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Coberturas de shows

Popload Festival 2025

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Publicada em 02, Jun, 2025 por Marcia Janini

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Norah_Jones_2025.jpg
Na tarde do último sábado 31 de maio, o Parque do Ibirapuera abriu seus portões para sediar a versão 2025 do Popload Festival, trazendo várias atrações nacionais e internacionais da música pop contemporânea, num recorte de tudo o que de mais inovador e atual se têm produzido nos últimos anos.

Atração da tenda Poploading, o som cheio de bossa e influências afro da cantora Jadsa, que sobe ao palco por volta das 14h30, traz na sonoridade o ijexá dos tambores e do agogô, que se aliam aos metais jazzísticos e ao delicioso acento da nossa MPB.

Em performances vocais inspiradas e repletas de recursos como vocalizes, crossfaders e vibratos, a cantora passa pelo palco de forma intensa, onde explora tonalidades e aliterações que se encaixam com perfeição ao seu timbre agudo e diferenciado.

Trazendo excertos de canções de Erasmo Carlos, Tulipa Ruiz e outros nomes de peso, a cantora expande sua apresentação para muito além do diminuto palco...

Subindo ao palco principal por volta das 15h00, o Terno Rei traz uma versão pop para o clássico "Smells Like Teen Spirit" (Nirvana), na canção "Próxima Parada" que traduz no fraseado vocal ralentado todo o desalento expresso na letra. Firme a bateria mantém a cadência, tendo o apoio do baixo em dub step... Melodiosa, a guitarra dedilhada apresenta suavidade.

Trazendo o gene do rock nacional 80's, "Solidão de Volta" traz despojamento nas paletadas e solapados da guitarra de acordes simples de Greg Maya. Fluida, a letra versa sobre a indecisão dos tempos modernos. Firme, a bateria emoldura a canção com propriedade... Bom momento!

Firme e urgente, a próxima canção "Difícil" respira liberdade e leveza, na guitarra em rascantes que se alia ao baixo contundente e à bateria de Luis Cardoso em cadenciado constante, de evoluções simples e precisas. Minimalista, a melodia chama a atenção para a mensagem expressa na letra com propriedade.

Um dos maiores sucessos da banda, traz a emblemática letra representada pelo fraseado vocal de métrica diferenciada da rápida e linda "Brutal", seguida por "Nenhuma Estrela" de introdução suave, evoluindo para a cadência firme do pop rock, em um momento mais dinâmico da apresentação.

Chamando ao palco Samuel Rosa (ex-Skank) como convidado mais que especial, surge a delicada "Medo" onde a urgência da letra é expressa com propriedade pelas modulações vocais de Alê Sater, em inspirado dueto com Samuel Rosa em mais um ponto alto da apresentação.

Após a execução das clássicas "Resposta" e "Balada do Amor Inabalável" de Skank surgem "Programação Normal" e a suave balada "Esperando Você".

Trazendo o dinamismo firme da bateria cadenciada em resposta ao baixo em doom no contraponto "Yoko" traz mais um bom momento da apresentação. Os arranjos em minimal do teclado de Bruno Paschoal permeando a melodia com elegância, apoiam a força do refrão e do vocal de Alê Sater.

Encerrrando a apresentação, as execuções de "Nada Igual" e "Dia Lindo".

O DJ Moor Mother, trazendo em setlist a fusão entre a fúria do rock e o andamento frenético de sonoridades eletrônicas como o electro, o drum 'n bass e o rap, chama a atenção pela ousadia e criatividade na junção de estilos musicais tão díspares. Explora com precisão a potência de vocais femininos que trazem o drive do rock em seu cerne, ao passo que os vocais masculinos, graves e firmes, modulam a cadência ralentada do black e urban, para a tenda Poploading... Divertido!

Subindo ao palco Heineken por volta das 16h15, Kim Gordon inicia sua apresentação ao som da dissonante "BYE BYE" uma melodia que traz a fúria rascante do heavy metal das guitarras distorcidas, aliada aos teclados em minimal e à breaks estratégicos, que apoiam o fraseado vocal ralentado apontando para tendências street, num caldeirão de estilos.

Contrastando com o vocal grave de Kim Gordon, de timbre estudadamente roufenho, os sintetizadores trazem samplers e elementos sonoros variados no diálogo com a bateria constante para "The Candy House".

Trazendo sonoridade levemente tradicional para "I Don't Miss My Mind" com samplers em diminuendos das batidas do rap, o vocal apresenta ousadas e doentias modulações, num interessante trabalho experimental.

Em mais uma canção onde a fúria do heavy se sobrepõe, "l'm a Man" traz guitarras em riffs rascantes e distorcidos, aliadas à bateria cadenciada e aos vocais urgentes de Kim.

No setlist, canções como "It's Dark Inside", "The Believers", "Dream Dollar", "Hungry Baby" e "Cookie Butter" traduzem toda a revolta de letras politizadas e de cunho libertário em performances vocais bastante irreverentes.

Mais uma atração interessante, a banda Vera Fischer Já Foi Clubber traz seu som ousado e ácido para o palco Poploading com visual roqueiro, o que causa contraste e estranheza com a sonoridade dolente do samba caricato e divertido, de letra ácida que traz na finalização samplers street dos sintetizadores. Performática, a vocalista declama as letras inusitadas sobre a base sonora, que traz elementos de minimal e dark wave... Vanguardista!

Subindo ao palco Heineken ao som do teclado em tonalidade piano, Laufey sobe ao palco por volta das 17h40 com a execução da linda balada "While You Were Sleeping" romântica e suave, em uma belíssima performance vocal da cantora.

Trazendo a sonoridade standard dos anos 20, ladeada pelo belíssimo coro masculino em cânone na introdução, a elegantíssima melodia de "Dreamer" traz aura de sofisticação à apresentação. Coquete, Laufey brinca com os versos da canção em velada sensualidade.

Homenageando o público brasileiro, traz "Falling Behind" na cadência dolente e bem marcada do samba de bossa nova. Com modulações precisas e se fazendo acompanhar na condução suave e malemolente do violão, Laufey brilha com seu timbre vocal diferenciado e, literalmente, cheio de bossa. Amazing!

Trazendo o som delicado do soul onde o dobre da bateria remonta a um estilizado bolero, em resposta à guitarra semi-acústica, Laufey traz belíssimos vocalizes nas conversões ao refrão da lindíssima "Silver Lining" demonstrando grande versatilidade e técnica.

Após a execução do grande hit "I Wish You Love" (Keely Smith) em inspirada releitura permeada pelos solapados da guitarra e evoluindo para a sonoridade pop contemporânea, numa bela explosão de intensidade vocal de Laufey, "Promise" surge na sequência trazendo à apresentação mais um instante de sofisticação onde o standard traz a exímia condução de Laufey nos cellos... Linda performance com suavidade e firmeza, demonstrando um pouco do enorme talendo, versatilidade e carisma da intérprete. Amazing!

Se acompanhando na condução do som límpido e cristalino de um piano de cauda Steinway, Laufey traz um de seus hits de sucesso "Let You Break My Heart Again", sendo acompanhada em coro uníssono pelos fãs, em mais um momento especial da apresentação.

Além destas canções, constaram do setlist da apresentação sucessos como: "Valentine", "Lovesick", "Lover Girl", Tough Luck" e "From the Start".

Mais uma atração da tenda Poploading, Maria Beraldo traz seu som inovador e repleto de recursos sampleados e robóticos em uma ousada e interessante experiência sonora, que passeia por vários estilos em colagens inusitadas, onde o improviso parece dar a tônica. Densa e introspectiva em alguns momentos, com letras ácidas e repletas de crítica social em temas politizados, divertida e levemente picante em outros, a curta performance também imprime sua marca no rol de novidades sonoras trazidas pelo festival. Interessante!

Subindo ao palco Heineken por volta das 19h15, a cantora St. Vincent chega ao som de "Broken Man" uma canção de melodia pautada no electro rock, onde a sonoridade rascante e cortante do baixo predomina no contraponto. O ostinato em distorção da guitarra permeia toda a melodia de forma inusitada, apoiando a potência do vocal.

Trazendo elementos heavy nas guitarras em glissandos distorcidos, que se aliam à bateria de cadenciado constante, "Fear the Future" traduz diferenciados momentos e contrasta significativamente ao vocal suave e melodioso de St. Vincent. Furiosos, os baixos se encontram em diálogo intenso na finalização.

Para "Los Ageless" um dos hits da carreira, fraseado vocal ousado e suavemente sensual, em modulações diferenciadas se une à firmeza do instrumental, onde a guitarra distorcida brilha nas conversões em cromatismos e rascantes de grande valor estético. Great!

No uso de recursos robóticos em samplers dos sintetizadores de "Birth in Reverse", em um tardio futurismo de cadência ágil, explorando sonoridade extremamente criativa à melodia, esta marca mais um bom momento da performance vocal de St. Vincent, em crescendo nos refrões, denotando apurada técnica. Grande momento do show!

Trazendo teclados introdutórios em dedilhados simples, a canção "Pay Your Way in Pain" evolui para o andamento ralentado das sonoridades street. No fraseado vocal, mais uma interpretação inspirada de St. Vincent nos trocadilhos da letra ácida, permeada pelos solos arrebatadores da guitarra distorcida em diálogo com o baixo grooveiro.

Suavemente dançante, com o apelo charmosamente sensual do vocal de St. Vincent, "Big Time Nothing" traz a fusão entre o pop rock das guitarras distorcidas e o trance eletrônico dos sintetizadores, com uma inegável pitada de technopop. Mais um instante arrebatador da apresentação, que contou ainda com a execução de canções como "Marrow", "New York", "Sugarboy" e All Born Screaming".

Encerrando os pocket shows da tenda Poploading, o DJ Yago o Próprio, traz seu rap politizado e repleto de crítica social, na fusão com elementos de reggae, em uma sonoridade urban e atualizada. Traz como música incidental em alguns momentos excertos de canções latinas na cadência dos boleros e cumbias em samplers sobrepostos, em um trabalho que engloba a pesquisa sonora de décadas anteriores, traduzindo identidade, memória e ancestralidade em letras ricas. Marcante!

Iniciando sua apresentação por volta das 20h45 e encerrando o festival em grande estilo, chega Norah Jones com vocal límpido e fluido, ao som da linda balada "What Am I To You? " se fazendo acompanhar pelo piano em standard, blueseiro de perfeitos acordes, dialogando com o baixo em doom. Em evoluções nada óbvias, a bateria alquebrada auxilia na manutenção da cadência suave da canção, denotando-lhe delicioso acento jazzístico.

Traduzindo o delicioso acento soul para o r&b de "Paradise" acompanhada com graça pela excelente backing vocal e guitarrista no refrão, Norah brilha em gradiosidade e técnica, adotando melismas e recursos verticalizadores nos vocalizes, emprestando à canção deliciosa aura retrô.

Evoluindo em dinâmica "Running" traz em seu bojo elementos suavemente dançantes no andamento e cadência do proto disco, onde ao soul, suaves e dançantes elementos surgem na gostosa cadência desenvolvida pela bateria constante e pelos encorpados arranjos do piano.

Em modulações perfeitas para seu timbre precioso, Norah conduz com firmeza e precisão a letra delicada e reflexiva de "This Life" em mais um marcante momento também de sua performance instrumental ao piano.

Minimalista na introdução, o piano em tessituras delicadas se alia à bateria em afretados, em um lindo diálogo para "Sunrise", uma canção de rara beleza.

Na condução dos teclados hammond, Norah apresenta uma faceta mais pop de sua apresentação, para o inspirado groove de "I'm Awake" na cadência marcante do soul... Tendo o apoio do baixo de Lee Alexander no contraponto e coro, dos teclados e da guitarra com quem divide gentilmente o palco, a cantora demonstra versatilidade e grande precisão técnica, em mais um momento todo especial da apresentação.

Trazendo a cadência gostosa do charm para "I Just Wanna Dance" Norah continua a brilhar no vocal e na condução do teclado hammond em arranjos precisos e delicados, tendo o apoio dos exímios músicos de sua banda.

Outros grandes hits da carreira surgem nas execuções de "Visions", "Queen of the Sea", "Come Away With Me", com a participação especial de Laufey, "Happy Pills" e a releitura de sucesso "Don't Know Why" para o clássico de Jesse Harris & The Ferdinandos, encerrando a noite e o festival com propriedade.


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