Progressivo Sinfônico no Carioca Club: Focus
Publicada em 20, Mar, 2012 por Marcia Janini
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Com ínicio às 19h30 da noite de sábado, 17 de março, os holandeses do Focus, liderados por seu mentor Thijs van Leer, realizaram belíssima apresentação na badalada casa de espetáculos paulistana.
O espetáculo inicia ao som de densa introdução no órgão, remetendo nos vocalizes ao canto gregoriano. Nesta balada bem pontuada, harmônico solo de guitarra surge em uníssono com o órgão, com bateria e baixo em tonalidade suave, realizando o acompanhamento. Na cadência do blues, com ascendências no clássico e no soul, trouxe rica dinâmica à canção. A míni suíte formada nesta incrível melodia, dividiu-se em generosos três tempos. Na finalização entre os tempos distintos da canção Leer, além de seu indefectível órgão, surge com todo o charme do folk determinado pela flauta transversal. Após a incrível finalização da bateria de Pierre van der Linden, a melodia verticaliza em seus últimos acordes para a cadência passodoble, arrematada por perfeitos vocalizes.
Em incríveis viagens aos sentidos, suaves, leves e clássicas, algumas canções interpretadas traduziram arranjos de tendências célticas, especialmente nas introduções, ascendendo para o rock sinfônico, totalmente voltada para a erudição musical, onde o órgão simula com grande propriedade outros instrumentos (como o piccolo), em interpretações de exímia perícia e capacidade técnica, aliadas ao inegável carisma dos integrantes da banda.
Os bem colocados vocalizes, demonstrando todo o talento e arrojamento da incrível capacidade vocal de Leer, um barítono versátil, de timbre diferenciado e fraseado ligeiro, apresenta-se como importante recurso dentro da apresentação, num verdadeiro show à parte...
Durante o espetáculo, cada instrumentista realizou performances solo, sendo genial a inserção do baixo em boo-wop, em cadência blueseira, precedendo com algum tempo de antecedência os arranjos medianos e agitados adotados pela disco music.
Do seleto repertório que encerrou os maiores sucessos da carreira, constaram “House of the Kings”, “Sylvia” e, como não poderia deixar de ser, o seu maior sucesso “Ocus Pocus”.
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