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Coberturas de shows

C6 Fest: Dia 1

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Publicada em 20, May, 2024 por Marcia Janini


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Na tarde do último sábado, 18 de maio, o Parque do Ibirapuera recebeu a segunda edição do C6 Fest, trazendo expoentes do pop com especial ênfase em estilos black e urban representados por bandas oriundas de vários países, trazendo diversidade musical.

Subindo ao palco Heineken por volta das 15h30, abrindo as atrações do primeiro dia, os cubanos do Cimafunk chegam trazendo seu funk clássico, cheio de malemolência e swing.

Como diferencial o duo de metais muito bem pontuados pelas belíssimas Hilaria Cacao no trombone de vara e Katy Cacao no sax tenor, traz o apelo firme da conga latina determinada pela brilhante percussão dos atabaques de Machete aliados à suavidade do afoxé de cabaça de Big Happy.

Grooveiro, o baixo em dub de Caramelo marca andamento e constância na dançante cadência, com forte influência na sonoridade africana tribal para a introdução. "Aprende la conga, refrão "se acabou"(repetição).

Na deliciosa cadência do funk, bem pontuada pelos exímios teclados de Arthurito el "Wao" em arranjos de grande beleza, aliado ao brilhante duo de metais que traz na finalização a fusão com a salsa latina, "Funk Aspirin" apresenta em toda a sua técnica o firme vocal de Cimafunk seu carismático frontman.

Com elementos eletrônicos em minimal na introdução, surgindo como bons efeitos verticalizadores na introdução, "Me Voy" traz o fraseado vocal ágil do rap. Nota para as perfeitas conversões da bateria de Dr. Zapa que mantem em sua condução a cadência gostosa da sonoridade latina, em intenso diálogo com a percussão dos atabaques de Machete.

Com a introdução bem marcada pelo baixo em doom, dialogando com a guitarra fluida de Bejuco, "Rómpelo" chega trazendo a fusão da cumbia ao americano funk... Nos sintetizadores, acentos de soul e r&b emolduram o descontraído fraseado vocal, que denota energia extra à letra.

Trazendo o acento do soul no funk bem representado pelo exímio desempenho do duo de metais, que surge explorando tessituras altas, em resposta à firme percussão e aos animados e rumbeiros arranjos do teclado, "Caramelo" apresenta mais um dançante momento na apresentação da banda.

Primeira atração da Tenda Metlife, Jaloo traz seu pop nacional com influência em sonoridades urban como o rap e o charm...

Introspectiva e autobiográfica, "Last Dance" traz na charmosa cadência ralentada desenvolvida pela bateria em diálogo com o baixo em contraponto, uma melodia suavizada.

Trazendo a forte dinâmica da bateria cadênciada, surge a dançante "Q.S.A" muito bem representada pelo corpo de baile, em uma coreografia fluida e levemente sensual. Descontraída a letra se apoia nos dançantes samplers dos sintetizadores, que ascendem para cadência frenética na finalização.

Dividindo os vocais com Gabi Amarantos, a suave "Chuva", traz a tradição do carimbó e siriá paraense na junção com a sonoridade pop eletrônica.

Trazendo a sonoridade dançante do tecnobrega que a alçou a categoria de uma das maiores expoentes do estilo, Gabi surge em "Não Vou te Deixar" com seu firme vocal grooveiro em meio à cadência marcante e suavizada do techno na junção com a brasilidade em looping bem determinada pelos samplers dos sintetizadores.

No espaço Pacubra, montado em prédio contíguo ao Pavilhão da Bienal, o excelente DJ P8, realiza discotecagem a partir das 16h00 trazendo o que de mais moderno têm se produzido em música eletrônica, voltando no tempo e trazendo também a deliciosa sonoridade garage, tão comum em final dos anos 90, aliada a acentos do dançante trance.

Atração da Arena Heineken, subindo ao palco por volta das 17h00, a nigeriana Ayra Starr chega trazendo sua sonoridade pop baseada nas vertentes da black music e do urban, em canções descontraídas e dançantes.

Trazendo a junção da sonoridade caribenha da percussão ao fraseado vocal do rap e ao jazzístico sax tenor em afinação alta, "Control" chega trazendo ainda os bem posicionados samplers de MC DJ, na junção com os vocalizes da intérprete e a simplicidade e efusão de seu corpo de baile, em coreografia atual.

Grooveiro, o baixo surge na introdução em firmes acordes, que permeiam toda a melodia de "21" contando com o apoio firme do vocal de MC DJ, em junção com a graciosa interpretação de Ayra na cadência suavizada do charm. Em arranjos melodiosos, o sax tenor emoldura os vocais nas conversões ao refrão.

Em mais um bom momento da apresentação, com o apoio marcante da percussão em acentos que remontam ao tribal africano, aliado ao charm, surge "Santa". Em mais um brilhante momento de sua performance vocal, Ayra explora agudos intensos nas finalizações, trazendo diferencial ao seu timbre vocal naturalmente grave e aveludado. Bom momento da apresentação. Ascendendo para a latinidade da rumba, a melodia traz bom diferencial à linear apresentação.

Em mais uma dançante fusão entre o rap, a black music e a latinidade da rumba, surge "Bad Vibes" em uma sonoridade moderna, atual, sem abrir mão do delicioso toque retrô bem pontuado pelo exímio sax tenor.

A dupla Romy sobe ao palco por volta das 18h00 na tenda Metlife, trazendo o dançante som pop da dance music, em descontraídas composições.

Em "Did I" a cadência marcante da pulsação dos sintetozadores em minimal trazem ambientação diferenciada, apoiando o suave vocal. Aliando-se ao sampler em looping, o DJ complementa com a bateria eletrônica, para uma melodia moderna, de acentos arrojados.

Na introdução pulsante a duas mãos no comando do mixer, surge "Ariana x Binary Finary" em playback e trilhas pré-gravadas... Diferente momento da performance da dupla, onde surgem sampleando a canção.

Mais uma performance interessante surge na execução da introspectiva "Always Forever" onde Romy realiza interessante releitura para "I Love You Always Forever" (Donna Lewis) sucesso dance da década de 1990, trazendo o delicioso acento retrô para a apresentação.

Na introdução com o suave dedilhado em minimal dos teclados, permeando o vocal de timbre suave, porém firme de Romy, surgem os primeiros acordes para a soft "Loveher" que ascende para cadência suavemente dançante.

Nos momentos finais de sua discotecagem, o DJ P8 traz "Everybody Dance" (Chic), clássico da disco music na junção com canções da atualidade em acentos retrô, trazendo as origens da música eletrônica para o festival e para o espaço Pacuba, finalizando com a clássica "Last Night a DJ Save My Life"(Indeep), clássico post-disco da primeira metade dos anos 80, emendando com "Dancing Queen" (ABBA) mostrando suas influências e intenso trabalho de pesquisa musical.

Na virada, entra a equipe Pista Quente, trazendo a música popular brasileira da década de 1970, em dançantes grooves na fusão com esparsos elementos da sonoridade latina.

Na sequência, samplers de "I Feel Love" e das criativas invenções de Giorgio Moroder, o pai da disco music, aliam-se ao emblemático Cerrone em "Supernature" em meio a samplers futuristas, ascendendo para o groove do freestyle, em alucinante cadência, demonstrando grande conhecimento técnico e versatilidade.

Subindo ao palco da tenda Metlife às 19h20, o Soft Cell traz sua new wave e synthpop iniciando sua apresentação ao som de "Memorabilia" seguido pela divertida "A Man Could Get, Lost".

"Happy Happy Happy" canção introspectiva e suave, chega marcada pela cadência consistente estabelecida pelos samplers dos sintetizadores de Philip Larsen, ascendendo suavemente na conversão ao refrão para atmosfera suavemente dançante.

Trazendo uma canção da safra mais recente, Marc Almond e banda entoam os primeiros acordes de "Monoculture" uma canção dançante lançada em 2002, pautada na house music com deliciosos efeitos retrô nos sintetizadores que remontam ao synthpop.

Na sequência, surgem dois grandes clássicos "Bedsitter" e "Torch" como pontos altos da apresentação.

Em dançante cadência, surge a sonoridade house de "Insecure Me", que traz no cadenciado ágil dos sintetizadores e no diálogo com o sax alto de Gary Barnacle o grande diferencial para esta canção.

Mais um clássico, o suave hino de "Loving You, Hating Me" arranca entusiasmados aplausos do público, que entoou junto com Almond os versos da canção.

Trazendo cadência ralentada "Seedy Films" marca bem o fraseado vocal de Marc, apoiado com grande propriedade pelos afinadíssimos backing vocals Bryan Chambers e Kelly Barnes com quem gentilmente divide os vocais, para mais um grande momento de sua apresentação.

"Nostalgia Machine" mais uma dançante e descontraída canção de safra mais recente, lançada em 2022, surge num delicioso convite à dança, seguida pela ágil "Chips on My Shoulder" permeada com graça pelo blueseiro sax tenor de Gary Barnacle, que realiza interessante diálogo com o sintetizador, traduzindo um maroto acento latino na composição de andamento frenético. Bom momento da apresentação.

Outra divertida canção dos primórdios da carreira na cadência gostosa do synthpop, "Sex Dwarf" surge marcada pelo acento latino desenvolvido pelo sax tenor na junção com as bases rítmicas do sintetizador de Philip Larsen.

Após o hit "Tainted Love" em medley com "Where Did Our Love Go?", ponto alto do show, Marc encerra sua passagem pelo

festival ao som do hit "Say Hello, Say Goodbye", com os emblemáticos pink flamingos em neon no ciclorama, ambientando uma das mais emblemáticas canções da carreira de Marc Almond, remontando a aura do álbum "Non-Stop Erotic Cabaret" (1981), álbum de estréia que os lançou ao estrelato. Importante alusão ao tema!

Subindo ao palco da Arena Heineken por volta das 20h00, o Black Pumas traz seu clássico som baseado em vertentes da black music, como o charm, o soul e o funk.

Trazendo o charmoso romantismo do charm, em uma inspirada interpretação onde os vocais femininos de Angela Miller e Lauren Cervantes brilham com intensidade, surge "Know You Better" canção suave de andamento ralentado trazendo o belíssimo instrumental soul aliado ao cânone das aveludadas vozes. Amazing!

Trazendo a cadência gostosa do charm com acentos no soul, "Black Moon Rising" traz os bem pontuados backing vocals de Angela e Lauren aliados ao belíssimo trabalho instrumental, onde a bateria cadenciada de Bidwell encontra resposta nos samplers dos sintetizadores e no baixo contrapontístico de Brendan Bond, em doom. Grande momento da apresentação!

Com seu diferenciado vocal Eric Burton traz mais uma interpretação inspirada na introdução da blueseira "Angel" muito bem pontuada pelos acordes doridos extraídos da guitarra de Adrian Quesada. No acompanhamento denso, de andamento lento, o baixo de Brendan surge com reforço de bass, para mais um lindo momento da apresentação, no afinadíssimo cânone vocal destes grandes intérpretes.

Ascendendo para o delicioso groove com acentos 70's, em uma deliciosa sonoridade retrô, "Stay Gold" chega trazendo o gostoso balanço funk. O duo de percussão formado pela bateria de Stephen Bidwell e pelos atabaques traduz à aura black, apoiada pelos charmosos teclados hammond de JaRon Marshall permeando suavemente a melodia, com acordes diferenciados nas conversões ao refrão, mais um excelente momento da aguardada apresentação da banda. Amazing!

Assim termina o primeiro dia de festival, que traz ainda como atrações a apresentação de 2ManyDJs na Tenda Metlife e discotecagens de Fausto Fawcett e Valentina Luz no palco Pacubra.


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