Shattered Fortress: Mike Portnoy em São Paulo
Publicada em 23, Oct, 2017 por Marcia Janini
Na noite do último sábado, 21 de outubro, o Carioca Club recebeu mais um show da turnê Shattered Forces de Mike Portnoy, trazendo grandes clássicos de sua atuação com o Dream Theater.
Com início às 19h20, após a grandiosa introdução do Prelúdio de "Score of Psycho" de Bernard Herrmann e da instrumental "Regression", a banda inicia os primeiros acordes de "Overture 1928", para alegria dos fãs.
Densa, repleta de variações dinâmicas em cadência alucinante bem conduzida pela potente bateria de Mike Portnoy "Strange Déjà Vu" traz alternância também no exímio vocal de Ross Jennings entre modulações complexas, agudos cristalinos e profundos guturais. Visceral!
Com a forte potência do instrumental vigoroso em cíclicos movimentos, segue a grandeza instrumental em "The Mirror". Às guitarras poderosas de Eric Gillette e Richard Henshall em alucinantes dedilhados e distorções, alia se o baixo de Conner Green em virtuosístico contraponto à bateria. Determinando maior densidade nas conversões, o belo trabalho do teclado de Diego Tejeida em graves acordes emoldura com propriedade o forte instrumental. Great!
Furiosa "The Glass Prison" traz o pesado instrumental da introdução, evoluindo em cascatas de pura dinâmica. Breaks estratégicos da bateria cadenciada surgem apoiando a força do refrão. Finalizando o primeiro movimento da canção, riffs das explosivas guitarras abrem espaço para a inusitada fusão com elementos atuais em skratches perfeitamente emulados pelos sintetizadores, abrindo o denso segundo movimento da melodia. Encerrando mais um incrível momento da apresentação, a finalização entre a frenética bateria em contraste com os dedilhados e belos acordes das guitarras de Gillette e Henshall explorando sonoridade única, ascende em progressões criativas para rascantes e solapados intensos das cordas, trazendo apaixonada intensidade a esta perfeita execução. Amazing!
Para "This Dying Soul", um dos grandes sucessos do Dream Theater, a perfeita performance de Jennings explorando o apelo e a urgência da letra em condução vocal segura, bem executada na alternância das profundas variações na velocidade do fraseado vocal e na qualidade de suas evoluções técnicas, passa por delicados momentos e explode em viscerais pontos de sua arrebatadora performance, que vai de melodiosos agudos à profundos guturais, demonstrando um pouco do enorme talento e ousadia de uma voz diferenciada, de grande extensão. Perfeito! A incrível condução melódica da banda explora variados andamentos, desde cadenciados densos ao iluminado rondó da finalização.
Após a intensa introdução da bateria de Portnoy para "The Root of All Evil", as guitarras evoluem para profundos e densos rascantes, em melodia que segue uma cadência pouco mais suavizada, trazendo a fusão entre o heavy e hard metal e elementos pop, especialmente no andamento desenvolvido pela bateria, em uma canção descontraída, trazendo em seu bojo o mote de grande hino no contagiante refrão. Bom momento do show!
Explorando elementos da sonoridade mediterrânea e dark nos arranjos de notas suspensas do teclado de Tejeida que ambienta com brilhantismo a melodia, acompanhado pelos delicados acordes das guitarras e trazendo baixo de Green em dub, surge a suave e trabalhada melodia de "Repentance", marcando ponto intimista do show que apresentou a rara beleza de uma composição simples, porém perfeita em métrica e elementos sonoros, traduzindo lindíssimos arranjos de notas encadeadas nas guitarras executadas com precisão.
Além dessas canções, sucessos como "Shattered Fortress" que intitula a turnê, "Home", "The Dance of Eternity" e "Finally Free" constaram do repertório da apresentação em mais um sucesso de público, com venda esgotada de ingressos.
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