End of the Road: Kiss se despede de seu exército de fãs em grande estilo
Publicada em 02, May, 2022 por Marcia Janini
Iniciando a apresentação ao som introdutório de "Rock and Roll" (Led Zepellin), o Kiss sobe ao palco do Allianz Parque em São Paulo, às 21h15, descendo como deuses-heróis de suas brilhantes plataformas, que desciam do urdimento da estrutura, em meio a um show de pirofagia e luzes de encher os olhos, para a execução de "Detroit Rock City".
"Should It Out Loud", um dos grandes clássicos da carreira, surge levantando o público, que participa intensamente e interage com Paul Stanley, em sua saudação calorosa ao público.
Para "Deuce", um dos primeiros hits da banda, ainda na fase 70's da carreira, mais um momento especialíssimo, onde a famosa coreografia com as guitarras também não foi esquecida, levando o público ao delírio.
Depois da pesada e densa "War Machine" na cadência do hard/heavy, com o peso da bateria cadenciada apoiado pelos riffs explosivos das guitarras nas conversões ao refrão, "Heaven's on Fire", com sua suave influência no groove das guitarras encadeadas e no baixo em doom, marca outro ponto especial na apresentação.
Gene Simmons interpreta com seu vocal potente e grave a divertida "I Love It Loud", traduzindo nova dinâmica à canção, tornando-a mais densa, seguida por "Say Yeah", que traduz no andamento e cadência elementos do rockabilly na base melódica da linha desenvolvida pelas guitarras e pela bateria alquebrada e suavizada.... Bom momento!
Na execução da clássica "Cold Gin", com sua guitarra em acordes solapados na introdução e a malemolente bateria na cadência do soft rock, se traduz bem o velho e bom estilo "on the road", com afretados nas conversões ao refrão.
Após o delicioso solo de guitarra de Tommy Thayer, surge "Lick It Up", majestosa, trazendo como música incidental "Won't Get Fooled Again" (The Who), em um dos instantes mais dinâmicos do show.... Great!
Após a súbita aparição de um grilo pousado no microfone de Paul Stanley, em um presente onde até a natureza reverenciou os grandes super heróis do rock, a apresentação segue ao som de "Calling Dr. Love", em mais um momento de pura descontração... Amazing!
A pesada introdução heavy de "Tears are Falling", traduz atmosfera contemporânea à canção... No refrão, suave encontro com linhas pop do rock, numa fusão bem jovial... Interessante composição e linha melódica da guitarra, em dedilhados ágeis.
Na execução da clássica "Psycho Circus", mais um grande momento de sinergia palco/ platéia... seguida pelo impactante solo de bateria de Eric Singer.
Após "100.000 Years", o baixo de solo incrível de Gene Simmons, mais afiado e cortante que nunca com seu machado sonoro, traz a clássica performance do deus do trovão "God of Thunder", em que Gene expõe sua criatividade e ousadia, mais atemporal que nunca, como nos primórdios da carreira. Genial!
Encerrando a noite os grandes hits "Love Gun", o dançante groove "I Was Made For Loving You Baby" e "Black Diamond" antecedem o delicioso bis preparado pela banda, que contou com clássicos como "Beth", "Do You Love Me" e "Rock and Roll All Nite".
Em sóbrio tom de despedida, após a saída da banda do palco, se ouviu em playback "God Gave Rock 'n Roll To You II", uma das mais emblemáticas e lindas baladas da banda produzidas na década de 1990...
Mesmo após praticamente 50 anos de carreira, os queridos Starchild, Catman, Spaceman e Demon continuam tão contemporâneos e ousados como nunca... Kiss, para sempre em nossos corações... Por mais 50 anos de carinho, profissionalismo e respeito ao seu público, seria o sincero desejo de seu Kiss Army, esse exército de fãs tão especial.... Ave, Kiss!!! Até um dia...
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