Rumours of Fleetwood Mac em São Paulo
Publicada em 16, Aug, 2019 por Marcia Janini
O Espaço das Américas em São Paulo recebeu na noite da última quinta-feira, 15 de agosto, o celebrado espetáculo tributo ao 50º aniversário da banda Fleetwood Mac, que após passar por diversos países chega ao Brasil para breve turnê.
Durante a apresentação são intercaladas aos números musicais, em momentos específicos, gravações em vídeo que trazem Mick Fleetwood apresentando a banda para o público e discorrendo sobre a história de algumas canções, o que torna ainda mais rica a experiência dos espectadores.
Subindo ao palco por volta das 22h45, o Rumours of Fleetwood Mac já inicia sua apresentação ao som da clássica "Monday Morning", brilhantemente executada por James Harrison nos vocais e guitarra melódica.
Para "Dreams", o brilhantismo da voz de Jess Harwood em inspiradas entonações traduz o intenso trabalho de pesquisa da banda, traduzindo em fidedignos acentos e ambientação a sensual aura da melodia, em um dos pontos marcantes do show.
Na belíssima execução do bem temperado teclado e em grande interpretação vocal Emily Gervers brilha na execução de "You Make Loving Fun", traduzindo ao instante privilegiado da apresentação seu poderoso vocal grave e cheio de expressivos vibratos.
Traduzindo suavidade e delicadeza, surgem as lindas baladas "Sara" e "Songbird" em inspiradas interpretações. Nota para mais um brilhante momento da performance individual de Gervers, em preciosas modulações vocais e solfejos de grande complexidade técnica, acompanhando-se com enorme maestria ao teclado, em momento de sinergia ímpar com o público.
Causando impacto "The Chain" traduz toda a força do hard rock na fusão com elementos da sonoridade celta, bem pontuada pela percussão firme, contundente de Allan Gosgrove e pelo primoroso cânone dos vocalistas. Em um solo perfeito na finalização, a guitarra melódica de Harrison reina soberana, traduzindo dinamismo à apresentação. Great!
Um dos grandes sucessos da banda em princípios dos anos 80, a charmosa "Little Lies" surge na fidedigna cadência new romantic, que a consagrou como um dos maiores sucessos do século. Digno de menção o perfeito diálogo entre o teclado de ágeis dedilhados de Gervers e a firme condução da bateria de Cosgrove. Amazing!!!
Traduzindo a mistura entre o hard rock e o funk, surge a dançante "Big Love", permeada pelos riffs das guitarras altas, o acento disco nos sintetizadores e o cadenciado ágil e bem pontuado da bateria, aliando-se ao potente vocal de James Harrison.
Em mais um grande momento do show, surge a impressionante execução de "Black Magic Woman", interpretada com brilhantismo ímpar pelo guitarrista e vocalista Dave Goldberg, dotado de incrível potencial na exploração de tessituras dinâmicas, de forte apelo dramático. Wonderful!
Trazendo o delicioso acento andino na introdução e na contundente cadência da bateria "Albatross" traduz diferenciado momento no show, apresentando os anos iniciais e a fase de experimentalismo da banda, flertando com elementos de diversas culturas, na junção com o hard rock de linhas clássicas e ousadas.
Em mais um momento de intenso dinamismo a frenética "Isn't it Midnight", com a presença marcante das guitarras distorcidas de Scott Poley e James Harrison em afinação alta na cadência do pop rock 80´s antecede a belíssima execução para "Seven Wonders", que contou mais uma vez com a perícia do teclado para emoldurar a timbre cristalino de Harwood em modulações doces.
"World Turning" surge traduzindo a dinâmica e descontraída cadência do country em mais um grande momento da apresentação, onde cromatismos e dissonâncias surgiram apoiando a força do refrão, bem pontuadas pela perícia do baixo em dub de Etienne Girard.
Além desses sucessos, grandes clássicos como "Gypsy", "Everywhere", "Go Your Own Way", "Rhiannon" e "Don't Stop" constaram do primoroso setlist, que contemplou com propriedade todas as fases da carreira da banda.
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