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Mestres do Progressive Metal em São Paulo: Dream Theater

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Publicada em 27, Aug, 2012 por Marcia Janini

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No último domingo, 27 de agosto, o Credicard Hall recebeu para mais uma apresentação da bem sucedida turnê de lançamento do álbum “A Dramatic Turn of Events”, que passou por várias capitais brasileiras, um dos maiores nomes do progressive metal, a banda Dream Theater.

Iniciando a apresentação por volta das 21h, o show firmou mais um recorde de público, com lotação esgotada.

A introdução grandiloquente e de grande efeito estético e técnico traduziu muito das influências da banda nas sonoridades da música clássica e erudita. O telão de fundo em três graciosas divisões em formato de cubo demonstrou apenas um dos pequenos detalhes de um grande show, com grande aparato cenotécnico.

A apresentação já principia com a poderosa “Bridges In The Sky”, com melodia forte pautada nas vertentes do metal, determinadas pela guitarra distorcida em acordes rascantes e exímios de John Petrucci. A bateria de condução precisa traduz vultoso peso à canção, aliada aos guturais de grande extensão, remetendo às vertentes do death metal na imposição do fraseado vocal. Bem pontuados teclados auxiliam com maestria as variações dinâmicas da melodia, em estrutura que remete à orquestração sinfônica.

“The Dark Eternal Night”, fazendo alusão ao ator Boris Karloff (o famoso intérprete do filme Nosferatu de 1922). Às guitarras rascantes em andamento vertiginoso, alia-se à força do vocal de James LaBrie, com suas modulações precisas num timbre soturno e diferenciado. Grandes variações em dinâmica fazem desta uma criativa e intrincada melodia, onde o frenético e pesado andamento, a cada tempo da melodia alterna acordes densos a nuances suavizadas. O baixo de John Myung realiza importante contraponto à bateria... Nas frenéticas guitarras, fraseado em semicolcheias traduzem toda a agilidade e técnica de Petrucci.

Com guitarras ascendentes em acordes suaves “This Is The Life”, suave e introspectiva, permite em sua cadência tranqüila que o incrível potencial vocal de LaBrie sobressaia em notas altíssimas com grande propriedade, naturalidade e técnica impecável em um grande momento da apresentação.

“Lost Not Forgotten”, com linda introdução dos teclados de Jordan Rudess determina um dos momentos mais aguardados pelo público, apresentando uma das melodias de construção mais intrincada produzida pela banda. A suavidade dos teclados em suspensão ao fundo contrasta precisamente com a bateria de condução vigorosa de Mike Mangini e a guitarra distorcida de Petrucci, verticalizando para acordes rascantes.

Após o incrível solo de bateria de Mangini, onde a destreza e precisão técnica ditaram a tônica, uma seqüência de canções mais densas, introspectivas determinou pontos reflexivos na tônica geral do espetáculo, traduzindo-se em momentos de rara beleza. “Beneath The Surface” surge em um belo trabalho acústico, onde os teclados predominantes conjugados ao violão de aço proporcionaram à execução desta canção a profundidade necessária na cadência para um andamento lento e suave, sem descambar na zona da entropia. Great!

Mais momentos especiais surgiram na execução do virtuoso solo da guitarra, onde Petrucci explora com incrível agilidade e precisão técnica o domínio do instrumento, extraindo sonoridades inusitadas muito próximas do naipe das cordas sinfônicas, em riffs e arranjos simplesmente estarrecedores. Sensacional!

“The Test That Stumped Them All” apresenta sonoridade tétrica, com acentos célticos nos acordes diferenciados do teclado e da guitarra, em acordes que demonstram grande talento e virtuosismo, explorando sonoridades eruditas, simulando o naipe das cordas sinfônicas, numa composição arrojada e inusitada.

Em um dos momentos mais marcantes do show, a acústica “The Spirit Carries On” surge em vocais suaves, emoldurados pelos belíssimos arranjos do piano em acompanhamento, com intensa participação do público.

Além destas canções, o bem selecionado set list apresentou composições das diversas fases da carreira da banda, como “6:00”, “The Root Of All Evil (Big Ending)”, “A Fortune In Lies”, “The Silent Man”, “Outcry”, “On the Backs of Angels”, “War Inside My Head”, “Breaking All Illusions” e “Metropolis”, em mais uma bem sucedida apresentação da turnê.


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