Overload Music Fest 2015
Publicada em 12, Sep, 2015 por Marcia Janini
No dia 6 de setembro, o Via Marquês abriu suas portas para o segundo dia do Overload Music Fest 2015, evento dedicado às vertentes do metal, como o doom e o post. Passaram pelo palco neste dia de apresentações as bandas Antimatter, Mono, Novembers Doom e Paradise Lost.
A banda japonesa Mono causa impacto na fusão de estilos.... Passeando por vertentes como o doom metal em junção com elementos do ethereal, a banda post rock demonstra intenso trabalho de pesquisa musical determinado por sua grande influência na música erudita. Assim, mini suítes de melodias intrincadas e acordes preciosos como em "Death in Reverse", "Pure as Snow" e "Ashes in the Snow" surgem em intensas variações dinâmicas, traduzindo ao clássico o peso rascante de guitarras distorcidas com boa pitada de ousadia e atitude. Interessante e inovador....
Subindo ao palco por volta das 19h15, o Novembers Doom traduz logo no início de sua arrebatadora apresentação toda a fúria do metal, em "Silent Tomorrow" de melodia pesada, repleta de cromatismos, com vertiginosas e bruscas mudanças de andamento e cadência e vocais guturais.
A bateria emoldura a linha melódica das guitarras distorcidas, crescendo em cascatas, numa avalanche sonora extremamente densa, técnica, bem cuidada, demonstrando perícia e agilidade na condução instrumental de "Twilight Innocence". Os perfeitos breaks estratégicos sustentam com propriedade a força do refrão, num cadenciado perfeito. Great!
Após a execução da suave e introspectiva "Clear", com elementos esparsos no medievo e ethereal, surge a execução da intensa "Through a Child's Eyes", prenunciando a frenética e cadenciada "For Every Leaf That Falls", que apresenta aura dark eletrizante, pautada na cadência do death metal... Baixo em dub surge como contraponto à bateria, emoldurando com perfeição a resposta das guitarras, rascantes e duras.
"Serenity Remembered" com seu denso andamento ralentado, traduzindo em sua cíclica e simples estrutura melódica a delicadeza da temática sem descambar na obviedade, antecede as intensas "Autumn Reflection" e "Of Age and Origin (Part 2)" que encerra a passagem da banda pelo festival. Perfeito!
Subindo ao palco por volta das 21h o Paradise Lost, a aguardada atração da noite, já inicia sua apresentação com a execução de um grande hit, a canção "The Enemy", com intensa participação dos presentes.
A execução de "No Hope in Sight", de introdução suavizada para vocal gutural e melodia repleta de cromatismos e bateria cadenciada, em breaks estratégicos e intrincada composição melódica, emoldurado pelas guitarras altas, etéreas, proporcionando aura de charmoso mistério à melodia, traduz mais um momento especial ao show.
Em "Gothic", a bateria cadenciada e os glissandos das guitarras em alta distorção, além do belíssimo vocal feminino (em sample) remetem ao universo dark wave, sem perder a base no doom metal. Interessante e inusitada fusão de estilos que enriquece a melodia, repleta de variações dinâmicas. Intenso!
Após a execução de "Tragic Idol", com influências no classic metal e hard rock, "Erased" explora cadência e andamento nas vertentes do dark wave e ethereal, antecedendo "True Belief", que traduz na cadência heavy e no andamento ralentado a fórmula de uma canção em tudo pautada no clássico, nas origens do metal, em mais um grande instante do show.
A introdução em guitarras distorcidas e bateria cadenciada, traduz à suavizada balada "Victim of The Past" grande teor de dramaticidade, emoldurando a letra de temática introspectiva, sombria. Baixo em dub como contraponto completa a inusitada beleza agressiva da melodia.
Na execução de mais um grande sucesso, surge outro grande ponto de identificação do público com a banda... Explorando o campo harmônico do classic metal, com esparsas pitadas de elementos extraídos do universo doom e ethereal na conversão ao refrão e fraseado vocal malemolente, "Hallowed Land" traduz mais uma excelente passagem do espetáculo.
Para o momento do bis, foram reservados grandes sucessos da carreira como "An Eternity of Lies", "As I Die" e "Say Just Words".
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