CPM22 fala sobre sua carreira e nova turnê
Publicada em 08, Oct, 2017 por Marcela Antunes
No sábado do dia 30 de Setembro, o CPM22 realizou o show de gravação de seu DVD, da turnê do seu novo álbum, Suor e Sacrifício.
O Musicão teve a oportunidade de entrevistar o líder e vocalista da banda, Badauí, que segue em estrada com o CPM22 há 22 anos. Confira a entrevista completa:
MUSICÃO: Como foi o processo de criação do álbum "Suor e Sacrifício"?
BADAUÍ: Foi bom porque estávamos nos preparando pra lançar esse álbum em 2016 e por conta da apresentação que fizemos no Rock in Rio, a gente acabou atrasando um pouco e ficou muito em cima pra lançar em 2016. Mas a gente já estava com muita coisa pronta, então quando a gente ganhou esse respiro de tempo, a gente segurou um pouco a ansiedade, mas ao mesmo tempo, lápidou bem mais o repertório e foi melhor ter lançado em 2017.
MUSICÃO: Never Going To Be The Same é a primeira letra autoral em inglês do CPM22 e queremos saber como foi a experiência de gravar com Trever Keith (vocalista da banda de punk rock americana, Face To Face)
BADAUÍ: Ah, foi muito bom né cara porque o cara é um ídolo pra gente. É uma banda que a gente considera, é uma banda que ajudou a determinar nossa identidade nos anos 90, essa linha mais melódica e aquela cena californiana. Face to Face é uma banda que a gente admira muito, só tem disco foda, muita musica boa, letras boas. Então a gente sempre viu os gringos que criaram o punk rock, mais distante, ver os caras tratar a gente de igual pra igual, respeitando o tamanho da banda, mesmo cantando em português. E pra nossa surpresa o cara não quis só participar do disco, ele quis fazer a letra, pra gente foi muito foda isso. Agora que criamos uma amizade com um verdadeiro ídolo, esperamos de repente projetar uma turnê junto.
MUSICÃO: Como o CPM tem se mantido na cena durante 22 anos?
BADAUÍ: Com tanto tempo de carreira, a gente já passou por tudo no país, tanto em relação ao que diz respeito a arte e a música, como mudança econômica e política no Brasil, porque isso acaba refletindo na agenda de shows, no investimento da gravadora, então a gente tem que se adequar. E também, a mudança de consumo de música mesmo, das novas gerações, de interesse por arte, seguindo sempre ondas mais populares, ás vezes até, sei lá, música mais vazia. Isso sempre teve mas o rock sempre teve muito mais força do que tem hoje porque tinha um cronograma mais pré-definido antes da internet, as bandas se uniam, montavam festivais, faziam coletânea junto. Hoje em dia com a internet, todo mundo quer lançar uma coisa atrás da outra e ninguém acaba se aprofundando em nada, então acaba meio que se separando e ficando distante uma banda da outra, e não forma uma cena forte. Isso é prejudicial. Não tem renovação e aí não tem interesse das gravadoras e não chega nas rádios.
MUSICÃO: Pra finalizar, você tem alguma faixa do novo álbum, como favorita?
BADAUÍ: Eu gosto muito da Combustível, Honrar Teu Nome, óbvio, que eu fiz pro meu pai. Gosto da Todos Por Um que é bem a linha de punk rock que eu to ouvindo hoje em dia, e gosto de Linha De Frente também, acho muito foda. Todas essas vão ter no show hoje
A banda lotou a casa de shows, Audio Club em São Paulo com seus fãs que já deixaram bem claro o quão fiéis são ao CPM22.
Com um show muito bem preparado, e com um setlist onde a banda soube intercalar seus novos sucessos com os antigos, como Regina Let's Go, Não Sei Viver Sem Ter Você, Dias Atrás, ninguém ficou parado na gravação do DVD.
Badauí e seus companheiros finalizaram o show de uma hora e meia, com seus dois maiores sucessos, Irreversível e Um Minuto Para O Fim Do Mundo, deixando seu público muito mais que satisfeito com a apresentação.
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