C6 Fest: 2º Dia
Publicada em 02, Jun, 2025 por Marcia Janini
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Na tarde do domingo, 25 de maio, o Parque do Ibirapuera sediou o 2º dia do C6 Fest, dedicado a trazer o que de melhor se produziu em música contemporânea pelo mundo nas últimas décadas.
Atração do palco da Arena Heineken, abrindo as apresentações, a banda ganesa SuperJazzClub traz seu som pautado na fusão entre a black music e ritmos latinos, africanos e o inegável toque do jazz/soul.
Na execução da suave "UNO" traz o apelo e a sensualidade da influência caribenha na cadência malemolente desenvolvida pela melodia, apoiando os belos vocais em alternância de vozes, que exploram tonalidades agudas, criando uma aura de sofisticada suavidade.
Ágil, no andamento do trap, a percussão desenvolve primoroso trabalho em "Cameras" na manutenção da cadência ágil, muito bem pontuada pelos marcantes breaks da bateria.
Trazendo o charm, na introdução, a canção ascende para a fusão entre o merengue caribenho e o fraseado ágil do rap de BiQo, para "MAD" em uma sonoridade deliciosamente dançante e criativa.
Em mais um momento criativo, os carismáticos integrantes da banda interagem com o público para a execução da descontraída "911", traduzindo a marcante influência do kuduro africano na batida vigorosa e cadênciada da bateria. No freaseado vocal, o dialeto africano traz a grande sonoridade da língua, modulada com graça e descontração pelos intérpretes Seyyoh e Øbed, que alternam a entonação natural da língua com o rap. Amazing!
Atração da tenda MetLife, as garotas do The Last Dinner Party sobem ao palco a partir das 17h00, ao som de (?), uma canção suavizada, na cadência do pop rock, trazendo a passional urgência da letra em modulações bem colocadas...
Na sequência, o sucesso (?), com letra entoada em uníssono pelos fãs, apresenta distintos movimentos, alternando entre a melodiosa balada delicada e acentos no country rock da guitarra melódica de Emily Roberts. Em cânone inspirado, as moças alternam suas vozes no refrão, trazendo mais um movimento inusitado e diferenciado na melodia.
Teatrais, utilizam estilizados figurinos, onde demonstram toda a sua delicada irreverência feminina, em performances igualmente inspiradas nesse imaginário.
Explorando tonalidades minimal na estrutura em rondó do teclado de Aurora Nishevci, em lindos dedilhados, as carismáticas instrumentistas/intérpretes trazem mais uma balada suave. Bateria de Casper Miles surge suave no acompanhamento, ascendendo levemente nas conversões ao refrão, para mais um bom momento da apresentação.
Trazendo a delicada aura da new age dos melodiosos vocais de Abigail Morris, aliados ao ostinato do baixo de Georgia Davies em moto contínuo e aos riffs altos e distorcidos da guitarra de Lizzie Mayland, se revela um pouco do enorme talento e versatilidade das intérpretes.
Subindo às 17h30 no palco da Arena Heineken, a cantora Cat Burns chega ao som da fusão entre o ethereal pop e o trap de "live more & love more", em uma canção vigorosa e permeada pelos sintetizadores, em um bom momento da apresentação.
Segunda canção apresentada, na cadência do pop "ghosting" seguida pela suavemente dançante "go"também apresentam bons momentos da apresentação da cantora.
Para a linda e urgente balada "alone" o cadenciado da bateria mantém o andamento ralentado, ao passo que o suave instrumental mantém a aura de suavidade, apoiando o vocal suave porém firme de Cat Burns.
Mais uma canção delicadamebte dançante na fusão do r&b com o pop, traz o teclado permeando suavemente a melodia. Baixo no contraponto auxilia a bateria a manter o andamento e a cadência grooveira de "It's Over".
Subindo ao palco da tenda MetLife por volta das 18h30, o Wilco traz sonoridade pop, na linda balada "Company in My Back". Na cadência do folk clássico, o violão de aço de Jeff Tweedy empresta tonalidade suavizada à melodia, conduzida com graça pela bateria de Glenn Kotche em andamento ralentado. Contundente, o baixo blueseiro de John Stirratt auxilia na ambientação e na suave aura da melodia.
Para o country rock de "Evicted" mais uma canção suave, de cadência ralentada. No instrumental dedilhado da guitarra de Nels Cline em cromatismos inspirados, que emolduram com propriedade o vocal de timbre diferenciado de Jeff Tweedy, surge mais um bom momento do show... Trazendo delicada aura de reminiscências, a gostosa sonoridade country/ soul, trazida pelo violão de aço de Pat Sansone denota à linear apresentação o diferencial da fusão com o rock em rascantes conversões ao refrão de glissandos distorcidos. Sempre constante, a bateria mantém o andamento ralentado e cadência suave.
Para a próxima canção, "Handshake Drugs" de introdução suave apenas em voz e violão, ascendendo suavemente em crescendo, a bateria explora tonalidades voltadas ao hard rock. Com pequenas pitadas de progressive rock, a melodia, basicamebte instrumental, evolui para o marcante diálogo com do teclado de Mikael Jorgensen com a guitarra distorcida, em notas encadeadas.
Mais uma marcante balada, o sucesso de "At Least That's What You Said" surge no andamento cadenciado, permeado com suavidade pelos címbalos da percussão. Firme, o vocal sobressai, apesar do fraseado ralentado. Interessante!
Subindo ao palco da Arena Heineken, o aguardado show de Seu Jorge, que traz excerto de seu show "Baile a la Baiana", conta com a presença de convidados especiais às 19h00, tendo início na execução de "Sim Mais", uma deliciosa e dançante canção grooveira.
Para "Sábado à Noite" surge mais uma canção na deliciosa cadência do soul, trazendo os brilhantes metais e o grooveiro baixo em dub step. Afinadíssimos, os backing vocals apoiam o vocal crooner de Seu Jorge nas conversões ao refrão. Mais um dançante e divertido momento do show!
Com a cadência do funk 70's, a deliciosa "Sete Prazeres" traduz a firmeza da privilegiada percussão aliada ao incrível baixo de timbre marcante... Dialogando de forma intensa e precisa, os metais denotam a dançante melodia.
Trazendo o especial convidado Magary Lord para o dançante groove de "Gente Boa Se Atrai", permeado com propriedade pela deliciosa e perfeita junção entre os metais e o baixo e os potentes e malemolentes vocais de Seu Jorge, vemos mais um momento descontraído e perfeito da apresentação.
Após a execução do sambalanço de "Mina do Condomínio", onde a influência do soul/funk nacional dos anos 70 surge de maneira inegável, temos a execução da deliciosa "Chama o Brasil pra Dançar" trazendo a sonoridade da deliciosa cumbia latina, em uma canção super dançante, permeada pelo pistão no refrão. Great!
Trazendo o merengue latino na gostosa "Lasqueira!" apresenta mais um momento de grande descontração num convite à dança. Intenso, o diálogo entre os afinadíssimos metais e a pontual percussão, traz mais um bom momento da apresentação.
Para "Dia de Mudança" a fusão entre o soul e o acento latino gostoso dos metais altos, contrasta com o gostoso andamento ralentado e o vocal em tonalidade grave empregado por Seu Jorge na ponte entre estrofe e refrão, trazendo os baixos da melodia de forma inusitada e inteligente.
Luedji Luna, mais uma convidada de peso, brilha para o fricote de "Batuque", uma canção suave pautada na sonoridade da Bahia, onde o toque de ijexá predomina na manutenção do andamento. Dividindo os vocais na alternâncua entre o vocal suave e feminino e o reforço de bass da voz primorosa de Seu Jorge, surge mais um lindo momento do show, apoiando a beleza da letra.
Trazendo o axé baiano para "Shock" Seu Jorge divide o palco com Magary Lord, trazendo a flauta de Seu Jorge em tonalidade pífano na finalização e a condução do timbau para uma canção suavizada, seguida pela potência do reggae de "Amor de Canudinho" onde mais um Peu Meurray divide os vocais com Seu Jorge. Divertido!
Após o samba de partido alto no divertido causo de "Não Pego Não" um dos grandes sucessos da carreira, surge o hit "Felicidade".
Encerrando a divertida passagem de Seu Jorge e o Conjuntão Pesadão pelo palco, o hit "Burguesinha" ganha os ares, na cadência malemolente e divertida do sambalanço... Perfeito!
Na cadência marcante do techno, a dupla de DJs From House to Disco, abre a pista do Espaço Pacubra, mostrando que mulheres também fazem bonito neste universo predominantemente masculino. Fundindo diversos estilos do eletrônico, como o minimal e o dance, a dupla coloca o público para dançar ao som do dance de Black Box, fundindo o retrô ao moderno com precisão.
Encerrando com maestria as apresentações da Arena Heineken Nile Rodgers, acompanhado do grupo black Chic, de grande sucesso nos anos 70's por ele idealizado, inicia sua passagem pelo palco às 20h30, trazendo o incrível soul/ disco que embalou gerações.
Vinheta introdutória à entrada de Chic, na cadência do soul/funk, traz verticalizadores elementos da sonoridade do moderno eletrônico, como esparsos elementos de trance...
Subindo ao palco ao som da icônica "Le Freak", seguida pelo clássico "Everybody Dance", o Chic já inicia sua apresentação em performance matadora, embalada pelo grooveiro e potente baixo, pela marcante guitarra de Nile Rodgers e pelo primoroso vocal das intérpretes... Amazing!
Numa viagem aos sentidos e à música pop dos anos 70 o hit "Dance, Dance, Dance (Yowsah, Yousah, Yowsah)" surge permeado pelos potentes metais seguido do hit "I Want Your Love"... Amazing!
Perfeita a primeira voz se destaca em solfejos e vibratos de grande intensidade e valor estético... Lindo de se ver e ouvir... Repletos de energia, a banda soa tão atual e contemporânea quanto há cerca de 50 anos atrás...
Em uma inspirada releitura em medley para dois dos grandes sucessos de Diana Ross "I'm Coming Out" em medley com "Upside Down" , surge o post-disco... Brilhante o diálogo aberto entre a guitarra de Nile Rodgers, o baixo e a bateria de Omar Hakim que surgem seguidos por "He's The Greatest Dancer" e "We Are Family" (ambas imortalizadas no registro de Sister Sledge) em um dos mais inspirados e envolventes instantes da apresentação...
Em seguida, Nile demonstra um pouco de seu enorme talento e versatilidade trazendo para o público muitas de suas composições feitas para outros artistas como "Like a Virgin" e Material Girl" para Madonna e "Modern Love" para David Bowie"...
Em mais um primoroso momento de sua apresentação o soul de "CUFF IT" (Beyoncé) surge cheio de bossa...
Em seguida "Get Lucky", o hit gravado em conjunto com Daft Punk e Pharrell Williams, traz mais um momento todo especial ao show... Demonstrando a sempre atualíssima força e talento de Nile Rodgers... sempre se reinventando e inovando em grandes hits ao longo das décadas!
Trazendo mais um hit com a cara e o DNA da era de ouro da disco music, "Lose Yourself to Dance" também em parceria com o eletrônico Daft Punk, apresenta a guitarra marcante e contundente de Nile se aliando ao coral potente de primeira e segunda voz, em perfeito diálogo com os sintetizadores.
No fraseado vocal cadenciado e dolente do rap, entoado com maestria pelo exímio baterista Omar Hakim, que mostrando-se também dotado de voz de timbre limpo e potente, emoldura o clássico "Lost in Music" composto para o Sister Sledge, em mais um momento marcante do show.
Mais um grande hit da new wave 80's, conhecido na voz de Duran Duran " Notorious" também composto por Nile, surge trazendo nos presentes gratas reminiscências, seguido pelas belíssimas canções "Soup for One e "Lady (Hear Me Tonight)" em inspirado medley.
Após a execução dos hits "Thinking of You" (Sister Sledge) e das canções "My Feet Keep Dancing", "Chic Cheer" e "My Forbbiden Lover", compostos em sua carreira junto ao Chic, surge a execução da marcante "Let's Dance" icônica canção da new wave 80's imortalizada na voz de David Bowie... Amazing!!!
Na sequência os grandes hits "Good Times" e "Rappers Delight" que traz na porção média o rap cheio de groove e malemolência, surgindo como música incidental, são interpretados com maestria por Nile. Great!
Além destas importantes atrações, bandas e artistas como Agnes Nunes, Carola, Lovebirds, Maria Esmeralda, English Teacher e DJ Marky também passaram pelos palcos do festival que durou dois dias, em aproximadamente 24 horas de muita música, para um público de cerca de 38 mil pessoas. E que venham os próximos...
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