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Vertentes Do Post-Punk: Peter Hook No Cine Jóia

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Publicada em 08, Oct, 2013 por Marcia Janini


Com início por volta das 23h30, a apresentação já inicia em grande estilo, com um grande clássico do Joy Division, “Transmission”.

Na sequência, a banda, formada por ex-integrantes da banda Mônaco, ataca com outro grande clássico “A Means To An End”, em performances fidedignas aos arranjos originais. Nota para a bela perfomance dos teclados e sintetizadores de Andy Poole nesta canção. O post punk alternativo 80's nunca esteve tão presente e atual na condução da bateria cadenciada e contundente, profunda, densa de Paul Kehoe!

A terceira canção apresentada ”Insight” surge com reforço de bass muito pronunciado na equalização, abafando o vocal e distorcendo bastante os demais instrumentos... Exatamente por isso determina ar mais intimista e um charme extra, bem retrô na apresentação, rememorando os antigos porões dark onde a banda costumava se apresentar em seus primórdios. Extremamente interessante!

“Digital” surge como um hino de protesto, incisivo e atual, mesmo após transcorridas mais de três décadas de seu lançamento! O público aclama e ovaciona maciçamente a execução desta canção.

“Twenty Four Hours” com sua aura densa e de desalento em letra e melodia auxilia na ambientação de um clima etéreo, onde caos e arte se misturam... Mais uma condução precisa, técnica e perfeita da bateria, denotando a grande agilidade de seu condutor... Ótimo momento do show!

Na canção “Wilderness” a versatilidade da linha de baixo de Jack Bates em contraponto perfeito à bateria, sobrepondo-se a esta decisivamente, traduz todo um charme, inovador ainda nos dias atuais, onde romperam-se paradigmas na arte da composição!

Outro grande clássico “Shadowplay”, marca a excelente escolha do set list da primeira parte do espetáculo, onde os principais hits e também alguns B-sides da carreira do Joy Division foram interpretados. Nota para a participação da guitarra de Nat Wason, bem pontuada em riffs elaborados, que influenciaram e ainda hoje exercem sua presença marcante em composições do indie rock atual.

Após breve intervalo, Peter Hook e banda voltam com canções em retrospectiva da carreira do New Order, desde suas origens com o post punk experimental, denotando as referências que tornaram a banda uma das grandes precursoras da new wave, até o new romantic e os dançantes toques do synthpop a partir da metade dos anos 80.

São composições que surgem mais suavizadas, entretanto, no primeiro álbum, de 1981 ainda percebemos a suave evolução de suas melodias, que ainda não abandonam por completo as notas e acentos melancólicos da fase Joy Division.

Tudo isto surge bem representado em “Truth”, “Senses” e “Chosen Time” com o suave toque mediterrâneo determinado pela flauta doce, conduzida por Hook...

Com influencias no doom industrial, “ICB” apresenta sonoridade crua, dura, com sobreposições instrumentais em dissonâncias, gerando cromatismos nada óbvios, realmente revolucionários e inovadores, mesmo para os dias de hoje! No baixo em dub de Bates e a guitarra em notas soltas, dedilhadas de Wason, em contraste com a bateria em andamento frenético de Kehoe, percebemos a influência do technopop e especialmente do krautock alemão na introdução e nas conversões ao refrão.

A terceira e última parte do show marca o perfeito entrosamento do rock e do post punk, das canções “do it yourself” com a modernidade do dançante eletrônico, do som advindo das ruas, do urban, do street compondo a vanguarda musical que rompe fronteiras e surge como “divisor de águas” no processo de criação musical.

Em aproximadamente três horas de pura irreverência e atitude, Peter Hook e banda demonstram que a criatividade, a arte e a boa música permanecem e sempre permanecerão em voga, conduzindo à reflexão crítica e ao bom gosto! Great, uma das melhores aprsentações do ano, indiscutivelmente!


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