Global Stadium Tour: Red Hot Chilli Peppers em São Paulo
Publicada em 11, Nov, 2023 por Marcia Janini
Na noite da última sexta-feira, 10 de novembro, o Estádio do Morumbi em São Paulo recebeu mais um show da turnê Global Stadium do Red Hot Chilli Peppers.
A abertura dos trabalhos da noite ficou por conta dos californianos do Irontom, trazendo seu funk rock repleto de groove e boas vibrações a partir das 19h45.
"Common Chaos", uma descontraída canção pop emoldurando a força do marcante refrão traz o acento firme da bateria em andamento ágil.
"Down for Whatever" mostra na guitarra de acordes encadeados de Zach Irons grande vitalidade e energia... Grooveiro baixo em doom surge no contraponto à bateria, em meio aos eletrônicos e dançantes samplers.
Para "Ice Cream", uma moderna balada, a bateria cadenciada explora sonoridade linear, apoiando a letra. Vocalizes no refrão traduzem aura despojada. Explorando criativa linha melódica, o baixo de Dane Sandborg surge auxiliando a manutenção do andamento ralentado. Cool!
"Big Shot" traz a deliciosa cadência do reggae na introdução e no andamento brejeiro. Jovial, o firme vocal de Harry Hayes mostra um dos bons momentos da performance do simpático intérprete.
A inspirada releitura de "Feel Good Inc." (Gorillaz), surge como grata surpresa na apresentação.
Subindo ao palco por volta das 21h00, o Red Hot Chilli Peppers inicia sua apresentação com inspirada jam session, onde o baixo contundente em doom determina o grooveiro andamento, aliado à trêmulos da guitarra de afinação alta. A bateria de suave acompanhamento, ascende para um cadenciado ágil e preciso, em instante que demonstra a perícia instrumental da banda. Impactante!
O hit "Can't Stop" surge com sua deliciosa aura grooveira determinada pelo bem pontuado baixo de Flea, apoiando o fraseado vocal repleto de malemolência de Anthony Kiedis.
Para "The Zephyr Song", uma canção despojada, explorando a suavidade do andamento com o acento da roqueira guitarra e a bateria em conversões precisas, surge suavizado momento do show.
Após a execução do hit "Snow (Hey Oh!)", surge a dançante vinheta de finalização, que traz em seu bojo elementos da soul/disco, em dedilhados ágeis e cheios de cromatismos da guitarra de John Frusciante, em um duo inspiradíssimo com a bateria, afretando na finalização.
Firme, a condução da bateria de Chad Smith em cadenciado ágil remete à crua sonoridade tribal, permeando com jovialidade a melodia de "Here Ever After", uma canção de instrumental simples e fraseado vocal ralentado, explorando a suavidade do andamento. Em mais uma inspirada vinheta na finalização, o groove esperto e bem sacado determinado por baixo e percussão remetem à sonoridade dos anos 70, ousada e criativa. Great!
A inspirada releitura de "Havana Affair" (Ramones) traz a malemolência do reggae na fusão com o heavy da guitarra rascante, em mais um momento descontraído do show, encerrado pelo belíssimo solo de bateria de Chad em alucinante cadência.
O sucesso "Eddie" apresenta esparsos elementos doo wop que remontam ao rockabilly, representado com propriedade pelos acordes da guitarra alta em afinação padrão... Suavizada, a melodia segue emoldurada pela bateria precisa, tendo o baixo de Flea no contraponto. Na finalização, show de técnica e versatilidade da ensandecida guitarra, explodindo em semicolcheias de dedilhados intensos e ágeis!!!! Amazing!!!!
Em mais uma vinheta introdutória de grande efeito estético, explorando novas e criativas formas de condução instrumental, surge o grande hit "Parallel Universe" seguido pelo sucesso "Soul To Squeeze", trazendo o ensolarado acento urban da guitarra em arranjos simples e andamento ralentado bem pontuado pela bateria.
Para "Right on Time" surge na introdução "London Calling" (The Clash) como música incidental, explorando a fusão entre o hardcore e a disco music.
Na sequência, percebemos no instrumental os elementos do punk rock de primeira geração na linha melódica adotada pelo baixo em "Tippa My Tongue" e o acento rasgado da guitarra, complementado pela bateria em andamento constante. Na finalização, solo do baixo de Flea faz deste mais um grande momento da apresentação!
Na inspirada releitura para o clássico "Terrapin" (Syd Barrett) surge mais uma gostosa surpresa para os fãs, trazendo o delicioso acento street com a propriedade e simplicidade característica da ousada criatividade da banda. The best!
"Don't Forget Me" traz andamento ralentado da bateria em grave cadenciado e guitarras rascante, ascendendo para intensa variação dinâmica e recursos diferenciados nas pedaleiras de efeito, explorando tons intensos... No vocal, o timbre firme de Kiedis surge suave, em uma interpretação correta e sem grandes projeções, traduzindo leve aura intimista à canção.
"Black Summer" traz elementos de country rock na linha explorada pelo baixo. No refrão, a sonoridade marcante da soul music com fortes acentos nas sonoridades street determina mais um gostoso e descontraído momento da apresentação. Amazing!
Grandes sucessos como "Californication" e "By the Way" constaram do setlist, encerrando a brilhante apresentação com "Under the Bridge" e "Give It Away", canções que levaram a banda ao estrelato nos anos 90.
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