Cause and Effect: Keane em São Paulo
Publicada em 03, Dec, 2019 por Marcia Janini
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Na noite do último domingo, 1º de dezembro, o Espaço das Américas recebeu mais um show da tour mundial Cause and Effect da banda Keane, com abertura do Terno Rei.
Subindo ao palco por volta das 19h00, os paulistanos da Terno Rei iniciam sua apresentação ao som de "Yoko", seguido pela emblemática "São Paulo".
Permeados com graça pelo som dos sintetizadores, auxiliando a ambientação suave aliados ao andamento pop desenvolvido pela firme condução da bateria de Luis Cardoso, a canção "93" explora no vocal ralentado aura de introspecção.
Para a linda balada "Medo", dedilhados em ascensão das guitarras de Bruno Rodrigues e Gregui Vinha na conversão ao refrão aliam-se ao cadenciado da bateria, emoldurando o vocal suave e preciso.
"Estava Ali" na gostosa cadência do pop rock apresenta excelente momento da bateria, em conversões nada óbvias, determinando dinamismo à melodia. No contraponto, o baixo de Ale em dub alia-se às guitarras em riffs. Breaks estratégicos apoiam a força do refrão.
Na cadência suave do indie, a introspectiva "Dia Lindo" traduz no fraseado vocal de Ale a perfeita aura para a bela letra, seguida por "Luzes de Natal", uma canção que traz em seu bojo as influências do rock nacional 80's, determinada pela exigente dinâmica emprestada pela bateria e pelo fraseado vocal ágil e urgente, em uma atemporal sonoridade urban. Grande momento da apresentação.
Romântica e urgente, "Roda Gigante" traduz nos breaks estratégicos bom recurso estilístico, apresentando o bom refrão. Constante, a bateria em cadenciado suave alia-se ao baixo em doom e às guitarras. Great!
Finalizando sua competente passagem pelo palco, "Solidão de Volta" foge do convencional e traz o contraste entre a letra reflexiva e o instrumental descontraído, em uma composição coerente.
Subindo ao palco por volta das 20h00, ao som da balada "Disconnected", o Keane esbanja talento e carisma na figura de seu frontman Tom Chaplin, de timbre vocal suave, explorando tessituras altas, em contraste com o ralentado andamento da introspectiva melodia.
"Bend and Break", jovial e descontraída traduz elementos de sonoridades como o synthpop em sua melodia simples, de andamento cadenciado, em mais um grande momento da performance vocal de Chaplin, apoiando o firme refrão em vocalizes complexos.
Para a suave "Silenced By the Night", os perfeitos teclados de Tim Rice-Oxley em doces acordes na introdução, aliam-se ao poderoso baixo em cromatismos e à bateria em cadência constante, em cíclicos movimentos. Nota para a linha melódica desenvolvida pelo baixo de Jesse Quin, em contraponto à bateria, ampliando o potencial das variações dinâmicas.
Na introdução, que explora sonoridades próximas ao synthpop, bem determinadas pelo diálogo entre o teclado e a bateria cadenciada "Phases" traduz deliciosa aura retrô à melodia num flerte perfeito entre passado e presente. Bom momento do show!
Após a execução de "Put the Radio On", na cadência melíflua do indie, surge o grande hit "Everybody´s Changing", marcando importante momento do espetáculo.
"Is it Any Wonder?" descontraída, na deliciosa cadência do pop rock surge numa explosão dinâmica, apresentando grande diferencial na linear apresentação. Roqueira, a bateria cadenciada de Richard Hughes e o baixo explorando tessituras agudas apoiam-se nos exímios sintetizadores, em uma melodia gostosa, que traduz o apelo dos refrões com grande propriedade. Amazing!
Delicada "Strange Room", apenas permeada pelas doces notas do teclado revela mais um grande momento da performance vocal de Tom Chaplin, em instante intimista da apresentação.
Em mais um momento especial do show "Leaving So Soon?" traz a presença marcante do baixo de Jesse Quin em profusão no interessante diálogo com o teclado que explora tessituras em regiões altas, alternando em intensas variações dinâmicas. Firme, a bateria mantém o andamento ágil, em momento de grande energia.
Após a execução da densa "Stupid Things", que remonta em sua melodia e no fraseado vocal ao retrô 80's, traduzindo esparsos elementos r&b bem pontuados pelo baixo de Quin em groove, surge a graciosa "She Has No Time".
Em mais um dançante e descontraído momento do show, a divertida "Spiralling" apresenta o belíssimo trabalho do teclado de Rice-Oxley em perfeita consonância ao baixo blueseiro, resultando em uma composição vigorosa. Em mais um bom momento de sua performance individual, a bateria de Hughes evolui em conversões criativas e ousadas. Great!
Após a execução do sucesso "Perfect Symmetry", surge a linda "Try Again", uma balada de rara beleza, onde à suavidade vocal alia-se o delicado instrumental, conduzido em sua totalidade pelos românticos arranjos do teclado, revelando a urgência da letra.
Mais um ponto alto da apresentação surge na execução do hit "Nothing in My Way", com teclados ascendentes em minimal permeando o potente vocal, seguido pela delicada "You Are Young", com elementos extraídos da sonoridade soul/country.
Nos instantes finais da passagem do Keane por São Paulo, mais um bloco de canções românticas e delicadas, composto por "A Bad Dream", "Love Too Much", "This is the Last Time" e Bedshaped".
Encerrando o show, os grandes sucessos "The Way I Feel" e "Somewhere Only We Know".
Para o momento do bis, gratas surpresas foram reservadas aos fãs, com as execuções de "I Need Your Love", "The Lovers Are Losing", "Crystal Ball" e "Sovereign Light Café".
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