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Matanza Fest no Tropical Butantã

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Publicada em 20, Jul, 2016 por Fabiano Cruz


Mais um ano o Matanza realiza seu festival itinerário. E sua quarta edição, o festival foi programado para passar no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, começando na capital paulista. A ideia de ter bandas rotativas no festival é genial, dando espaço para nomes novos e histórico, tudo bem selecionado mantendo o cast bem eclético e diversificado. O show em São Paulo aconteceu na casa Tropical Butantã, em um sábado com garoa fina e frio; por ter um cast grande, quem foi ao local não sofreu tanto com o tempo, pois o evento começou relativamente tarde e terminando perto do transporte coletivo começar os trabalhos; aliás, a casa, onde nunca tinha ido, tem uma excelente localização perto de terminal de ônibus e metrô.

O evento contou com o camarote em open bar, onde serviam a cerveja que leva o nome da banda; uma boa iniciativa e marketing, porém ao ficar na frente da casa percebi que houve em alguns momentos conflitos de informações sobre o camarote e ingressos, causando uma fila relativamente grande na entrara – cabe a produtora e/ou a casa rever esses problemas antes. Internamente, tudo muito bem organizado, com seguranças educados e um bom espaço para locomoção, tanto na pista como camarote; salvo algumas filas no caixa na pista que as vezes se formava.

O evento começou na hora exata marcada com Rats. Banda que Jimmy, vocalista do Matanza produz, faz um interessante som meio punk, meio celta, inclusive com a sonoridade diferenciada pelo arcodeons e banjo – o que casou muito bem com baixo e bateria moendo a todo momento! Para uma banda de abertura, conquistou os poucos presentes logo de cara com seu som bem agitado, como a já aparentemente conhecida Somos Nós e a surpresa agradável de Transylvania, instrumental do Iron Maiden coverizada pela banda – e acreditem, ficou fantástica ao som de banjo e acordeons!

Sem muito tempo gasto, a festa voltou com o Zumbis do Espaço, divulgando seu mais novo trabalho Em Uma Missão de Satanás. Como não se divertir com o som que engloba tudo que é vertente do Rock’ n’ Roll – do Rockabilly ao heavy Metal – com letras que espalham terror, sangue e morte? Abrindo com o Mal Imortal o que vimos foi uma banda se divertindo no palco e fazendo a casa abrir rodas e mais rodas. Dia dos Mortos, Mato Por Prazer e a famigerada A Marca dos Três Noves Invertidos. A banda a todo momento se comunica, faz piadas, chama os fãs para agitarem – e são correspondidos com o mesmo entusiasmo, basta saber que na última canção Nos Braços da Vampira, do primeiro disco dos caras, o caos tomou conta da pista... Showzaço!

Mantendo o horário sem atrasos, o Cólera subiu ao palco. Foi interessante ver um dos maiores nomes do Punk Rock renovado e com uma energia absurda em palco, porém talvez pelas letras de protesto típicas do Punk serem diferentes das ironias e festas que as outras bandas têm como tom, a apresentação do Cólera foi um pouco destoante das demais; muitas pessoas – com a casa já bem cheia – ficaram nesse show para beber e conversar, até mesmo descansar um pouco. Ruim para elas que perderam uma visceral e direta apresentação de Pierre e Val, membros fundadores, ao lado de Fábio e Wendell, que mostraram as garras logo na entrada com Não a Fome. A pancadaria bruta seguiu com históricos hinos do punk paulista, como Caos Mental Geral, São Paulo, Quanto Vale a Liberdade? e Deixe a Terra em Paz. A banda homenageou os mortos no mais recente atentado na França, acontecido em Nice um dia antes do show onde morreram mais de 10 crianças em Medo. Outra homenagem foi feita ao vocalista falecido Redson – importante figura para a história do Punk nacional – sendo chamado de “Filho Vermelho”. A apresentação terminou com Pela Paz, faixa bem conhecida que já foi tema até mesmo de marchinha de carnaval! (Acharam estranho? Procurem pelo Bloco 77!)

Com a casa já bem cheia – muitos foram somente para ver o Matanza – e com pouco tempo de atraso, os donos da festa já sobem no palco na cacetada de Matadouro 18, Eu Não Bebo Mais e A Arte do Insulto, já mostrando para o que veio e como foi durante as próximas quase duas horas de apresentação: a banda pouco fala, toca um som atrás do outro sem tempo para respirar e ainda em uma velocidade um pouco acima das gravações. Pancadaria pura! Duas horas da manhã e o público abria rodas e mais rodas ao som de Taberneira Traga o Gim, O Chamado do Bar, Clube dos Canalhas, Eu Não Gosto de Ninguém e Odiosa Natureza Humana. O set gigantesco de mais de 30 canções deu o verdadeiro clima de “música para beber e brigar” – ainda que não houve brigas no salão. Jimmy é um show a parte, o grandalhão mesmo quieto e com pouca conversa rouba a cena pelo seu carisma atípico, e chega a ser engraçado sua relação com o público, onde ele xinga e o público retorna como coro de “Ei, Jimmy, vai tomar no c*”. Ao lado de Jimmy o destaque ficou com a participação de Donida, membro fundador que raramente atua ao vivo, com a banda como um quinteto em palco.

Ao lado de canções mais novas do trabalho lançado em 2015, Pior Cenário Possível, como O Que Está Feito Está Feito e Sob a Mira figuraram canções já folclóricas da banda, cantadas em uníssono com o público – pelo menos os que não estavam agitando sem parar nas intermináveis rodas formadas – Ressaca Sem Fim, Maldito Hippie Sujo, Rio de Whisky e Mesa de Saloon. A banda conseguiu colocar ainda mais duas excelentes versões: Iron Fist do Motorhead e Five Feet High de Johnny Cash. Sem muito falatório nos agradecimentos, Jimmy se despede ao som de Tombstone City, Ela Roubou o Meu Caminhão e Interceptor V6.

O Matanza como principal e idealizador teve iluminação e som perfeitos – aliás, nada atrás de shows internacionais! – Mas aí fica o único lado um tanto negativo do evento. As bandas convidadas poderiam ter muito mais da produção em questão de iluminação, som e principalmente tempo, onde nenhuma tocou por mais de 45 minutos; banda como o Cólera, fundamental para a formação não só do Punk, mas sim do Rock’ n’ Roll paulista e nacional, mereciam mais tempo para mostrar seu trabalho – algo para a produção do festival prestar para as próximas edições. E que venha mais uma edição do Matanza Fest ano que vem em São Paulo!


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