Seal em São Paulo
Publicada em 30, Sep, 2019 por Regiane Donadi
A capital paulista é um deleite para quem ama entretenimento, afinal, sempre tem alguma coisa acontecendo em algum lugar, independente do dia ou da hora, mas especialmente em ano de Rock in Rio tudo fica frenético porque o que acontece lá reflete aqui e os fãs ganham uma chance extra de vivenciar shows incríveis, sejam em estádios ou ginásios.
Dessa vez, São Paulo recebe a "Itaipava de Som a Sol", uma série de shows com atrações para todos os gostos, entre os dias 26 de setembro e 4 de outubro, com sede no Ginásio do Ibirapuera, que, aliás, combinou perfeitamente com essa proposta.
Depois de Weezer e Dave Matthews Band nos dias anteriores, o último domingo, 29, foi dedicado aos fãs do cantor britânico Seal, que fez uma apresentação poderosa durante duas horas para um público muito mais interessado em apreciar a música do que as redes sociais. Amém! Lógico que um ou outro fã se empolgou em algum momento, o que é compreensível, mas nada que prejudicasse a experiência como um todo e o artista fez questão de enfatizar isso em alguns momentos, para manter o foco das pessoas no "agora" e não em "ficar provando" onde estava, o que estava fazendo ou porque estava fazendo para pessoas que, provavelmente, não ligam para elas. Ma-ra-vi-lho-so.
Três músicas novas, que ainda não pertencem a um álbum específico, fizeram parte da setlist e caíram como uma luva na apresentação porque os fãs querem os hits, mas as novidades também são bem vindas. Ainda mais três de uma vez!
Seal começou com duas dessas músicas novas: "AIKIN (All I Know Is Now)", uma coisa meio rock meio blues, que faz o corpo mexer antes mesmo do cérebro querer aprender cada palavra, e "The Morning After", uma mistura bem interessante com batidas eletrônicas e muito violão, que transforma a experiência numa viagem além da imaginação. E tem maneira melhor para iniciar os trabalhos? Lógico que não!
Sempre muito atencioso, ele quis saber se todos estavam realmente bem e ficou muito feliz quando recebeu o carinho de volta: "Eu me sinto ótimo! Obrigado por perguntar."
A fila de hits não se incomodou nenhum um pouco em esperar e quando começou... não parou mais! "Dreaming in Metaphors" deixou a plateia hipnotizada e, se sentindo mais do que a vontade, Seal desceu do palco durante "Fast Changes", encostou-se na grade e não se incomodou nadinha com a aproximação de uma fã. Logo pegou na mão dela e a abraçou. E, ainda, caminhou um pouco pela pista, levando os fãs à loucura!
Voltou para o palco e, daqui para frente, o mesmo se tornou um mero detalhe. Algumas músicas foram cantadas lá e outras no meio do público: "Veja, eu AMO vir aqui e estar com vocês. Para mim, não existe eu aqui e vocês aí. Existe o NÓS. Juntos. Então vamos nos conectar".
Três hits depois... lá estava ele passeando pelo público novamente e cumprimentando quem chegasse perto, enquanto cantava a maravilhosa "Prayer for the Dying". Subiu em algumas cadeiras, para que os outros setores pudessem acompanhá-lo também. Que showman!
O momento "Iti Malia" foi em uma das músicas mais lindas de todo o repertório dele, "Love's Divine", quando a cantou abraçado a uma criança. Além de toda a carga emocional da letra, aquele abraço transformou a apresentação em algo muito mais aconchegante do que já estava.
Com essa atmosfera toda, antes de apresentar "Person in the Mirror", a terceira música nova da setlist, Seal conversou sobre os questionamentos que nós fazemos ao longo da nossa existência, a beleza das diferenças e como o amor, e somente ele, nos une apesar de tudo.
De volta ao palco pela segunda vez, "Kiss From a Rose" foi entoada como o hino que realmente é, sendo o ponto mais alto da apresentação. Em seguida, a maravilhosa "Higher Ground", cover do Stevie Wonder, fez todo mundo levantar e dançar.
Antes do bis, "Killer", "Amazing" e "Future Love Paradise" foram responsáveis por mais uma descida na pista, com cada vez mais fãs se aventurando em chegar perto do ídolo. E foi incrível ver essa interação porque o público se comportou bastaste, apesar da euforia, e proporcionou essa tranquilidade para o Seal ficar cada vez mais próximo.
No palco pela última vez, "Rebel Rebel", cover de David Bowie, deixou tudo mais rock and roll e Seal aproveitou para apresentar a banda.
E como não conseguiu ficar longe por muito tempo, no meio do público novamente, "Crazy" foi a escolha mais que perfeita para definir e fechar essa incrível apresentação super encorpada fora do festival.
Seal dá seguimento para a sua turnê com shows agendados no Chile e na Argentina.
Setlist
01 AIKIN (All I Know Is Now)
02 The Morning After
03 Dreaming in Metaphors
04 Fast Changes
05 Deep Water
06 Show Me
07 Whirlpool
08 Prayer for the Dying
09 Love's Divine
10 Person in the Mirror
11 Kiss From a Rose
12 Higher Ground (cover Stevie Wonder)
13 Killer
14 Amazing
15 Future Love Paradise
16 Rebel Rebel (cover David Bowie)
17 Crazy
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