Humberto Gessinger em Não Vejo a Hora
Publicada em 28, Nov, 2021 por Marcia Janini
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Na noite do último sábado, 27 de novembro, Humberto Gessinger (ex-Engenheiros do Havaii) realizou show de sua turnê "Não Vejo a Hora" no Tom Brasil, em São Paulo.
Iniciando a apresentação por volta das 22h15, o compositor e intérprete traz já nos instantes iniciais um grande clássico da carreira na execução de "Infinita Highway", em versão fidedigna à original. "Até o Fim" surge como vinheta na porção final da canção, suavizando o cadenciado forte da bateria com os melodiosos arranjos da gaita (harmônica) conduzida por Gessinger.
Despojada, a descontraída "Partiu" antecede a explosão de energia de "A Revolta dos Dândis", com sua cadência permeada por acordes da gaita e o andamento pulsante do pop rock com elementos típicos da cultura gaúcha.
"Armas Químicas e Poemas", traz toda a vitalidade do hard rock na introdução, repleta de peso. Em perfeitas conversões, o diálogo preciso entre as guitarras e a bateria, tendo o baixo no contraponto permeiam com vigor a melodia. Momento importante do show!
Blueseira, a introdução bem pontuada pela guitarra e baixo em dub de "A Perigo" evoluem no cadenciado constante da bateria.
Continuando, para "Um Dia de Cada Vez", breaks estratégicos reforçan e apoiam a força da reflexiva letra e do refrão, em uma melodia fluida, marcando mais um bom ponto da apresentação.
Mais uma boa canção "Tudo Está Parado" apresenta elementos do soul/ swing nas conversões ao refrão, trazendo o dançante acento da disco music como diferencial.
Em "O Preço", rascantes arranjos das guitarras apoiadas na bateria cadenciada para as conversões emolduram o trabalho vocal de Gessinger, repleto da costumeira atitude em um timbre único e diferenciado. Perfeito!
Após a execução do hit "Pra Ser Sincero", surge "Pra Caramba", em fluidos e suaves acordes dedilhados das cordas introdutórias em ascensão, na junção com a firmeza da bateria cadenciada. O baixo em dub no contraponto apoia a força do refrão, em uma letra descontraída e repleta de jovialidade.
Surge uma grata surpresa na execução de mais um grande clássico, trazendo arranjos em reggae nas conversões ao refrão para "Terra de Gigantes", que apresentou na finalização acento blueseiro, prenunciando a delicadeza de "Bem a Fim", em dedilhados replicados e estrutura cíclica em rondó.
"Vida Real", em parceria com Rodrigo "Estebán" Tavares, traduz também aura suavizada no dedilhado e solapados do violão de aço, trazendo acento pautado no country.
Fazendo analogia com grandes clássicos do rock na criativa letra, a canção "Estranho Fetiche" traduz a deliciosa cadência do baião, na junção com os acentos da chula e do fandango, em uma canção cheia de bossa, bem brasileira, encerrando um dos melhores momentos do show. Amazing!
Traduzindo suave aura de mistério, a deliciosa 3x4 traduz nos arranjos melífluos das cordas, e nas notas do teclado em suspensão um gostinho de compasso, de espera por algo que não se revela por completo, traduzido com maestria pela bem posiocionada letra e pelo fraseado vocal suave. Grande momento do show!
Repleta de peso e vigor em variações dinâmicas intensas, permeadas pelas enfurecidas guitarras em cromatismos e distorções "Eu Que Não Amo Você" traduz um dos momentos mais intensos da apresentação. Great!
Rascantes, os riffs altos da guitarra em potente diálogo com o baixo, aliadas à bateria em precisas evoluções para o medley entre "Refrão de Bolero/ Piano Bar" determinam mais um momento de grande densidade no show.
Aproximando-se dos instantes finais da apresentação, com letra emblemática e permeada por simbolismos e jogos de palavras, a bela "Dom Quixote" surge, para mais um ponto especial do espetáculo.
Finalizando a belíssima apresentação, as execuções das clássicas "Somos Quem Podemos Ser" e "Toda Forma de Poder" encerram com propriedade a noite. Com lotação esgotada, percebemos que o público presente é que não via a hora deste grande reencontro... Aguardemos os próximos!!!
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