Noite indie rock em São Paulo: Muse
Publicada em 28, Oct, 2015 por Marcia Janini
Na noite do último sábado 24 de outubro, a banda britânica Muse realizou espetáculo em única apresentação na Arena Allianz em São Paulo.
Iniciando a apresentação com o hit "Psycho", seguido pelo sucesso "Reapers" a banda sobe ao palco por volta das 21h30, trazendo belíssimo trabalho da cenotécnica, com a marcante sobreposição de imagens e outros recursos no telão/ciclorama e intrincado esquema de iluminação, privilegiando o cruzamento das luzes em spots de tons vibrantes num belo panorama visual....
Após a suavizada "Plug in Baby", a cadenciada "The Handler" traduz em seu bojo elementos extraídos do post-punk dark, determinados pelo andamento da bateria e a urgência do vocal de Matthew Bellamy emoldurada pelos perfeitos riffs das guitarras distorcidas, em acordes encadeados. Perfeita união entre classicismo e modernidade!
Em "The 2nd Law: Unsustainable" sintetizadores auxiliam na formação da tétrica atmosfera medieval desta canção, que funde o coral erudito ao robótico discurso, numa inusitada introdução. Simulando sonoridade de lazer eletrônico, a melodia explora recursos futuristas muito em voga nos anos 70, traduzindo-os para a atualidade do moderno eletrorock.... Dissonante e inusitado!
"Dead Inside" traduz elementos da new wave, em acordes rascantes da guitarra. O andamento ralentado imposto pela brilhante condução da bateria de Dominic Howard emoldura com perfeição o vocal sensual e malemolente de Bellamy.
Samplers de teclado em pianíssimo permeiam as vigorosas melodias de "Resistance" e "Muscle Museum" numa mini-suíte que remete às intensas variações dinâmicas do progressive rock, com finalização empolgante no diálogo em jam session entre bateria e guitarra; seguida pela belíssima execução de "Citizen Erased", que traz como música incidental riffs de alguns clássicos do rock... Criativo, ousado e perfeito!
A balada suavizada, de melodia marcante em andamento pop para "Munich Jam" traduz momento de introspecção na apresentação, seguido pelo surgimento da vibrante "Madness", de andamento constante e dançante... Mais um bom momento do show!!!! Nota para os acordes minimalistas do teclado de Christopher Wolstenholme em uma canção dançante e deliciosamente atual, sem abrir mão de esparsos recursos retrô, em especial da sonoridade dance dos anos 90... Great!!!
"Supermassive Black Hole" traduz o inegável e delicioso acento pautado na disco 70´s, numa interessante fusão com o rock de linhas melódicas da atualidade...
Um dos grandes momentos do show surgiu na execução da densa "Time is Running Out" um dos maiores sucessos da banda. A primorosa performance vocal de Matthew marca um de seus melhores momentos no show.... Seu timbre de características únicas brilha soberano nesta canção. Brilhante!
Além destas canções, hits como "Starlight", "Uprising", "Knights of Cydonia" e "Mercy", com sua brilhante e efusiva execução em meio a canhões de confete e serpentina coloridos(!), também marcaram presença no setlist escolhido para a marcante apresentação.
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