Intensidade e Ousadia Dark: Moonspell
Publicada em 30, Sep, 2015 por Marcia Janini
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Na noite da última segunda-feira 28 de setembro, a banda de death metal portuguesa Moonspell realiza intimista apresentação em mais um show da turnê "Road to Extinction Brazil 2015" no Teatro Mars em São Paulo, com início por volta das 21h30.
Com aparato cênico simples, composto por ciclorama de fundo com o emblema da turnê e pequenos adornos no pedestral do teclado e caixas da bateria, além de bom esquema de iluminação, a banda privilegiou seu fiel público com uma boa apresentação, de cuidadoso repertório.
Iniciando a apresentação com "Breathe (Until We Are No More)" canção intensa e cheia de bons recursos estilísticos, denotando suas influências no classic metal, a banda prossegue com "Extinct", canção de trabalho que intitula o mais recente álbum da banda.
Trazendo a fusão entre o heavy e elementos extraídos da sonoridade dark, "Finisterra" apresenta temática pautada no fantástico da letra, com melodia agressiva, trazendo breaks estratégicos de apoio aos refrões, extremamente densos.
"Night Eternal", um dos melhores momentos da apresentação, traduz no andamento frenético imposto pela bateria e nos distorcidos acordes da guitarra impressionante vitalidade. A estrutura mélodica, em crescendo na finalização remete longínquamente a elementos de progressive rock. Great!
Carismático, o front man Fernando Ribeiro interage com seu público durante toda a apresentação, demonstrando seu carinho pelos fãs brasileiros, tornando ainda mais acolhedora a aconchegante aura do espetáculo.
A densa e cadenciada "Opium" representa uma breve viagem aos sentidos, com vertiginosas variações em dinâmica e cadência. Seguindo andamento ralentado e o malemolente fraseado típicos do dark wave, aliado ao instrumental cortante, vigoroso, onde a linha de baixo realiza belo contraponto à brilhante condução da bateria, surge como belo diferencial à apresentação.
Para "Awake!" a linha melódica explora a fusão entre variados elementos do rock, passeando por cadenciados típicos do post-punk a sutis acordes do teclado em notas suspensas, aliados às intensas guitarras em afinação alta pertencentes ao campo do heavy. Nota para a belíssima performance vocal de Fernando, passeando por regiões de grande complexidade técnica com propriedade e desenvoltura.
Após a intensa "The Last of Us", de andamento rápido e sonoridade explorando campo mais convencional ao estilo, em cadência próxima surge "Medusalem", onde o interessante trocadilho não se atém apenas ao título, aparecendo também na linha de construção melódica, onde elementos da sonoridade mediterrânea surgem nas evoluções dos acordes encadeados das guitarras, sugerindo harmonias próximas aos solos de derbak árabes determinadas pela junção entre guitarra e teclado. Criativo!
Com aura densa e imponente introdução "Nocturna" traduz para o espetáculo as sutilezas do universo dark, por meio do teclado de etéreas notas em suspensão e bateria suavizada no acompanhamento.
Dividindo os vocais da intensa "Domina", explorando sutilezas vocais e belos solfejos Fernando, num interessante contraste com os altos vocalizes de sua convidada apresenta ainda grande generosidade e presença de palco impecáveis. Belo momento do show!
"Scorpion Flower" explora a sonoridade fluida e de andamento frenético do speed metal, numa verdadeira aula de agilidade na condução instrumental da bateria, em um dos mais privilegiados pontos de sua performance individual.
Mais canções de sucesso surgem no repertório do show como "Vampiria", "Alma Mater", e "Full Moon Madness".
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