Roberto Carlos no Espaço das Américas
Publicada em 06, Jul, 2016 por Fabiano Cruz
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Vivenciar um show do Roberto Carlos é único. Mesmo que a anos que suas apresentações sejam quase sempre as mesmas canções e muitos o vejam como alguém “próximo a se aposentar”, Robertos Carlos ainda enche uma casa como o Espaço das Américas mesmo em um show luxuoso com preços acima da média. O “Rei” programou uma “mini turnê” na casa, sendo quatro dias de shows (infelizmente alguns foram adiados por problemas de saúde do cantor no domingo).
Roberto Carlos é bem conhecido por ser sistemático, e isso refletiu no curto atraso de aproximadamente 10 minutos de começo da apresentação – algo raro hoje em dia que apresentações cada vez mais se atrasam em shows em São Paulo seja qualquer casa que for. E a abertura foi grandiosa: um pout-pourir de clássicos do Rei de forma instrumental pela pequena orquestra em palco em um arranjo glamoroso e poderoso.
Entrada perfeita para Roberto Carlos entrar em palco e mandar Emoçôes e Como Vai Você. Canções que já fazem parte da história do repertório da música brasileira. Claro, o coro dos presentes se fez presente já nessa canção e foi até o fim... As canções, mesmo que bem conhecidas, ainda fazem muitos se emocionarem, como Outra Vez, Lady Laura e Nossa Senhora. Outras arrancam sorrisos como Ilegal, Imoral ou Engorda. Roberto Carlos se comunica a todo momento, conversa com o público, conta casos que remetem às canções, fala sobre a criação das composições. Ele está muito além de preocupações técnicas; sua voz já é afinadíssima, e seu cantar é natural, muitas vezes como sussurros ou declarações de amor – afinal, é o tom de suas letras – como quando cantou Detalhes, empunhando e dedilhando um violão.
A produção acompanha o espetáculo e muitas vezes até brilha mais que o Rei. Basta ver a versão de O Calhambeque em uma orquestração que presenciar a mesma vale mais que muitas aulas técnicas em escolas de música. Roberto Carlos teve ajuda de um maestro em palco, comandando os instrumentistas e amarrando os sons, porém também os deixando livres em muitos momentos para improvisos e solos – um diálogo entre maestro/ orquestra/ cantor em uma interação tão forte que pouco se vê numa apresentação seja qual estilo ou músico que for! E pra acompanhar tudo isso, uma iluminação perfeita, com tons branco e azul em destaque, e um som cristalino saindo das caixas onde ouvimos com clareza e perfeição todos os instrumentos em palco.
E as canções... Indispensável comentar o nível – que aumenta ainda mais ao vivo – de músicas do porte de Desabafo, Eu Te amo, Te Amo, Te Amo, Mulher Pequena. Não só de canções românticas vive um show do Roberto Carlos, como a festa que É Proibido Fumar faz toda vez que a toca. Algumas surpresas foram presentes, como Olha e Sua Estupidez, que muitos se espantaram quando começaram a ser tocadas. E o final de seu show é sempre contagiante e repleto de emoções por conta de músicas como Esse Cara Sou Eu, Como é Grande Meu Amor por Você e Jesus Cristo. Há sim, e grande também pelas rosas, ritual que Roberto Carlos sempre faz com as fãs.
Pode ser ultrapassado, careta, ultrarromântico, o que for; mas fato que o conjunto todo de uma apresentação do Roberto Carlos, principalmente por uma visão técnica da produção e do profissionalismo que os envolvidos possuem, é uma vivência que todos deveriam ter...
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