Violator na Clash Club
Publicada em 25, Jan, 2017 por Ya Amaral
No último sábado (21/01), no clima ainda chuvoso de São Paulo capital, a Clash Club na Barra Funda se preparava para receber um dos nossos maiores nomes e referências em thrash metal: Violator.
Há 15 anos a banda vem deixando o seu legado em vários países. Sempre que o Violator anuncia turnê, são feitos diversos shows ao redor de todo o país e também de outros países, assim não existe um lugar onde eles “tocam mais”, por isso muita gente se deslocou de vários estados para prestigiar a apresentação da banda.
Mas não posso dar todo o crédito ao Violator. O dia dos metalheads ainda contou com o sons do Armadilha (heavy metal), Damn Youth (thrash metal), D.E.R. (grind) e Cemitério (death/thrash metal). Cheio de diversidade entre estilos musicais, o festival lotou, ficando quase impossível ultrapassar todas as pessoas para chegar até o mosh.
O discurso entre as bandas foi um só: respeito e igualdade, além de duras críticas ao governo regente. O D.E.R. usou de plano de fundo para o show, um vídeo com o rosto do atual presidente, para que o público refletisse acerca da atual situação política.
As três primeiras apresentações tinham bastante público e agitação, apesar do Armadilha ter sofrido um pouco por conta de ser a primeira e ainda haver muito público fora da casa. Mas o Damn Youth já trouxe mais empolgados, assim por diante.
Enquanto o show rolava, o público conseguia acesso ao Pedro Poney, que com certeza foi a estrela do evento. Muitos fãs o pararam e ele foi solícito à todos, inclusive parando para conversar, como já havia feito no Kool Metal (em novembro de 2016), onde tocou com o Possuído pelo Cão.
Sem dúvidas camisetas do Cemitério estavam por todos os lugares, tanto quanto as do Violator, as vendas de merchan estavam bastante aquecidas, o que é excelente de se ver atualmente.
O show do Cemitério começou com um problema na caixa amplificadora do lado esquerdo do palco, mas isso não afetou a performance, o setlist foi executado instigando o público a transformar a Clash em um tornado. Não deixou nada a desejar, a divulgação do novo EP “Oãxiac Odèz” foi feita, assim como as músicas do álbum “Cemitério” e muitos tinham as letras na ponta do língua.
Nenhum dos shows foi curto, todos com pelo menos 45 minutos e não houve demora para a troca de uma banda para outra. Mas a apresentação do Violator tinha um pouco mais de pessoas que o show anterior. Uma das cordas da guitarra do Cambito estourou duas vezes, o que rendeu duas pausas no show. O lado bom é que o Poney contou histórias antigas da banda, falando inclusive sobre “bater o pentagrama”, história entre os colegas antigos de show, citando inclusive o vocalista Diego Nogueira (Blasthrash) como um deles.
A música “False Messiah” foi anunciada e agradou o público que já tem empatia com o assunto e entendeu a referência direta usada pela banda. Durante os minutos finais era possível acompanhar várias pessoas sendo retiradas do meio do show, ou passando mal, ou muito cansadas.
O encerramento foi espetacular, com a clássica UxFxTx (United for Thrash), deixando o público bastante animado com a certeza de que valeu a pena ir até a Clash naquela noite.
As únicas observações negativas são as garrafas de cerveja de vidro que estavam sendo comercializadas no evento, que poderia ter causado ferimentos entre o público e também o desrespeito de alguns homens que estavam presentes. Muitas mulheres presentes foram assediadas de alguma forma.
Esse festival não deixa dúvidas que o metal no Brasil não morreu e dá a esperança de que mais shows nacionais possam lotar cada vez mais.
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