Fogueira em Alto Mar: Ana Carolina em São Paulo
Publicada em 02, Dec, 2019 por Marcia Janini
Na noite do último sábado, 30 de novembro, a intérprete e compositora Ana Carolina realizou mais um show de sua turnê Fogueira em Alto Mar no Tom Brasil em São Paulo.
Subindo ao palco por volta das 22h30, ao som da impetuosa releitura para "Namoradinha de um Amigo Meu" (Roberto Carlos), traduzindo ao iê iê iê dinâmica e peso extraídos de sonoridades próximas ao heavy com o impactante reforço de bass bem determinado pelo baixo de Marcos Maia em dub.
Mais uma inspirada releitura "Agora Só Falta Você" (Rita Lee), na cadência deliciosa do pop rock com acentos progressivos bem explorados nos dedilhados e riffs rascantes da guitarra de Theo Silva, traduz mais um explosivo momento da apresentação.
Para a swingada "Sinais de Fogo", mais um grande momento do show, na interpretação descontraída e muito bem apoiada no fraseado vocal de acentos perfeitos de Ana Carolina, traduz à urgência da letra maior dinamismo.
Ralentado, o andamento da linda balada "Não Tem no Mapa", ascende vertiginosamente apoiando o forte refrão em um belíssimo trabalho da bateria de Leonardo Reis, seguida pelo grande sucesso "Encostar na Tua".
A bela balada "Canção Antiga" apresenta momento reflexivo bem explorado pelas inflexões do vocal perfeitamente bem colocado da intérprete, aliados ao instrumental suave, de acompanhamento constante. Permeando com graça e elegância a melodia, o teclado de Thiago Anthony surge com acordes de notas em suspensão, auxiliando na criação da delicada aura de mistério da melodia.
Seguindo por sonoridades suaves, a delicada "Pra Rua Me Levar" ascende graciosamente na conversão ao refrão, com o instrumental em crescendo apoiando a apaixonada letra, seguida pela ousada releitura para "Toda Forma de Amor" (Lulu Santos), traduzindo aura de modernidade a este clássico do rock nacional. Grandes momentos da apresentação!
Sensual, trazendo elementos de sonoridades urban no fraseado vocal em breaks estratégicos, o sucesso "Rosas" traduz ainda em seu bojo elementos do hispânico pasodoble, aumentando a tensão passional entre letra e melodia, de forma elegante e vigorosa. Great!
Em um belíssimo trabalho dos sintetizadores, o sucesso "Quem De Nós Dois" marca importante momento da apresentação antecedendo a inspirada releitura para "Meu Bem Querer" (Djavan) em medley com "A Canção Tocou na Hora Errada", "Vai" e "Nada Pra Mim" em um dos mais bonitos instantes da apresentação, com a participação mais que especial do quarteto bem temperado dos violões.
Trazendo a latinidade na cadência da toná em rascantes acordes do violão de aço, permeados por dedilhados repletos de cromatismos, o grande hit "Uma Louca Tempestade" traduz mais um momento especial do show, em mais uma dinâmica e intensa interpretação de Ana Carolina. Amazing!
Após a declamação da linda poesia de Tom Jobim e Vinícius de Morais "Não Existo Sem Você", surge a intensidade do vocal de Ana em "Eu no Breu" na versão para o sucesso "Back to Black" (Amy Winehouse), em inusitado momento da apresentação. Great!
Na execução da faixa que intitula a turnê "Fogueira em Alto Mar", seguida pela emblemática "Fogueira" (Ângela Rô Rô) surgem mais intensos momentos de introspectivo romantismo. Digno de nota o perfeito acompanhamento do teclado de Anthony, em acordes intensos, emoldurando as perfeitas e técnicas modulações de Ana Carolina, em momento de rara beleza do espetáculo!
Trazendo o gitano passodoble das castanholas na introdução, a intensa e suavemente dançante "Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar", traduz na fusão entre o pop e a música flamenca intenso e precioso trabalho da guitarra de Theo Silva, em dedilhados perfeitos de acordes encadeados.
Trazendo a brasilidade do samba de roda "Da Vila Vintém ao Fim do Mundo" abre o bloco dedicado ao mais nacional de todos os estilos musicais, onde Ana Carolina demonstra um pouco de sua grande versatilidade vocal, nas execuções das releituras "Mulheres" (Martinho da Vila) e "1296 Mulheres" (Moreira da Silva), no sincopado samba de partido alto. Amazing!
Encerrando o dinâmico bloco de sambas "Cabide", traduz o delicioso samba de breque, com a cadência mantida pelos exímios pandeiros. Samba para bamba nenhum botar defeito!
Após o impactante solo de pandeiro, fazendo alusão a grandes nomes do instrumento como Jackson do Pandeiro, e ao samba de escola (samba-enredo) na finalização, levantando o público, surge a execução do grande sucesso "Garganta".
Encerrando a perfeita apresentação mais gratas surpresas são reservadas ao público, na execução da releitura para "Brazil" (Cazuza), além dos hits "É Isso Aí" e "Elevador".
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