Solid Rock Festival: Apresentações Épicas em São Paulo
Publicada em 15, Dec, 2017 por Marcia Janini
Na noite do dia 13 de dezembro, o Allianz Parque abrigou mais um espetáculo do Solid Rock Festival, que passou por várias capitais mundiais em turnê, trazendo grandes nomes do classic rock.
Abrindo as apresentações da noite, o Tesla sobe ao palco às 18h30, trazendo o hit "Into the Now", na cadência do hard rock. No poderoso instrumental, arranjos em distorção dos sintetizadores traduz a aura futurista/retrô dos anos 70, baixo em dub de Brian Wheat delineia forte linha melódica num perfeito contraponto à bateria bem conduzida. Riffs precisos das guitarras distorcidas emoldura com propriedade o frenético andamento da finalização.
Para "Edison´s Medicine", o andamento constante da bateria apoia o forte refrão e o poderoso vocal agudo de Jeff Keith, em mais um importante momento de sua passagem pelo palco do festival. Nota para a incrível destreza da guitarra melódica de Frank Hannon alinhando-se com precisão ao cadenciado da bateria. Great!
Riffs rascantes da guitarra de Dave Rude e solo em dub do baixo na introdução do grande sucesso "The Way It Is" determinam a tônica da canção, que traz mais uma grande performance vocal do performático Keith, explorando rascantes e vocalizes elaborados.
Após a impactante releitura para "Signs" (Five Man Electrical Band), com precisos e pesados riffs das guitarras melódica e rítmica em distorção na introdução, surge a urgente "Love Song", com sua potente introdução na bateria de Troy Luccketta revelando mais um importante momento do show, apoiado na força do vocal em uma balada contagiante. Nota para os belos arranjos do violão de aço, traduzindo à composição elementos do country rock. Amazing!
Em mais uma releitura inspirada para "Little Suzy" (Ph.D.), a banda brilha em lindo e introspectivo momento da apresentação. Os doces acordes do violão de aço dedilhado aliam-se à melodiosa guitarra rítmica e ao baixo em tonalidades profundas, densas.
Finalizando com a execução festiva de "Modern Day Cowboy", a banda realiza consistente show de abertura ao festival. Perfeito!
Iniciando sua apresentação às 20h00, o Cheap Trick executa "Hello There" e, na sequência, a densa e cadenciada "Big Eyes", duas canções curtas de refrão forte na cadência do hard rock.
A brilhante introdução da exímia guitarra melódica de Rick Nielsen, alia-se à cortante bateria para a bem realizada releitura de "California Man" (The Move). Repleta de peso e breaks estratégicos apoiando a energia do refrão, a melodia segue em cadência constante, entremeada pelas mais que perfeitas evoluções da percussão.
Em "You Got It the Going On" a bateria progride em cascatas de potência na introdução, permeando com precisão o forte vocal em intensos agudos de Robin Zander aliado à belíssima linha sonora desenvolvida pela guitarra em glissandos (slides) e cromatismos das notas encadeadas. Grande momento do show!
Trazendo a deliciosa fusão do hard rock de linhas clássicas a elementos heavy e country, surge a perfeita releitura para o clássico "Ain´t That a Shame" (Fats Domino).
Densa, a introdução rascante para um dos maiores sucessos da banda, a suavemente dançante balada "If You Want My Love" ascende em vertiginosos acordes, de intensa profundidade dinâmica, determinados pela bela performance vocal de Zander. Great!
Frenética "When I Wake Up Tomorrow" surge traduzindo a marcante sonoridade do glam rock, em grandes variações dinâmicas e backing vocals inspirados nos refrões, explorando tonalidades agudas para a descontraída letra. Breaks e conversões nada óbvias da intrincada bateria de Tom Petersson mantém a divertida atmosfera da melodia.
Desenvolvendo linha melódica densa, em diferencial às canções anteriores, "Long Time Coming" traduz momento de introspecção, no contraste entre o grave vocal sóbrio de Robin Zander e a constância instrumental.
Em mais uma grande execução, "Baby Loves to Rock" traduz elementos do rockabilly na cadência desenvolvida pelo instrumental do refrão, aliando-se aos acordes hard da guitarra distorcida em frequência alta nas conversões, em uma charmosa composição.
Trazendo todo o vigor dinâmico da correspondência dos ágeis riffs da guitarra aos breaks da bateria "Ghost Town" marca mais um ponto alto do espetáculo, seguida pela brilhante releitura para "In the Street" (Big Star), em mais um importante momento da performance vocal, em modulações e vocalizes de grande complexidade técnica.
Após o sucesso "Stop This Game", digno de menção o grande trabalho da banda na releitura ao clássico de The Velvet Underground "I´m Waiting For the Man", traduzindo nos blueseiros acordes do baixo semi-acústico acordes rascantes em densa sonoridade, em um impressionante solo de Petersson que aliado ao seu potente vocal de aberto acento sulista, traduziu ao show momento único, remontando ao psicodelismo. A bateria de Daxx Nielsen em condução de grande teor estético manteve a perfeita constância do andamento, afretando nas conversões. Perfeito!
Urgente, a linda balada "The Flame" traduz mais um grande momento do show e do vocal de timbre único e personalizado em belíssimas evoluções técnicas, alternando entre a intensidade dos agudos dos refrões e a suavidade das estrofes, bem apoiadas no rico fraseado. Perfeito!
O grande hit "I Want You To Want Me", seguido por "Dream Police" e pela emblemática "Surrender", determinam pontos altos do show.
Encerrando sua passagem pelo palco do Solid Rock, a divertida "Run Rudolph Run" antecede uma despedida instrumental de peso, bem pontuada pela agilidade da bateria de Daxx Nielsen!
Ao som de "Highway Star", Deep Purple inicia a última apresentação da noite às 22h00 com muita energia e vitalidade na condução da bateria alquebrada de Ian Paice e precisos acordes da guitarra potente de Steve Morse.
Cadenciada, na sonoridade bem pontuada do hard rock de linhas clássicas com elementos do progressivo "Pictures of Home" traz incríveis solos da guitarra de Morse em ágeis dedilhados aliados à bateria de trabalho consistente, e ao teclado de Don Airey, que permeia com propriedade a melodia. O baixo em dub, determina o perfeito contraponto à percussão, transmitindo densidade à melodia.
A visceral "Bloodsucker" apresenta os teclados em tonalidade hammond nas conversões determinando suavidade ao forte instrumental, de andamento frenético e profundas variações dinâmicas.
Após a execução da clássica "Strange Kind of Woman" surge a belíssima execução de "Uncommon Man" nos perfeitos acordes da guitarra de Steve Morse, de impressionante destreza técnica, aliados à fantástica performance vocal de Ian Gillan em emocionante homenagem ao falecido tecladista John Lord, contabilizando um dos mais belos momentos da noite. Intenso!
Trazendo rica introdução do teclado em cromatismos surge a intensidade sonora de "Lazy", seguida pela suavizada e progressiva "Birds of Pray", de andamento constante em ascendências vertiginosas nas conversões de intrincada técnica. Precioso e importante momento da apresentação do Deep Purple!
Mais um grande sucesso surge na execução da constante "Knocking at Your Back Door", apresentando conciso trabalho do baixo de Roger Glover em contraponto à bateria, predominando na manutenção da cadência em impressionantes e firmes variações dinâmicas, com propriedade e elegância ímpares...
Dando sequência à apresentação após o impactante, técnico e ousado solo do bem temperado teclado de Don Airey, um dos grandes hits da banda "Perfect Strangers" é executado com toda sua grandiosidade, em mais um especial instante da noite.
Finalizando o grande e aguardado show da noite, as emblemáticas "Space Truckin´" e "Smoke On the Water" encerram a noite, sendo reservadas para o retorno ao palco no derradeiro bis os hits "Hush" e "Black Night".
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