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The Overview: Steven Wilson em São Paulo

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Publicada em 19, Oct, 2025 por Marcia Janini


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Na noite da sexta-feira, 17 de outubro, um dos grandes nomes da guitarra progressiva Steven Wilson (ex-Porcupine Tree) se apresentou no Tokio Marine Hall, em mais uma apresentação de sua turnê The Overview.

Subindo ao palco pontualmente às 21 horas, ao som de "Objects Outlive Us", uma canção repleta de variações dinâmicas em distintos movimentos, com introdução singela, ascende para o minimalismo dos teclados em acordes suaves, com o belíssimo cânone do coral em crescendo, permeados pela firme e marcante percussão da bateria cadenciada de Craig Blundell. Afretando na conversão e antecedendo o movimento seguinte, a bateria se alia à guitarra com acentos do hard rock em riffs altos de precisos cromatismos. No telão/ ciclorama de fundo, a projeção de imagens oníricas simula um sonho de viagem espacial, amazing! Impactante, o solo de baixo em doom de Tony Levin traduz o peso heavy, em diálogo com a enfurecida guitarra de Randy McStine e a bateria marcante, criativa, em conversões nada óbvias. O movimento seguinte, aborda a linearidade dos teclados de Adam Holzman em diálogo com a bateria em progressão, onde o andamento segue acelerando em intensidade, numa explosão dinâmica, apoiando os vocais de timbre e fraseado diferenciado. Em rascantes, as guitarras enlouquecem na finalização, em meio a glissandos e cromatismos técnicos, ágeis e de grande complexidade. Great! Em uma imponente estrutura em rondó, a melodia termina com os mesmos acordes, traduzindo aura de velado mistério bem conduzida no fraseado vocal suave e etéreo, permeado pelo teclado de notas suspensas. Mais um lindíssimo solo da guitarra de Steven em dedilhados intensos encerra o derradeiro movimento da melodia.

Para "The Overview", canção que intitula a turnê, a introdução traz robóticos elementos extraídos dos sintetizadores, apresentando inusitado diálogo com elementos percussivos que remetem aos tambores orientais como o taikô, em meio à declamação em tom de voz eletrizado. Ousado, o sintetizador traz elementos da sonoridade eletrônica em crescendo, onde a intensidade surge marcada pelo sampler do computador onde nomes de constelações são declamados de forma pausada, quase robótica. Após break estratégico, a canção evolui para seu segundo movimento, onde a letra surge de forma suave, em cadência que flerta com o pop rock, trazendo o cadenciado constante da bateria de Craig Blundell em junção às guitarras marcantes, em solapados. Belo solo do piano de Adam Holzman denota aura standard à melodia, em precisos arranjos, onde a suavidade apoia a beleza dos vocais, em potentes cânones, em uma verdadeira viagem musical. Para o movimento seguinte, mais elementos de rara beleza surgem nos sintetizadores, que se aliam à bateria em aliterações, criando estudadas dissonâncias, em mais um impactante recurso adotado na composição. Amazing! A guitarra em glissandos de Randy McStine surge soberana, explorando riffs altos, que crescem para dedilhados de extrema destreza, tornando frenético o andamento ralentado, em meio a mais samplers e elementos futuristas e espaciais traduzidos pelos sintetizadores. Melodioso, o solo da guitarra de Steven Wilson em tonalidade alta dialoga com o piano de acordes densos na finalização, traduzindo aura introspectiva à composição. Impactante!

Após pausa de cerca de 15 minutos, a segunda parte da apresentação tem início ao som de "King Ghost", uma canção suavemente dançante, que flerta discretamente com o pop.

Em seguida, a dinâmica intensa da bateria cadenciada de "Home Invasion" segue com os teclados de Holzman em metálica tonalidade, surgindo em moderno vaudeville, em meio aos robóticos efeitos dos sintetizadores e à guitarra de acordes altos, tendo o baixo de Tony Levin em dub no contraponto. Trazendo vocal descontraído, Steven traduz deliciosa aura de atualidade à melodia. Nas conversões ao refrão, riffs altos das guitarras de Steven e McStine em distorção denotam o ar heavy à composição, dialogando com a condução da bateria. Na finalização, a intensidade do diálogo entre guitarra rítmica e guitarra melódica surgem como verdadeira aula de condução instrumental.

Carismático e bem humorado, Steven Wilson após realizar momento de interação com seu público, executa o grande hit "Regret #9", uma singela canção pautada na sonoridade do soft rock, com esparsos elementos country e belos arranjos no violão despretensioso, que se funde à guitarra. Em mais um belíssimo momento de sua performance vocal Wilson traduz toda a simplicidade e emoção expressos pela letra, se aliando a seus companheiros de banda para mais um inspiradíssimo e afinado cânone.

Na sequência, dois grandes sucessos da carreira com o Porcupine Tree, a instrumental "Voyage 34 (Phase I)" que traduz reminiscências à automação em seu pesado instrumental, interrompido em alguns instantes por declamação. Sintetizadores em minimal, efeitos robóticos e futuristas espocam em meio às fortes evoluções da bateria, que aliadas ao jazzístico baixo no contraponto e às guitarras em glissandos e riffs intensos, determinam o tom da melodia.

Em "Dislocated Day", mais um momento em que a introdução da bateria de Blundell em andamento ralentado e dinâmica cadenciada apoia o fraseado vocal denso, que remonta suavemente ao indie e ao dark wave em toda sua desalentada urgência. Explodindo em semicolcheias encadeadas, a guitarra de Steven Wilson surge brilhante, repleta de ousada beleza. Inspirada e divertida jam session encerra o brilhante momento da noite.

Após a execução da linda balada "Pariah", onde Steven divide os vocais com Ninet Tayeb cuja voz surge reproduzida em sampler, em uma melodia pautada no melodic metal com precioso acento celta, surge a intensidade de Luminol, na riquíssima fusion entre o rock, o blues, o jazz e sonoridades urban, trazendo frescor e modernidade nu metal para a apresentação com propriedade e carisma. Amazing!

Além destas canções, grandes sucessos como "What Life Brings", "Harmony Corine" e "Vermillioncore" surgem no elaborado setlist, além de "Ancestral" e "The Raven That Refused To Sing", reservadas ao momento do bis.


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