Todo o Colorido da New Wave Carioca: Blitz
Publicada em 22, Jul, 2015 por Marcia Janini
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Na noite da última sexta-feira 17 de julho a banda realiza mais um show da celebrada turnê comemorativa dos 30 anos de carreira no HSBC Brasil.
Subindo ao palco por volta das 22h00 com aparato cênico colorido e alegre, remetendo aos anos 80 na temática das imagens exibidas no telão/ciclorama e privilegiado esquema de iluminação, com spots na predominância das cores quentes e cítricas, Evandro Mesquita e trupe iniciam a apresentação interpretando grandes clássicos da carreira e canções de seu álbum de trabalho atual.
A apresentação já começa com pontos altos de participação do público na execução das clássicas "Weekend" e "Betty Frígida", seguidas pela divertida "O Romance da Universitária Otária".
"Mais Uma de Amor (Geme Geme)", traduz toda a ousadia do ensolarado momento musical dos anos 80. Irreverentes, as backing vocals Andrea Coutinho e Nicole Cyrne esbanjam sensualidade, para a bem humorada releitura deste grande sucesso da banda, que conta com "País Tropical" (Jorge Ben Jor) como música incidental.
A divertidíssima "Eu, Minha Gata e Meu Cachorro" seguida por "Vai Vai Love" numa versão reggaeira marcam pontos importantes da performance individual de Evandro, em interpretações inspiradas, denotando sua boa forma vocal, mantida intacta com o passar dos anos. Descontraído, o front man esbanja simpatia e carisma, numa excelente sinergia palco/plateia.
Durval Lelys (Asa de Águia) realiza pequena participação no espetáculo, dividindo guitarras e vocal com Mesquita na execução de "Dali", que surge malemolente com seu andamento ralentado remetendo ao caribenho calipso, com a pitada de brasilidade baiana explorada pela percussão e pelo baixo em dub de Cláudia Niemeyer em um momento especial da apresentação.
Depois da emblemática balada "A Dois Passos do Paraíso", a teatralizada "De Manhã" na cadência do reggae remonta aos primórdios da carreira, marcada pela irreverência e diversão trazidas pelas cômicas declamações associadas à canção.
Da safra atual "Baseado em Clarice" traduz na letra interessantes trocadilhos e inversões de palavras, numa composição criativa. Na melodia, um mote de dramaticidade romântica surge determinada pelos arranjos que remetem vagamente ao bolero e tango latinos.
O surf rock surge em "Skut", traduzindo deliciosa aura retrô sem abrir mão da modernidade. Nota para a decisiva participação de Andrea e Nicole aliada à perfeita base da guitarra rítmica de Rogério Meanda em arranjos preciosos, de grande complexidade técnica, denotando aura jovial à melodia.
Em "O Tempo", a cíclica estrutura de rondó explora o reggae, seguido pela ciranda soft rock da sensual "O Beijo da Mulher Aranha", de andamento constante e cadência suavizada pela bateria cadenciada de Juba.
Num dos mais importantes e animados momentos do show, surge a releitura para "Aluga-se" (Raul Seixas) e "Cruel" (canção censurada na ocasião de seu lançamento) explorando o blues na bem conduzida gaita de Evandro Mesquita e na brilhante performance dos teclados de Billy Forghieri. Grande momento do show!
No último bloco da apresentação, surgem releituras homenageando grandes bandas nacionais dos anos 80 em alguns de seus maiores sucessos. Assim "Óculos" dos Paralamas do Sucesso, "Sonífera Ilha" dos Titãs do Iê Iê, "Perdidos na Selva" da lendária Gang 90 e as Absurdetes e "Bete Balanço" do Barão Vermelho realizam pequeno retrospecto do cenário musical da época, com grande propriedade e vibrante energia. Excelente!
Encerrando a apresentação os grandes hits "Egotrip", com sua ousada fusão entre a batucada de escola de samba e o rock com influências no blues, a pueril e divertida "Biquíni de Bolinha Amarelinha" com a incidental "Preta Pretinha" (Morais Moreira) e "Você Não Soube Me Amar" literalmente incendeiam o público, que participa ativamente.
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