Noite de Black Metal em São Paulo
Publicada em 03, Apr, 2011 por Marcia Janini
No último sábado, 02 de abril, a Arena Skol no Anhembi trouxe ao público paulistano o melhor do black metal. Num encontro de gigantes do rock, a banda brasileira Sepultura realizou a abertura da noite de espetáculos, seguida pela aguardada apresentação do eterno “príncipe das trevas”, Ozzy Osbourne, para aproximadamente 40 mil pessoas.
Executando canções de seu vasto repertório, Sepultura trouxe show pautado na sua consagrada fórmula de agilidade e fúria black metal, onde sobressaíam os poderosos vocais guturais de Derrick Green, exímiamente pontuada pela agilidade e incrível versatilidade do baterista Jean Dolabella, sob o contraponto preciso do baixo de Paulo Jr. e acompanhado pelo guitar man Andreas Kisser, extraíndo riffs e sonoridades as mais inusitadas, empolgando o público com um show de enorme peso e qualidade estética.
A inédita canção “City”, que comporá o próximo álbum da banda já em processo de gravação “Kairos”, surge na fusão avassaladora entre black e trash metal, com suaves nuances de classic rock nas conversões entre estrofes, sem perder o peso e o alucinante andamento acelerado. Os breaks estratégicos executados com maestria pela bateria convidam o ouvinte ao apelo e força dos refrões, em especial na finalização.
A entrada de Ozzy Osbourne no palco, por volta das 21h30 já inicia com um dos grandes clássicos de sua carreira executado em versão fidedigna ao original “Bark at the Moon”, trazendo grande euforia ao público.
Com seu inegável carisma o astro apresenta-se em excelente forma física para mais um show da turnê “Scream”, brindando a plateia com a inédita canção “Let Me Hear You Scream”, constante no novo trabalho.
Na sequência, a inspirada interpretação da clássica “Mr. Crowley, traz novo ponto alto de verticalização ao show, onde os presentes cantam em uníssono, apesar da forte chuva que caía sobre o Anhembi.
Assim, o príncipe das trevas realizou belíssimo revival de sua carreira solo, além de executar algumas canções do período em que integrava o Black Sabbath, como “War Pigs”, “Rat Salad” e “Paranoid”, sempre com seu poderoso vocal em consonante afinação com a morbidez das letras e melodias das canções.
Como grata surpresa na noite e substituindo com grande categoria Zakk Wylde, Gus G. (Firewind), realiza brilhante solo de guitarra, causando furor e abrilhantando ainda mais a antológica apresentação, arriscando-se com grande vivacidade e ousadia, para delírio dos brasileiros, à intrincada métrica da clássica obra “Brasileirinho”(Waldir Azevedo), extraindo de sua guitarra, em segundos, a malemolência brejeira da sonoridade do cavaquinho. Impressionante!
Após um solo de bateria também conduzido com extrema perícia por Tommy Clufetos contando com o sempre pontual contraponto do exímio baixo de Rob Blasko, Ozzy retorna aos palcos trazendo canções como “Iron Man”, “I Don`t Wanna Change the World” e “Crazy Train”.
Um dos momentos mais belos da apresentação surge já nos minutos finais do show, com a interpretação perfeita de “Mama I`m Coming Home”, trazendo uma pitada de suavidade à agitada apresentação, bem cuidada e impecável em todos os seus detalhes e nuances.
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