Corteze para "Ancient Road" trazendo vigor na execução da letra, em mais um bom momento de sua performance individual.
Em inspirado dueto para a descontraída "Abismo" que flerta suavemente com o pop rock, vocal e teclado surgem permeados pelo forte instrumental da bateria. Na porção mediana, a guitarra de João Michelin em rascantes vigorosos dialoga com o baixo, aliando-se aos teclados, em uma composição robusta e bem construída.
Trazendo cover de "The Phantom of the Opera" (Andrew Lloyd Webber), em uma roupagem mais próxima à do melodic metal, anteriormente realizada pela banda Nightwish, surge em inspirada releitura, onde o instrumental brilha e faz deste um momento intenso e diferenciado da apresentação.
"Vertex" surge em uma melodia fluida e descontraída, na cadência jovial do pop rock, onde a guitarra em dedilhados suaves contrasta com o peso da bateria de Yago Cefaly, ascendendo e evoluindo em dinâmica no refrão.
Já na intro, "Contrasts" traz o intenso diálogo entre a guitarra rascante de João Michelin e o baixo em doom de Desirée Nobrega no andamento cadenciado e pulsante da melodia, auxiliando a bateria na manutenção do andamento ligeiramente ralentado da melodia. Carregando a jovialidade e o vigor do pop, o vocal chega trazendo certa leveza em modulações simples, porém de grande efeito estético nas finalizações, marcando o bom término da apresentação da banda.
Após introdução grandiosa com a cinematográfica canção tema do clássico Blade Runner (Vangelis), Bruno Sutter e banda sobem ao palco para a execução de "Caught Somewhere in Time" por volta das 21h30.
Para "2 Minutes to Midnight" o vocal imponente e bem colocado de Sutter reina absoluto em modulações precisas, emolduradas pelo potente instrumental, onde os breaks estratégicis na ponte ampliam a força do refrão de maneira marcante para este grande clássico. Guitarras em glissandos e bateria em afretados ligeiros arrematam a belíssima execução.
Na execução de "Man on the Edge" mais uma explosão de dinâmica no vocal poderoso de Sutter, explorando intensos agudos em meio à bateria em dobrados vigorosos. Em glissandos altos as guitarras de Marcelo Alfonsi e Richard Hrdlicka surgem agressivas, permeadas pela intensidade do diálogo entre bateria afretada em conversões perfeitas e baixo no contraponto.
Para o grande hino "The Trooper", grande energia e sinergia palco/ plateia surgem na execução, trazendo os cromatismos das guitarras encadeadas em riffs rápidos na junção à bateria de Leonardo Pasquali em andamento frenético e ao baixo em doom no contraponto. Amazing!
Após homenagear o técnico de som Alexandre Russo, grande nome na história da produção musical do rock nacional, Sutter traz a descontraída "Wrathchild" na fúria da guitarra melódica em riffs altos e intensos cromatismos, em correspondência à guitarra rítmica em violentos rascantes, permeados pela bateria cadenciada e baixo em doom.
O baixista Raphael Caleb traz na introdução de "Killers" o andamento bem marcado pelo baixo em dub step, apoiando a privilegiada performance de Bruno Sutter. Encadeadas, as guitarras surgem em intensidade, trazendo ostinato em meio ao cadenciado firme da bateria, em cirúrgica condução. Bom momento da apresentação!
Trazendo canção da mais recente safra da banda "Stratego" traz as bases pautadas no heavy de linhas clássicas, traduzindo o intenso diálogo entre guitarra melódica e rítmica, além do marcante vocal de Sutter em modulações de intrincada técnica, alternando entre vocalizes e vibratos intensos. Dinâmica, a bateria de Pasquali, cadenciada em crescendo nas conversões ao refrão, traz imponência à composição.
Pesada e repleta de variações dinâmicas, "Revelations" traz esparsos acentos na sonoridade urban do fraseado vocal unido à cadência determinada pelos staccatos da bateria, em suavizado pulsar, contrastando e criando deliciosas dissonâncias com as guitarras de Alfonsi e Hrdilicka em uma canção de estética diferenciada. Amazing!
Para "The Phantom of the Opera", com a participação mais que especial de Alexandre Russo na condução da guitarra rítmica, a melodia brinca com as profundas dissonâncias permeadas por breaks estratégicos, apoiando o fraseado vocal intenso e ensandecido de Bruno Sutter, onde a métrica diferenciada e as intensas variações dinâmicas dão o mote deste importante instante da apresentação. Great!
Trazendo o peso e a gigante dinâmica do forte instrumental de "Flight of Icarus" onde Sutter divertidamente interage com seu público, surge mais um marcante momento da apresentação. Enfurecidas, as guitarras explodem em riffs encadeados, seguidas pela brilhante bateria em cadenciado constante e intensos afretados nas conversões. Contundente, o baixo de Raphael Caleb em doom permeia a melodia com propriedade. Intenso!
Após a execução da icônica balada "Wasting Love" surge a clássica "Wasted Years", com suas guitarras em profundos rascantes na introdução e bateria cadenciada em andamento frenético, apoiando toda a fúria e intensidade do vocal de Sutter, em excelente forma, para um dos mais celebrados momentos da noite. Sensacional!
Além desses sucessos, grandes hits como "The Evil That Men Do", "Bring Your Daughter... To The Slaughter", "Aces High" e "Run to the Hills" constaram do privilegiado setlist que contemplou todas as fases da carreira do Iron Maiden, em uma celebração feliz e surpreendente.
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