The World Tour: Mötley Crüe e Def Leppard em São Paulo
Publicada em 09, Mar, 2023 por Marcia Janini
Na noite da última terça-feira, 7 de março, duas das principais bandas do heavy metal clássico excursionando juntas, Mötley Crüe e Def Leppard chegam ao Brasil após passarem por vários países da América Latina, em única apresentação no Allianz Parque em São Paulo.
Com uma entrada no mínimo inusitada, o Mötley Crüe inicia seu show às 19h30 com o grandioso "Requiem em Ré Menor, K. 626" de Mozart, ambientando o estádio e chamando a atenção para o vídeo chamada da turnê.
Para "Wild Side", bateria cadenciada se alia aos riffs altos da guitarra em glissandos e cromatismos. O baixo em doom de Nikki Sixx surge no contraponto, ampliando o potencial sonoro... Em intensos e ágeis dedilhados na finalização, a guitarra de John 5 surge brilhante.
Em "Shout at the Devil", a bateria cadenciada cresce em vigorosa condução alquebrada, em diálogo com a guitarra de riffs frenéticos, em uma verdadeira avalanche sonora, tudo isso aliado ao exímio vocal de Vince Neil em modulações precisas. Grande momento do show!
"Too Fast for Love" surge trazendo mais um pouco da descontração e irreverência da banda, que vai ao encontro dos fãs em prolongação/ passarela saída do palco. Mais um hit na cadência do hard/heavy, com grandes variações dinâmicas e o peso da excelente condução da bateria de Tommy Lee, mantendo com firmeza a força do instrumental.
Na balada "Don't Go Away Mad (Just Go Away)" lindos arranjos das guitarras em solapados que remetem a elementos do country se unem à poderosa bateria de Tommy, em conversões nada óbvias e criativa finalização. Guitarras em glissando finalizam a canção. Great!
Em "Saints of Los Angeles", mais um grande hit surge com seu pesado instrumental, onde à cadência constante desenvolvida pela bateria de Tommy se une ao intenso diálogo entre as guitarras rítmica de Vince e melódica de John, explorando riffs altos. Mais um brilhante momento da performance individual de Vince, extremamente carismático, em modulações e vocalizes únicos.
Mais um petardo sonoro surge na execução do sucesso "Live Wire", intensa em variações dinâmicas propostas pela bateria, em frenesi... Perfeitas, as guitarras desenvolvem conjunção incrivelmente bem pontuada... Sensacional! Repleta de breaks estratégicos, a melodia apresenta finalização grandiloquente, explorando os pedais de efeito wah...
Em "Looks That Kill", mais um hit surge brilhantemente apoiado pela força das rascantes guitarras... O baixo pesado de Nikki em doom traz o perfeito contraponto à infernal bateria, seguida pela jovial "The Dirt (Est.1981)", uma canção atemporal, que ecoa pelo estádio com ares de grande hino... Bom momento da apresentação!
Após o impactante solo da guitarra melódica, em esfuziantes arranjos que demonstraram um pouco da enorme técnica e versatilidade de John 5, surge inusitado medley que privilegiou grandes clássicos de várias vertentes do rock, como "Rock and Roll, Part 2", o glam de "Smokin' in the Boys Room", a fúria de "Helter Skelter" e o irreverente punk rock de "Anarchy in the U.K." e "Blitzkrieg Bop". Amazing!
Os instantes finais da apresentação surgem recheados de grandes sucessos como "Home Sweet Home", "Dr. Feelgood", "Girls, Girls, Girls" e "Primal Scream".
Constaram também do set list as canções "Same of Situation (S.O.S)" e "Kickstart My Heart".
Subindo ao palco pontualmente às 21h30, o Def Leppard inicia sua apresentação ao som de "Take What You Want" uma canção que traz em seu bojo elementos do rock progressivo, bem determinadas pelos acordes em suspensão da guitarra rítmica de Vivian Campbell.
Após a execução dos grandes hits "Let's Get Rocked" e "Animal", surge a densidade de "Foolin' ", trazendo já no início da apresentação uma sequência de alguns dos maiores sucessos da carreira, para delírio dos fãs.
Digno de menção o impecável vocal de Joe Elliott, ainda melhor e mais afinado com o passar dos anos, traduzindo a mesma jovialidade do início de carreira em acentos ímpares.
Perfeita, a condução da bateria de Rick Allen reina absoluta na introdução e na manutenção da cadência de "Armageddon It", uma canção pautada no hard rock. Riffs altos das guitarras surgem entremeados pelo contrapontístico baixo de Rick Savage em dub. Mais um bom momento da apresentação!
Para "Kick" riffs das guitarras de Collen e Campbell encadeadas na introdução ascendem para uma gostosa cadência pautada em elementos modernizantes de pop. Baixo e bateria mantém a jovial cadência. Criando aura de descontração, os vocalizes do refrão traduzem à melodia forte carga de alegria, em uma canção atemporal. Great!
Em mais um brilhante momento de sua performance vocal, Elliott traduz seu timbre diferenciado em vocalizes intensos e velada sensualidade para a balada "Love Bites". O instrumental firme, onde as guitarras surgem com intrincados acordes de notas em suspensão, traduzem com propriedade a aura de mistério e romance expressos pela letra.
"Promises" surge com a poderosa introdução da guitarra de Phil Collen. Nota para os acordes rascantes das guitarras se sobrepondo ao belíssimo cânone de vozes, apoiados pela riqueza da linha instrumental de baixo de Savage. Em mais um feliz momento de sua performance, o baterista Rick Allen brilha com intensidade. Grande momento do show!
Após breve momento de apresentação dos membros da banda, o violão de aço traduz suave aura latina para a bela balada "This Guitar", sucedida por "When Love and Hate Collide" onde na linha melódica e no belíssimo fraseado vocal, elementos da sonoridade country surgem, ambientando a suave canção. Belos instantes do show! Na finalização, riffs das guitarras em abertos glissandos, denotam a urgência da letra. Great!
"Rocket" onde samplers e modernos elementos eletrônicos como o crossover surgem e permeiam com graça e ousadia a melodia, surge como diferencial na linear apresentação.
Outra balada, o hit "Bringin' On the Heartbreak" traz o romantismo em acentos diferenciados no diálogo perfeito das notas encadeadas de guitarra rítmica e melódica, apoiando o inspirado vocal e a força do refrão. Amazing!
Impactante, o solo instrumental de "Switch 625" apresenta rascantes acordes introdutórios da guitarra ascendendo para o frenético andamento heavy, em um momento cheio de energia, por meio das intensas variações dinâmicas apresentadas, em uma poderosa jam session introdutória entre guitarra, baixo e bateria. Finalizando este momento de talento e carisma ímpares, Allen inicia um poderoso solo de sua potente bateria com reforço de bass, aliando-se a este em vertiginoso diálogo a guitarra melódica de Collen em abertos acordes. Great!
Em um instante um tanto mais intimista da apresentação, a balada de sucesso "Hysteria" traduz aura de suavidade e romance. Flertando com sonoridades pop, a bateria traz acompanhamento suavizado, seguido pelas melodiosas guitarras dedilhadas. Great!
Na sequência, os hits "Pour Some Sugar on Me", "Rock of Ages" e "Photograph" encerram a memorável noite.
O evento contou ainda com a participação de Edu Falaschi, abrindo a noite a partir das 18h30, trazendo alguns sucessos de sua passagem pelo Angra e também canções próprias, como "Fire With Fire", "Sea of the Uncertainties" e "Crosses".
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