Rocks: Primal Scream em São Paulo
Publicada em 12, Nov, 2025 por Marcia Janini
Na noite da última terça-feira, 11 de novembro, o Audio Club em São Paulo recebeu mais um show da turnê do Primal Scream.
Iniciando a apresentação por volta das 21h30, ao som da grooveira "Don't Fight It, Feel It" trazendo elementos do pós-disco e do pop no solapado cheio de cromatismo e swing da guitarra e no baixo malemolente, em uma canção descontraída e dançante, dialogando com os efeitos eletrônicos dos sintetizadores. Cheio de bossa, o vocalista Bobby Gillespie traz personalidade e euforia em seu fraseado vocal ágil e fluido.
De acento do soul na deliciosa cadência desenvolvida pelo diálogo entre bateria cadenciada de Darrin Mooney e baixo em doom, "Love Insurrection" traz ainda o charme das backing vocals, em solfejos e vocalizes precisos, denotando aura de delicada sensualidade à melodia. Despojado o vocal surge em modulações tranquilas, muito bem pontuadas pelo performático front man.
Em "Jailbird" uma roqueira canção pautada na fusion entre elementos de hard rock e jazz, determinado pela fúria das guitarras distorcidas e pelos belos arranjos do sax tenor de Alex White, permeados pelo baixo em tonalidades intensas. Great!
Trazendo a vibração e eloquência do duo de backing vocals introdutório formado por Ladonna Harley-Peters, a canção pop flerta com o indie de "Ready To Go Home" trazendo a diferenciada e moderna bateria em condução e cadência nada óbvias, em diálogo inusitado e propositalmente dissonante com os sintetizadores. No contraponto, o baixo de Simone Butler traz o apoio às conversões da bateria e ao andamento dançante. Bom momento da apresentação!
Com a explosão dinâmica da junção de sintetizadores em dissonâncias e guitarra em riffs de afinação alta, a urgência expressa pela letra surge bem marcada pela arrebatadora e apaixonada performance vocal de Bobby Gillespie em "Deep Dark Waters". Com variações dinâmicas na ponte entre refrão e estrofe, a melodia evolui em toda sua ousada modernidade, trazendo o delicioso toque retrô do instrumental setentista. Amazing!
Em mais uma melodia criativa, de caráter inovadoramente único, o classic rock se alia à pitadas generosas do pop urban para "Medication", uma canção deliciosamente descontraída... O sax tenor permeia o refrão com grande propriedade denotando aura jazzística à composição.
Em uma discotèque moderna, "Innocent Money" traz os preciosos backing vocals permeando com graça a melodia apoiados pelos brilhantes acordes do sax tenor. Consistente, a dançante melodia traz efeitos robóticos nos sintetizadores, baixo grooveiro em doom e bateria cadenciada em conversões precisas. Mais um importante momento do show!
Suave e delicada na introdução, onde o teclado de notas em suspensão de Martin Duffy cria ligeira aura de mistério, a balada "Heal Yourself" traz à apresentação momento de romantismo e leveza na cadência do soul com acentos de r&b e charm. Pretty!
Na sequência, mais uma linda balada "I'm Losing More Than I'll Ever Have" chega trazendo o contraste entre a dinâmica de som e o andamento ralentado, reforçado pelo fraseado vocal de Gillespie. Repleta de intensas variações dinâmicas, a melodia irrompe entre furiosas intervenções da guitarra distorcida de Andrew Innes em alucinantes riffs altos e suaves breaks pontuados pelo baixo em dub step, traduzindo à cadência r&b da canção preciosos acentos jazzísticos. Na finalização, os metais do sax tenor de Alex White brilham com intensidade.
Ousada, a introdução da bateria de alquebrada de Darrin Mooney para "Love Ain't Enough" aponta para uma melodia criativa ... Explorando o cadenciado profundo e constante, difusas e deliciosamente dissonantes inserções das guitarras e do sintetizador trazem o grande charme desta intensa e urgente canção. Inusitada e diferente!
Em marcha frenética, a bateria se alia às rascantes guitarras introdutórias para "The Centre Cannot Hold", mais uma canção que passeia entre estilos diferentes, trazendo o dance eletrônico na junção com o rock de linhas hard, com grande e criativa ousadia.
O sucesso "Loaded" chega trazendo sua divertida fusão entre rock e soul, em mais uma ousada e divertida composição, com ares de moderna jam session, onde o instrumental forte e perfeito traz as incríveis guitarras distorcidas em vigorosos cromatismos na finalização, aliados pela vitalidade dos teclados e metais. Amazing!
Além destas canções hits como "Movin' on Up", "Come Together" e "Rocks" constaram do set list da enérgica apresentação.
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