Hacker quer vender código para burlar proteção de músicas do iPod
Publicada em 26, Oct, 2006 por Musicao
A Apple, gigante da informática, está com uma fraqueza à mostra. Seu principal produto, o iPod, não mais possui vínculos indestrutíveis com a loja virtual iTunes. Quem possui o aparelho ou sabe o suficiente sobre ele já notou que é impossível tocar em outros MP3 players - que não o iPod - as músicas baixadas no iTunes.
Quer dizer, era impossível. O hacker Jon Lech Johansen conseguiu fazer "engenharia inversa" no sistema de interação entre o iTunes e o iPod, tornando possível baixar músicas do iTunes para tocar em diferentes players portáteis.
Johansen é um eficiente programador que burla esquemas de segurança em programas para permitir o uso irrestrito da mídia digital. Ele também é dono da companhia Double Twist, que deve licenciar o código livre para outras empresas que fabricam MP3 players.
"Existe um certo grau de problemas que poderemos ter com a Apple", conta Monique Farantzos, da Double Twist. "Porém, nada é suficiente para nos impedir. Estamos em terreno 100% legal e recebemos sinal verde de nossos advogados para fazer isso".
Johansen e a Double Twist já haviam disponibilizado o programa QTFairUse em 2003 para burlar a proteção FairPlay, que limita o uso do iTunes ao iPod. Mesmo com versões sempre atualizadas, o programa era de difícil compreensão para usuários sem conhecimentos técnicos. O plano da empresa é comercializar o novo código.
O sistema FairPlay restringe os downloads feitos no iTunes aos iPods, fabricados pela Apple. A tecnologia faz com que as canções só possam ser movidas entre cinco computadores diferentes e impede que elas sejam transportadas para players de fabricantes como Sony e Creative.
Com o advento do iTunes e do iPod, a Apple detém 88% do mercado de música digital, sendo que 60% de seus usuários possuem o iPod. A quebra do código de proteção pode permitir que os demais concorrentes criem players e serviços compatíveis com o iTunes, maculando o domínio absoluto da Apple no mercado digital.
A Apple não comentou sobre a quebra do código.
Fonte: Terra
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