Best of Blues and Rock 3º Dia
Publicada em 17, Jun, 2025 por Marcia Janini
Clique aqui e veja as fotos deste show.
Iniciando as apresentações deste terceiro dia de festival, no último sábado 14 de junho, os integrantes do Charlie Brown Jr. Marcão Britto e Thiago Castanho se aliam ao vocalista Rafael Carleto, oriundo da banda Viva F3, tributo ao CBJR, para uma apresentação divertida e cheia de energia, onde os exímios bateristas Bruno Graveto e Pinguim Ruas ajudaram o pessoal a "fazer barulho" na fria tarde de junho, com início às 16h00 ao som de "Papo Reto (Sexo é Prazer, o resto é negócio)".
O ska bem pontuado pela guitarra de Thiago Castanho em solapados com o recurso da pedaleira wah e bateria alquebrada onde se encaixa perfeitamente o baixo em doom de Denis Mascote para "Tudo que ela gosta de escutar", traz no vocal de Carleto a descontração e ousadia que marcou a banda como uma das mais influentes da geração 90 no universo rock e pop nacionais. Bom momento!
Para "Me encontra", as guitarras roqueiras de Marcão Britto e Thiago Castanho em glissandos altos se aliam à bateria de cadenciado constante, apoiando o vocal ágil e cheio de malemolência de Rafael Carleto. Baixo em doom de Denis Mascote auxilia na manutenção do andamento.
Para o ska no andamento ralentado de "Pontes Indestrutíveis" surge mais um bom e ágil instante da apresentação, seguido pela delicadeza da emblemática balada "Céu Azul", tendo a marcante finalização das roqueiras guitarras em glissandos altos no intenso diálogo com a bateria de condução firme.
Após o impactante solo da guitarra incendiária de Marcão Britto, surge o ágil ska punk de "Hoje Eu Acordei Feliz", marcando mais um divertido momento do show...
Na sequência as baterias de Graveto e Pinguim em progressões constantes, afretando na terminação das frases, apoiam a força vibrante de "Lutar Pelo Que É Meu" muito bem pontuadas pela precisão cirúrgica das envenenadas guitarras. Grooveiro, em jammning, o baixo traz o contraponto perfeito para este momento... Visceral!
Em mais um bom momento do show, o hit "Te Levar" surge trazendo sua ensolarada energia, seguida pelo grande sucesso "Zóio de Lula".
Homenageando os colegas Champignon e o vocalista e front man Chorão, "Como Tudo Deve Ser" ou traz um momento emocionante e suave da apresentação, intimista e belo em sua singeleza.
"Só Por Uma Noite", que traz no refrão influências no punk rock, "Só os Loucos Sabem" e "Proibida pra Mim" encerram a apresentação.
Subindo ao palco por volta das 17h30, ao som de "Whole Lotta Love" (Led Zeppelin) a banda da guitarrista Larissa Liveir traz para Johnny B. Goode (Chucky Berry) a interpretação mais que especial do vocalista Carlos Marotta com seu blues rasgado na junção com elementos do hard heavy nos acordes das guitarras melódica de Larissa e rítmica de Eduardo Megale.
Trazendo a releitura para "Since I've Been Loving You" (Led Zeppelin), a guitarra de Larissa surge melíflua em intenso diálogo com a bateria cadenciada de Lina Linassi, denotando o charmoso e sedutor ar latino da composição com propriedade em meio aos cromatismos das cordas.
Em mais uma inspirada releitura, desta vez para "Still Loving You" (Scorpions), esta surge rebuscada na forma rondó determinada pela guitarra. Intensa, a interpretação surge trazendo características personalizadas de Larissa, com elementos diferenciados em relação à versão original... Mantendo a mesma métrica, a talentosa instrumentista dá seu toque feminino em arranjos melodiosos dos cromatismos dedilhados, em um bom momento de sua passagem pelo palco do festival. Suave e dramático, o teclado de Hugo Bizotto surge belo, em lindo diálogo com as guitarras.
Na sequência "Confortable Numb" (Pink Floyd) traz a cadência marcante do hard/ heavy de linhas clássicas, ascendo no fraseado gentil da guitarra em linearidade. Emoldurando o imponente momento, a bateria surge em cadenciado constante e vigoroso, com apoio do baixo de Marco Aurélio Coelho em doom no contraponto. Genial!
Trazendo o clássico de Iron Maiden "The Trooper" com o vocal potente de Carlos Marotta, surge mais um grande instante da apresentação, trazendo toda a visceralidade da canção em versão praticamente fidedigna ao original, demonstrando um pouco do grande talento e versatilidade da carismática banda. Dividindo o palco, surge Nita Strauss, guitarrista de Alice Cooper, em uma grata surpresa.
Bons instantes da apresentação surgem nas execuções de releituras criativas e intensas para clássicos como "Iron Man" (Black Sabbath), "You Really Got Me" (The Kinks) e "Crazy Train" (Ozzy Osbourne).
Black Pantera sobe ao palco por volta das 19h00 trazendo o impactante som de "Candeia" e a visceralidade do heavy metal para "Provérbios" em letras ácidas e críticas que trazem toda a indignação em relação aos problemas sociais e temas como o preconceito racial, relações humanas e de trabalho traduzindo a fusão entre o rock, o soul e a percussão africana com influências nos toques bantus. Já começa cheio de energia o show!
Pesado e trazendo elementos do punk rock nas conversões da bateria de Rodrigo "Pancho" Augusto, aliada às aliterações intensas do baixo para "Padrão é o Caralho" seguida pelo hardcore pesadíssimo de "Mosha" em alucinante cadência e fraseado vocal ágil, o Black Pantera continua avançando em letras agressivas, que conduzem à reflexão sobre temas atuais comuns às minorias.
Trazendo guitarra de notas encadeadas e baixo de Chaene da Gama contundente em doom, aliados ao andamento frenético da bateria em afretandos e diminuendos, a melodia desenvolve todo o peso em variações dinâmicas intensas para a letra de "Seleção Natural".
Para "Perpétua", um dos grandes sucessos da banda, a suavizada introdução aponta na guitarra de Charles Gama influências no country/ folk, ascendendo para glissandos rascantes. O blueseiro baixo em dub step surge no contraponto para a firme condução da bateria, frenética e pesada. Bom momento do show!
Trazendo o toque do berimbau de capoeira aliado ao baixo em aliterações e à bateria em cíclicos movimentos, o rondó evolui para mais uma canção cheia de escárnio e visceralidade em "Fogo nos Racistas". Rascante e dura, a guitarra se sobrepõe em dobrados intensos. Trazendo breaks estratégicos que apoiam a força do refrão e conclamando todos os presentes à incendiária participação, vemos um momento grande de sinergia entre palco e plateia.
Na fusão com o rap, "Tradução" flerta com o pop em cadência suavizada da ponte entre refrão e estrofe, onde a melodia avança poderosamente traduzindo mais um momento intenso e incrível.
Após o gentil convite à dança ao som de "Le Freak" (Chic) como música incidental, a banda emenda o NU metal de "Fodeu" onde em meio ao momento de pesada e revoltada dinâmica, surge o dançante groove/disco muito bem pontuado pelo baixo de Chaene da Gama em dub step. Criativo e ousado momento da passagem da banda pelo palco do festival.
Trazendo o instrumental ágil do ragga na bateria de Pancho em cadenciado lépido e constante para a introdução de "Só as Mina", este avança para o hardcore pesado e ágil, onde mal se divisa a letra vociferada pelo front man Charles Gama.
"Unfuck This" recém saída do prelo, traz a avalanche sonora em cascatas da bateria suavizada pelo baixo grooveiro e pelo rascante acorde da guitarra. Great! Repleta de variações dinâmicas e estudadas dissonâncias, surge mais um impactante momento do show.
Além destas canções, constaram do set list da apresentação as canções "Dreadpool", "Revolução é o Caos" e "Boto pra Fuder".
Subindo ao palco por volta das 20h30 ao som da grandiosa vinheta introdutória "Lock Me Up", o performático Alice Cooper inicia sua apresentação com a execução de "Welcome to the Show", uma canção pautada no hard rock com elementos heavy explodindo nas semi-colcheias encadeadas da guitarra de Ryan Roxie em dedilhados intensos.
Após a execução da clássica "No More Mr. Nice Guy", surge a suavizada "I'm Eighteen" na cadência do classic rock.
Em mais um momento dinâmico da apresentação surge "Under My Wheels" trazendo em seu bojo elementos do rockabilly para a sonoridade clássica do proto heavy, onde as guitarras de acordes encadeados dialogam poderosamente em um bom momento da apresentação. Firme na condução da bateria em crescendo Glen Sobel dá o tom do andamento frenético, tendo o baixo de Chuck Garric no contraponto.
Trazendo forte carga dramática na introdução, a melodia ascende para a fluidez e agilidade dos acordes das guitarras, que evoluem em solapados precisos para "Bed of Nails". Na manutenção do andamento levemente ralentado ascendendo no refrão, a bateria apresenta evoluções nada óbvias, para mais um bom momento da apresentação.
Os ruflares dos tambores da bateria de Sobel em meia marcha na introdução, que se unem às guitarras de glissandos rascantes em profundas dissonâncias de "Billion Dollar Babies", emolduram mais uma arrebatadora performance do vocal bem empostado de Alice.
Em mais um grande momento, Alice Cooper brilha, explorando tonalidades altas em seu timbre vocal personalizado, trazendo aura de irreverência para a letra de "Snakebite". No instrumental, as guitarras de Nita Strauss e Timmy Henriksen trazem acordes simples, mas de grande valor estético no diálogo entre guitarra rítmica e melódica. Traduzindo aura blueseira nas conversões ao refrão, baixo em doom auxilia na manutenção da cadência.
Após a execução de "Be My Lover", surge o hard/heavy cheio de bossa e irreverência de "Lost in America" trazendo mais um grande momento da performance do incrivelmente potente vocal de Alice, permeado por breaks estratégicos e pela bateria em conversões nada óbvias... Rascantes, as guitarras traduzem a deliciosa aura de ousadia do refrão, ascendendo vertiginosamente.
Trazendo o germe do proto-heavy, a descontraída "He's Back (The Man Behind the Mask)" traz fraseado vocal ágil em um divertido momento da apresentação, onde os riffs altos e encadeados da guitarra de Ryan Roxie demonstram a grande destreza técnica de seu condutor. Brilhante, a bateria de Glen Sobel realiza acompanhamento simples, porém extremamente técnico e preciso. Amazing!
Após a execução do clássico hard "Hey, Stupid", e o impactante solo da bateria de Glen Sobel, trazendo elementos da sonoridade mediterrânea e tribal, a execução de "Welcome to My Nightmare" chega trazendo suas influências no country/ folk para a introdução primorosa das guitarras de dedilhados ágeis em belos cromatismos, para mais um grande momento do show.
Irreverente e performático instante surge na execução da divertida "Cold Ethyl" onde Alice contracena com uma boneca de pano, seguida por "Go To Hell" que traz o apelo indígena da sonoridade latina dos ganzás da percussão permeando a melodia constante onde as guitarras ascendem vertiginosamente em riffs encadeados apoiados pelo baixo de Chuck Garric cortante em doom, que auxilia a bateria na manutenção do andamento ralentado.
Após a execução do grande hit "Poison", o impressionante solo da guitarra potente de Nita Strauss traduz em uma arrebatadora performance suas influências na música para "The Black Widow", em sonoridades pautadas no country, soul e blues, ascendendo para o diálogo intenso com a guitarra rítmica de Tommy Henriksen, trazendo dissonâncias e recursos verticalizadores. Grande momento...
Além destas canções, surge a enlouquecida balada "Ballad of Dwight Fry" antes das icônicas "I Love the Dead" , "School's Out" em medley com "Another Brick in the Wall, Part 2 (Pink Floyd) encerrando a noite ao som de "Feed My Frankenstein".
|