Rock Industrial: Fear Factory em São Paulo
Publicada em 14, Oct, 2015 por Marcia Janini
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Na noite do último sábado 10 de outubro, a banda dedicada à vertente do metal industrial sobe ao palco do Clash Club por volta das 20h45, após abertura da banda paulistana Marrero.
Iniciando a apresentação o hit "Demanufacture", seguido por "Self Bias Resistor" ambas canções que apresentam melodia em andamento frenético, pautadas na cadência urban do metal industrial, com esparsos acentos de speedy metal, determinados pela guitarra distorcida em afinação alta, e influências em sonoridades como o post-punk e dark wave.
"Zero Signal" com seu andamento alquebrado, repleto de variações dinâmicas e breaks estratégicos passeia por vertentes sombrias bem pontuadas pelos sintetizadores em acordes de notas suspensas, explorando sonoridades darks em pitadas de death metal bem como elementos e recursos de vertentes da música eletrônica como o synthpop. Boa finalização dos teclados em piano.
Adotando a cadência do heavy metal para a dissonante e densa "Replica", surge um dos melhores momentos da performance individual de seu vocalista Burton C. Bell, em inspirada interpretação, passando com extrema desenvoltura por regiões vocais complexas, indo de bons agudos a extremos guturais sem perder o tom e a bossa. Perfeito!
A agressiva "New Breed", numa interessante fusão entre os recursos verticalizadores do trash metal e os acentos metálicos e frenéticos do industrial surge como um bom momento do show.
Após o perfeito cover de "Dog Day Sunrise" para o sucesso de Head of David, fazendo alusão aos primórdios do gênero, o Fear volta à carga com a urgente "Body Hammer", que já principia pesada, com introdução complexa determinada pelas guitarras em poderosos slides e cromatismos intrincados. Na condução da bateria eletrônica, elementos extraídos de sonoridades como o EBM permeiam a dissonante melodia em um dos mais agitados momentos do espetáculo.
Trazendo para a introdução sampler simulando tempestade como base para o baixo em dub, que ascende para a tradicional sonoridade simulando sons de bigorna e maquinários fabris que caracteriza o estilo industrial "Flashpoint", seguido pela inusitada introdução de "H-K (Hunter-Killer)" simulando dial em dessintonia, ascendendo para o fraseado vocal intenso em interessantes divisões silábicas e tendo como pano de fundo a nebulosa melodia, determinam pontos altos do show.
Mantendo o mote forte, dinâmico e ousado da apresentação "Pisschrist" realiza interessante paradoxo à canção seguinte, a introspectiva "A Therapy for Pain" trazendo em seu bojo a cadência ralentada do dark wave surgindo como bom diferencial e recurso suavizador ao show.
Para a parte final do show, gratas surpresas foram reservadas para os fãs, com as execuções da visceral "Shock" (emblemática canção que serviu como influência para variadas gerações das vertentes eletrônicas no início dos anos 2000), "Edgecrusher"(com seu interessante namoro com as sonoridades do Nu Metal adotando elementos de hardcore em sua tessitura melódica), "Dialetric"(realizando longínqua mas presente correspondência com o erudito(!) na introdução e no fraseado vocal), "Archetype" e "Martyr".
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