Dinossauros Do Rock Progressivo Em São Paulo: Yes
Publicada em 09, Jun, 2013 por Marcia Janini
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No último dia 23 de maio, a lendária banda de rock progressivo Yes apresentou-se no HSBC Brasil, em show da turnê comemorativa de aniversário de lançamento de três de seus mais emblemáticos álbuns “Close To The Edge”, “Going For The One” e “The Yes Álbum”. Os trabalhos, apresentados na íntegra marcam a histórica apresentação, para deleite dos fãs.
O simples aparato cênico demonstrou apenas telão de fundo exibindo imagens esparsas de representações de ambientes naturais, alem de grafismos e mandalas, em cores fortes e brilhantes, bem ao gosto do psicodelismo.
A grandiloqüente abertura apresenta o excerto de “Firebird Suíte”.
Durante a apresentação elementos do blues, com o delicioso ar psicodélico, surgem determinados pelo baixo de Chris Squire e guitarra de Steve Howe em dub.
O acompanhamento suave da bateria de Alan White realiza o perfeito contorno das nuances melódicas, seguida pelo teclado de Geoff Downe, emoldurando com perfeição a melodia, preenchendo-a de lindos ornamentos.
Traduzindo por vezes atmosfera densa com sonoridade dos órgãos Hammond, o teclado de Downe prima pela perfeita demonstração de agilidade e técnica, passeando por várias sonoridades, andamentos e cadências
A guitarra de Howe explora cromatismos em sonoridades viajantes, com solapados e glissandos determinando a tônica.
Nota para o incrível vocal de Jon Davison, em excelente forma, perfeitamente afinado, apresentando a exploração de oitavas altas, com seu personalizado timbre agudo de grande beleza estética, em modulações perfeitas.
As introduções das canções surgiam em pianíssimo e apresentavam elementos de sonoridades extraídas da new age, representando sons da natureza. Esparsos toque de címbalos auxiliavam na composição desta suave e envolvente atmosfera.
O coro, geralmente a duas ou mais vozes, remetendo aos cantochões e motetos, surgem suaves, demonstrando toda a técnica vocal destes grandes intérpretes.
Polifônicas, as composições apresentam fortes variações dinâmicas e alternância de movimentos, repletas de dissonâncias, melismas e cromatismos.
Instrumentos diferenciados como a gaita, representando o universo do folk celta, em estrutura de rondó, brinca com o tradicional cancioneiro, traduzindo alegria, graça e suavidade às melodias, assim como a presença de washboard, executado de maneira bastante não convencional, reinventa os acordes de blues e soul, com forte liberdade e criatividade.
Nos entrudos, a fusão de variados e alegres elementos sonoros, permeados pelo baixo em dub determinando as variações dinâmicas, contrapondo-se à bateria remetem ligeiramente à sonoridade indiana das cítaras, no movimento dinâmico da curva ascendente.
Desta forma, os grandes clássicos da banda surgiram em fidedignas versões, relembrando com grande propriedade os bons tempos do rock progressivo.
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