Léo Jaime Comemora 30 anos de Carreira em São Paulo
Publicada em 23, Aug, 2014 por Marcia Janini
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Na noite de quinta-feira, 21 de agosto, o cantor e compositor Léo Jaime, ícone no cenário do pop rock nacional, apresentou show da turnê comemorativa de seus 30 anos da carreira no HSBC Brasil, com início por volta das 22h15.
Abrindo o show, o grande sucesso "Conquistador Barato", executado em versão fidedigna à gravação original, contou com o afinadíssimo trio de metais, composto por sax tenor, trompete e trombone de vara. Léo Jaime surge cheio de energia e vitalidade, em excelente forma, demonstrando seu enorme carisma e talento, determinado pelo seu sedutor timbre vocal.
O grande sucesso "As Sete Vampiras" surge em versão modernizada, com elementos do reggae e andamento suavizado, emoldurado pelo belo trabalho do teclado. Digna de menção a participação excelente do baixo em dub na execução desta canção, realizando belo contraponto à bateria de acento gostoso e ralentado.
"Solange (So Lonely)", versão para o clássico de The Police, surge na malemolente e deliciosa cadência do reggae, também apresentando versão similar ao original em mais um momento especial do show. A exímia perícia da bateria, nas conversões perfeitas da finalização determinaram tonalidade toda especial.
Relembrando canções importantes do início da carreira, o cantor executa a releitura para "Pop Star", de João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, seguida por "O Pobre", composição de Léo Jaime e Herbert Viana, majestosa nos acordes iniciais determinados pelo experiente trio de metais.O desenvolvimento suave na deliciosa cadência do rag time, apresentou esparsos acordes do teclado nas conversões ao refrão, suavizando a melodia para a letra bem humorada, em um excelente momento do espetáculo.
O perfeito pout-porri de canções relembrando a Jovem Guarda, traz a junção de três grandes clássicos de Roberto e Erasmo Carlos em "Quando", "Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo" e "Eu Te Darei o Céu", numa bela releitura, executada com a maestria do belo trio de metais, e a presença do teclado, em acordes característicos às canções do período, aliados à poderosa versatilidade vocal do intérprete.
"Sou Uma Criança" surge com o delicioso andamento do rockabilly, exibindo condução precisa e técnica da bateria bem pontuada, em junção com o preciso trio de metais e a marcante presença do teclado.
Trazendo a especial convidada Luíza Possi de timbre aveludado e envolvente para segunda voz em "Preciso Dizer Que Te Amo" e "Mensagem de Amor", Léo Jaime realiza grata surpresa ao público, ao ampliar a qualidade estética das canções, traduzindo além do romantismo impresso nas letras atmosfera de velada sensualidade, bem representada mais uma vez pelos fantásticos metais e pelos acordes suaves da guitarra, em um acompanhamento perfeito.
Mantendo o clima introspectivo e delicado das canções anteriores, a execução de "Gatinha Manhosa", emoldurada suavemente pelo teclado de notas suspensas apoiando o suave vocal apresentado pelo cantor, faz deste um dos momentos mais belos da apresentação. Nota para o solo de guitarra próximo à finalização da canção.
"Nada Mudou", surge com suaves modificações, determinadas pela tonalidade aguda apresentada nos metais e no teclado. Digna de menção a bela performance individual do sax tenor em solo inspiradíssimo, angariando aplausos da plateia.
Relembrando um dos maiores momentos de sua carreira, o cantor executa a canção título de seu filme lançado em meados de 1985, "Rock Estrela", em versão fidedigna. Extremamente carismático, o cantor surge em inspirada performance. As guitarras distorcidas em afinação alta determinam um dos momentos mais rock n´roll de toda a apresentação. Fabuloso!
Continuando a explorar tonalidades mais voltadas ao rock de linhas hard, a execução de "Maior Abandonado", composição de Cazuza, seguida por "Bem Me Quer" e "Chega Mais", canção imortalizada pela voz de Rita Lee no final dos anos 70, também representaram pontos altos do show.
Demonstrando ainda outras sonoridades e universos musicais influentes em sua carreira, Léo interpreta "Chocolate" e "Gostava Tanto de Você", clássicos da soul music brasileira traduzidas por Tim Maia em releituras cheias de carisma, de andamento acelerado, explorando esparsos elementos da disco music, determinadas pela festiva bateria e pelos metais.
Novamente Luíza Possi sobe ao palco para dividir os vocais de "Fórmula do Amor", interpretada originalmente por Paula Toller. Interessante a versão apresentada, mostrando o importante encontro de gerações musicais, de estilos e sonoridades distintas, num entrelace impactante. Cheia de bossa, Luíza agradou em cheio o exigente público. Excelente momento de finalização do espetáculo.
Para o momento do bis, o cantor trouxe como surpresas a bela e dorida "A Vida Não Presta" e a polêmica "Sônia", canção censurada pelo DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas) no período da Ditadura Militar em sua versão original e sem cortes.
Nesta apresentação, todas as fases e influências sonoras determinantes à carreira de Léo Jaime foram contempladas, para deleite de seus fãs, em um espetáculo de grande qualidade estética, pautado pela descontração.
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