Eles querem sempre mais
Publicada em 30, Mar, 2007 por Filipe Jahn
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A presença de um grupo de rock poderia ser estranho. Era o Dia do Voluntariado em Osasco, e o evento, que acontecia no colégio Campezina, trouxera shows de pagode, apresentações de capoeira, lanches e refrescos para um público jovem que jogava futebol, volei e, provavelmente, ainda assistia a desenhos. Mas a banda Banzé! resolveu apostar, e aceitou o trabalho. Por quê? Como disseram depois em entrevista, nem eles sabem ao certo qual seria seu público. O trio ganhou fama depois de ganhar em 2006 o prêmio da MTV por clipe de banda indepentente, com a música Doce Ilusão, e está promovendo o primeiro disco lançado, <b>De pernas pro ar</b>. A apresentação seria assim mais uma oportunidade de divulgação, para seja lá qual for o público deles.
O show teve a pontualidade brasileira de sempre, e começou com meia hora de atraso. O grupo de capoeira, escalado para se apresentar antes deles resolveu esticar ao máximo sua performance, com canções de samba. E a garotada gostava. Foi possível notar a cara de desgosto em alguns, quando tiveram que terminar. Parecia que o lado dos roqueiros tinha complicado mais um pouco. Então, logo os primeiros acordes soaram, a Banzé! passou a desfilar as músicas do álbum. Sem covers. Agradar pela própria força. O pessoal presente começou a observar de longe, prestando atenção mais nos intrumentos do que na música. Quem com 14 anos não tem o sonho de ter uma banda?
Aos poucos o público foi chegando mais perto. Aceitaram o pedido do vocalista e guitarrista Thadeu Meneghini, - Chueguem mais perto!- até que pôde se perceber a capacidade sacolejante da música. Geralmente é assim. Primeiro os pés escutam, e vão em um sobe e desce de acordo com o ritmo. Então a vibração sobe pelo corpo. As mãos caem até a altura da cintura. A cabeça relaxa, balança tímida. Os olhos se perdem por aí. Do nada as mãos levantam, sacodem, e como imãs, levam a cintura junto. Agora é tarde. Você já está dançando.
Sem esperar muito, a Banzé! viu as pessoas presentes se soltando aos poucos, até que balançavam – no ritmo ou não – ao som de suas músicas. No final um concurso relâmpago premiou com um cd da banda o maior (não melhor) dançarino da noite. Desculpem. Do dia... Shows costumam ser à noite. Mas, para quem não sabe qual poderá ser seu público, com certeza esse trio encontrou um.
<a href='noticia.php?c=8&a=554&t=entrevistacomabandabanze'>Confira aqui a entrevista com o Banzé!</a>
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