Rock Com Influências No Sinfônico Medieval: Eluveitie
Publicada em 06, Feb, 2013 por Marcia Janini
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No último sábado, 2 de fevereiro, o Via Marquês recebeu o show da banda Eluveitie com início às 21h30, após performance de luta medieval, auxiliando na ambientação do espetáculo.
Após elaborada vinheta introdutória, “Helvetios” demonstrou na composição rica introdução determinada pelo diálogo entre violino e bateria em andamento cadenciado, remetendo à sonoridade dos guerreiros tambores celtas. Ascendendo para vertiginosa variação dinâmica na cadência do trash metal, rupturas no andamento ocorreram por meio da performance da flauta piccolo, em sonoridade doce e contagiante. Nota para a potência vocal do intérprete, passeando facilmente entre escalas agudas e graves guturais, numa excelente demonstração de domínio técnico.
Com influências no folk escocês, “Luxtos” traduz nos melodiosos acordes da gaita de foles belíssimos efeitos em conjunto com o violino e flauta piccolo, permeando toda a canção densa, de andamento acelerado, com graça e leveza em interessante contraponto às guitarras distorcidas e bateria frenética.
Em uma brilhante performance individual da violinista, composta por maviosos arranjos “Home” apresenta variados breaks estratégicos de apoio ao refrão, determinados pela firme condução da bateria. Baixo em dub e guitarras rascantes realizam o perfeito contraponto aos demais instrumentos. Flautim próximo à finalização compõe a intrincada e criativa melodia, trazendo alteração na dinâmica de maior peso sonoro.
Dissonâncias, retardos no andamento, glissandos e outros elementos de grande efeito sonoro traduzem cadência única à canção “Santonian Shores”, altamente criativa. Explorando sonoridades próprias do heavy metal é pontuada pelo magistral duo realizado por flautim e flauta piccolo. Os acordes do violino atacam com perfeição, em resposta às madeiras realizando perfeito contraponto harmônico.
“Meet the Enemy” demonstra sonoridade densa, próxima ao death metal, traduzida pela bateria cadenciada e andamento melódico frenético. Guitarras dedilhadas em acompanhamento à flauta piccolo na porção média da canção fazem alusão às antigas danças medievais de ascendência céltica.
Violino e flauta piccolo em ataque conjunto acompanhados pela bateria cadenciada na introdução conferem à “Uxellodunon” atmosfera grandiloquente . Ascendendo para andamento aceleradíssimo a perfeita condução da bateria alia-se às guitarras atonais em acordes rascantes numa sonoridade que impressiona pelo preciosismo e criatividade.
Nova vinheta anuncia a segunda parte da apresentação iniciada pela execução da belíssima “Thousandfold” com acordes em minimal do flautim e violino acompanhados pela bateria em andamento constante, numa atmosfera atual explorando elementos de sonoridades pop. Acordes em glissando na finalização tornam a melodia ainda mais interessante em um dos momentos mais suaves da apresentação.
Em “Divico”, outra bela execução, com lindíssima introdução determinada pelo suave andamento da flauta piccolo em junção com a sonoridade da gaita de foles e violino compondo um trio harmonioso que emoldurou com graça esta melodia pautada na cadência do classic metal. Breaks estratégicos deixam transparecer o brilhantismo e a limpidez sonora da gaita em andamento constante. Outro grande momento do show.
Encantando o público pela suavidade ousada, a fantástica “Inis Mona” é interpretada com ares de grande hino. Nota para a incrível performance vocal explorando modulações baixas, quase sussuradas, beirando a linha do mais profundo grave. Participações da gaita e violino também surgem magistrais nesta canção, entretanto a resposta da flauta piccolo em ataque ao duo composto pela gaita e violino traduziu atmosfera sublime à finalização.
Além destas canções também constaram do set list “Neverland”, “Havoc”, “Hope”, “Everything Remains as It Never Was”, “Lament” e “Tegernakô” em mais uma bem sucedida apresentação da banda na porção nacional de sua turnê.
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