Mix Festival 2014: Caldeirão de Influências e Estilos Variados
Publicada em 30, Sep, 2014 por Marcia Janini
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Nesta edição, o festival anual de uma das mais importantes rádios voltadas ao público jovem do país traduz mais uma vez o que é sucesso em aproximadamente dez horas de muita música e descontração. Trazendo atrações como Emicida, Projota, a polêmica Anitta e Malta, Awolnation, o Rappa e Jota Quest, a rádio realiza um interessante mix de tendências e estilos, onde veteranos dividem o palco com as mais novas revelações da música pop.
Após a abertura realizada por Emicida e Projota, que faz participação abrindo a apresentação da funkeira Anitta, em momento voltado às sonoridades street como rap, hip hop e o funk melody carioca, a organização demonstra versatilidade e senso democrático ao abordar também as tão discriminadas vertentes da sonoridade da periferia.
Esbanjando sensualidade, a carioca Anitta realiza sua apresentação na batida forte do funk, trazendo também elementos do charme e outras vertentes black em suas canções repletas de alusões ao cotidiano das relações de genêro. Com coreografias ousadas e extremamente sensuais, a cantora de vocal sedutor e suas bailarinas mostram de forma irreverente a liberação feminina.
Subindo ao palco com rock ballads, pautado nas vertentes hard, explorando muita suavidade, Malta traduz sonoridade pautada nas vertentes clássicas sem perder o foco e a objetividade do moderno e inovador.
O grande hit "Vai Ser Assim" traduz na deliciosa balada andamento ralentado, com o cadenciado da bateria e a vitalidade das guitarras distorcidas em afinação padrão, aliadas a letra introspectiva e ao vocal grave, com acento suavemente rouco, em característica que propicia ao intérprete maior charme e certo ar sedutor. Muito interessante.
Em apresentação linear, a banda apresenta já uma certa maturidade, compondo estilo próprio, onde as suas visíveis influências surgem apenas emoldurando as melodias, em sua maior parte muito criativas.
Após o inspirado cover de "We Will Rock You" (sucesso do Queen), a canção "Super Nova" encerra a apresentação em grande estilo, apresentando sonoridade moderna, criativa e inusitada, abordando variadas vertentes do rock e até esparsos elementos de sonoridades 70´s como a disco music no andamento contagiante e rápido do refrão.
Subindo ao palco por volta das 17h15, os ingleses do Magic! já iniciam sua apresentação de forma arrojada e descontraída, na cadência do reggae.
Malemolentes e cheios de bossa, principiam o show com a ensolarada "Mama Don´t Raise", repleta de braks estratégicos e vocalizes inspirados na conversão do refrão. Interessantíssima a sonoridade!
A gostosa "No Evil", traduz a alegria clássica do reggae com o delicioso acento urban inglês.... A cadência ralentada e a suavidade explorada pelos vocais remete ao pop 80´s de bandas como The Police. Perfeito!
Em "No Way No" o ragga clássico domina a melodia que apresenta baixo e bateria em dub, acompanhados pela guitarra rascante em tonalidade wah. Bom momento da apresentação!
Mais um momento bom da apresentação, o cover de Master Blaster (Jamming), imortalizado nos anos 80 por Stevie Wonder, demonstra de forma suave e descontraída as influências da banda, de acento mais clássico.
Constaram também do show da banda os sucessos "Paradise", "Don´t Kill the Magic", "Rude" e a versão inusitada para "Girls, Jus´t Wanna Have Fun" de Cyndi Lauper.... Ousados e extremamente felizes em atualizar este grande hit!
Após a vinheta introdutória pautada no eletrônico, os mineiros do Jota Quest sobem ao palco por volta das 18h30, apresentando seu mais novo sucesso "Mandou Bem" um groove dançante fundido nas bases do pop rock. A deliciosa bateria cadenciada marca contraponto com o baixo em dub e a guitarra em riffs distorcidos. Jovialidade à toda prova.... Esparsos elementos eletrônicos remetem à robótica 70´s na conversão dos refrões... Letra descontraída, de refrão poderoso emoldura com propriedade a intensa melodia. Genial!
Com introdução sampleada surge o grande hit "Na Moral", mantendo a atmosfera festiva da apresentação. Nota para o belíssimo trio de metais e backing vocals em afinação soul. Perfeito!
Outra canção da nova safra, "Um Tempo de Paz" também explora sonoridade pautada na fusão entre o dance 70´s e o pop rock atual.... Mais uma letra reflexiva, repleta de auto-astral e mensagens positivas, seguida pelo dançante groove de sucesso "Encontrar Alguém".
Após a versão tão personalizada para o clássico de Lulu Santos "Tempos Modernos", com a marca Jota Quest, a interpretação de "O Sol" marca um momento de introspecção na calorosa apresentação.
A sempre agitada e descontraída "Sempre Assim" traz como vinheta introdutória "Funky Funky Boom Boom" título do atual trabalho da banda que privilegia o groove, o soul, o funk e outras vertentes da black music, numa perfeita e dançante fusão com o pop!
Constaram também do set list da apresentação os sucessos "Só Hoje", "Dentro de Um Abraço", "Waiting For You" e "Do Seu Lado".
A banda indie de rock eletrônico Awolnation sobe ao palco por volta das 20h, iniciando seu show com as execuções de "People" e "Not Your Fault".... Canções exploram a sonoridade do hardcore, com esparsos elementos eletrônicos. Criativos e modernetes, traduzem ar descontraído às suas canções.
Extremamente versátil, seu vocalista alterna entre tonalidades muito agudas, típicas de vertentes do metal até tons medianos de grande suavidade.
A interessante "Jump" explora elementos do country e reggae na junção com o pop rock, em uma melodia intensa, diferenciada, com reforço de bass na bateria e arranjos intrincados das cordas.... Baixo em dub realiza bom contraponto. Teclados e sintetizadores traduzem atmosfera densa às melodias.
"Kooks Everywhere" traduz a modernidade de uma canção na cadência do punk rock, determinada pela bateria frenética, com o andamento ralentado das guitarras e do vocal em acordes solapados, explorando fraseado próximo ao hip hop, com agudos profundos dignos do trash metal, tudo isto aliado ao refrão em cacófato. Inusitado e diferente!
Em tonalidades minimal na introdução, "Kill Your Heroes" apresenta andamento constante, pautado em vertentes clássicas do rock, seguida pela explosiva "Soul Wars", de andamento acelerado e breaks estratégicos, reforçando o apelo do refrão.
Com introdução densa e introspectiva, pautada no eletrônico de sintetizadores, surge a açucarada balada, "All I Need".... Cacófatos no fraseado vocal do refrão sugerem maior musicalidade, causando efeito sonoro diferenciado no fraseado vocal. Acordes suspensos do sintetizador determinam gravidade solene à melodia.
Uma das mais aguardadas atrações do Festival, O Rappa sobe ao palco por volta das 21h30, com vinheta introdutória desenvolvida com maestria pelo experiente DJ, que explorou variadas vertentes do universo black, de hip hop a charme, passando pelo rap.
Falcão já entra agitando o público com seu costumeiro carisma, ao som de "A Todas as Comunidades do Engenho Novo", na fusão entre o hip hop e elementos do reggae.
Na cadência malemolente o grande sucesso "Lado B/ Lado A", coloca os presentes para dançar e descontrair, seguido por "Meu Mundo É O Barro" num dos momentos mais destacados do show.
Com andamento acelerado na introdução, a dançante "Boa Noite, Xangô", na cadencia do groove, com elementos de soul determinados pelos samplers de metais, marca outro bom momento do espetáculo.
"Homem Amarelo" surge emoldurado por forte luz amarela num belo trabalho da cenotécnica, explorando a cadência gostosa da melodia, ascendendo para o ragga em fusão com rock no refrão e fraseado vocal ágil do hip hop.
Com introdução e andamento suavizado "Auto Reverse" apresenta sonoridade em dub, realizando perfeita introdução para a soul/funk "Monstro Invisível" consistente em cadência e andamento, sugerindo estrutura em movimentos cíclicos. Mais um ponto forte da apresentação.
Além destes sucessos a banda apresentou também outros grandes hits de sucesso como "Pescador de Ilusões", "Reza Vela", "Mar de Gente" e "Me Deixa".
Encerrando as apresentações da noite, o Set DJ de Carlo Dall´Anese e Shameless, com início por volta das 23h00, foi excelente pedida para o público dançar e se divertir já no finalzinho do festival, com performance arrojada e moderna, trazendo todas as principais tendências do eletrônico da atualidade.
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