Close Up Live 2008
Publicada em 29, Dec, 2008 por Anderson Oliveira
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Para terminar um ano repleto de festivais, atrações de peso e apresentações polêmicas, São Paulo recebeu a primeira edição do <b>Close Up Live</b>, festival que trouxe para o palco do Espaço das Américas, na Barra Funda, duas das maiores bandas nacionais da atualidade (NX Zero e Fresno) e duas revelações do cenário alternativo (Glória e Túlio Dek). Ingressos com preços acessíveis, uma boa organização, o festival aconteceu numa tarde cinza de São Paulo frente a um público jovem e empolgado, que compareceu em peso para assistir todas as atrações, antes mesmo da primeira apresentação, marcada para as 18h00, o lugar estava cheio e às 18h40 teve início o primeiro show da noite, Túlio Dek.
Com um início de show empolgante e com um público receptivo, no palco soam como uma mistura de Black Eyed Peas e Charlie Brown Jr., contando com uma vocalista e uma banda que empolgava por se movimentar bastante, logo ganhou o apoio dos presentes, que viam pela primeira vez uma apresentação do músico.
Túlio Dek faz bom uso de sua vocalista, ao vivo mescla sucessos internacionais com letras em português e refrões pegajosos, além de letras de apelo ao público jovem, a utilização desse recurso lembra muito aquilo que vários rappers americanos têm feito atualmente, e funcionam muito bem ao vivo. Contando com um som bem equalizado e um telão colorido no fundo do palco, os discursos feitos pelo músico causaram efeito e, executando versões de <i>Where’s the Love</i>, do Black Eyed Peas, <i>Fast Car</i>, de Tracy Chapman, <i>Lose Yourself</i>, de Eminem, empolgou o público presente. O grande momento do show foi a participação de Di Ferrero, vocalista do NX Zero, em <i>Tudo Passa</i>, trilha de “A Favorita”, calorosamente saudado pelo público a execução empolgou e coroou um bom início de festival.
A banda Glória já é conhecida no cenário alternativo e boa parte dos presentes ali já os conhecia de outros festivais, sabendo disso, não foi novidade a forma explosiva como a banda se apresenta, abusando do peso e mesclando bem os vocais, ora gritados e ora melódicos, exalam referências como Avenged Sevenfold e From Autumn to Ashes, Nesse momento talvez tenha sido o único momento tenso do festival, já que a platéia, formada basicamente por adolescentes, teve problemas com a violência da apresentação e deu muito trabalho para os bombeiros do local. Foi você, Saudade e Eu empolgou os presentes e a receptividade manteve-se alta durante toda a apresentação. Músicas como <i>Onde Estiver</i> mostrou um novo rumo da banda, dando ênfase para os vocais limpos e dando a tônica do que será o primeiro disco da banda por uma grande gravadora, <i>Máscaras</i>, <i>Vidros</i> e um <i>Pouco de Angústia</i> serviram para mostrar que, mesmo alcançando esse patamar, a banda não perde sua agressividade ao vivo e foi um dos grandes momentos do show. Fazendo uso de todos os discos da banda, o Glória não deixou em nenhum momento o público esfriar e encerrou sua participação no festival mostrando que ainda tem um longo caminho pela frente.
Eleita como Banda Revelação de 2008, o Fresno era a primeira grande banda da noite, não era difícil notar que muita gente estava ali para vê-los, já que a quantidade de pessoas com a camisa da banda rivaliza com o próprio NX Zero, <i>headliner</i> do festival.
Antes mesmo do show começar, uma surpresa, Rick Bonadio, conceituado produtor nacional, sobe ao palco para entregar à banda o primeiro disco de ouro alcançado pelo lançamento de “Redenção”, após alguns minutos tem início o espetáculo, é notável que isso serviu de “combustível” para aquela apresentação, dando um ar especial para a banda e para o público. Ao vivo o Fresno tem uma presença de palco mais contida que as outras bandas, todos integrantes permanecem em determinadas posições, mas em nenhum momento o show perde em vibração, ao contrário, com um som mais equalizado que os anteriores e um telão que, mais que as outras atrações, serviu de suporte para a banda, o grupo consegue conduzir com maestria seu público, que tem todas as letras na ponta da língua e não perde o ímpeto em nenhum momento.
Inegável que <i>Uma Música</i>, grande hit de “Redenção” tenha sido cantada em uníssono por todos presentes; executada logo no início do show, a música teve recepção acima da média e foi o grande momento do festival até sua execução, <i>Quebre as Correntes</i>, com um riff mais pesado, contracena muito mais com o metal do que com o hardcore, apreciado pelo público presente, empolgante, também mereceu grande destaque, fato é que o Fresno é uma banda que, com letras fáceis e uma levada mais contida, cativa seu público e conduz de forma eficaz a apresentação, desfilando hit sobre hit, mostrou muita maturidade nas execuções e interação com o público.
<i>Cartas</i> e <i>Se eu te Pedir</i> deram seqüência à apresentação; após um discurso efusivo, a banda executou <i>O Que Te Faz Sorrir</i>, isso após uma longa introdução no piano, destaque nesse momento para a iluminação no palco, sem dúvida, uma das mais celebradas pelos fãs da banda, que não paravam de gritar e cantar um só minuto.
<i>Duas Lágrimas</i> deu seqüência ao show, já entrando em sua reta final, <i>Milonga</i> foi dedicada ao pai do baterista da banda, Rodrigo “Bell”, a apresentação, literalmente, tornou-se uma grande festa em seu final, já que, com o uso devidamente competente por Lucas, o som da banda ficou encorpado o suficiente para transformar o show da banda em uma imensa pista de dança. Show de grande qualidade e com a vibração necessária para fazer valer o título conseguido pela banda em 2008, traçando um caminho rumo ao topo do cenário nacional.
Grande <i>headliner</i> da noite, o NX Zero foi anunciado pelo próprio público e após uma introdução épica, os membros da banda, um a um, foram tomando suas posições no palco, logo na primeira música os rapazes mostram porque são considerados a grande banda brasileira da atualidade, <i>Além de Mim</i> deu início a um show que fez jus à grande expectativa do público presente, se mexendo muito e realmente empolgados com a situação, é realmente agradável ver a entrega da banda com seu público, que em muitas vezes tinha sua voz coberta pelos presentes, tamanha a vibração.
O telão estampava dos imensos “NX” e, mostrando muito entrosamento, emendou <i>Conseqüência</i>, também cantada em uníssono pelos presentes, com uma camisa dos australianos do AC/DC, Di Ferrero, vocalista da banda, corria, pulava e, interagindo com os outros integrantes da banda, contagiava seu público. <i>Apenas Um Olhar</i> teve toda sua introdução cantada pelo público; nesse momento, luzes verdes, um telão desligado e uma levada mais pesada e rápida levantou ainda mais o nível da apresentação. Após um início avassalador, chegou a hora de uma das músicas favoritas do público no último lançamento da banda, “Agora”, <i>Cedo ou Tarde</i> dispensa apresentação e foi executada após um breve discurso, novamente com uso do telão e uma iluminação toda em azul.
<i>Entre Nós Dois</i>, também de “Agora”, embalou a apresentação novamente, com um público que pulava junto com a batida do bumbo da bateria, muito mais pesada é empolgante ao vivo e, com um refrão contagiante, merece um destaque especial. A música seguinte foi, sem dúvida, o ponto mais alto do festival, a execução de <i>Pela Última Vez</i> impressiona até quem não é fã da banda, tamanha a entrega de ambos na execução desta, para cada gesto do vocalista o público respondia prontamente, algo muito bom de acompanhar.
<i>All Good Things</i>, música lançada por Nelly Furtado e Chris Martin, líder do Coldplay, no exterior, ganhou uma versão nacional pelo NX Zero e foi a chance do público retomar o ar; continuando com o <i>Apenas Mais Uma de Amor</i>, cover de Lulu Santos, a banda segurou o clima mais calmo do show. <i>Bem ou Mal</i> colocou o show em sua reta final novamente empolgando o público presente, é também durante essa música que ocorre a apresentação dos músicos, calorosamente saudados por todos; na seqüência, um grande medley com músicas de todas as bandas presentes no festival foi bem interessante, é notável que a banda possui grande amizade com os nomes da cena e demonstra grande simpatia perante todos. O show termina com <i>A Melhor Parte de Mim</i>, sendo cantada pelo público em uníssono e, embora com uma levada lenta, encerrou a apresentação com grande estilo. Para o bis, a banda retornou executando <i>Daqui Pra Frente</i> e, para concluir, encerrou com seu primeiro sucesso <i>Razões e Emoções</i>, com um discurso emocionante durante a execução da música e um mosh de Di Ferrero, próximo ao encerramento, coroando o público que estava ali há horas e participou de todos os shows sem perder, em nenhum momento, a empolgação. O festival encerrou-se próximo de 23h00 e teve saldo positivo, atrações similares e respeito pelo público presente, excetuando o atraso inicial, todos os shows tiveram intervalos curtos e não vendeu-se bebidas alcoólicas pela faixa etária do público.
É aguardar pela edição 2009 do <b>Close Up Live</b>, aguardando alguma atração internacional e uma divulgação maior, torcendo para que possa se manter no vasto calendário brasileiro de shows para o próximo ano.
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