We Gotta Know: Cro-Mags em São Paulo
Publicada em 09, Oct, 2025 por Marcia Janini
O Burning House, casa localizada na zona oeste da capital paulista, recebeu show da turnê 2025 da icônica banda americana Cro-Mags, fundada em 1981.
Pertencentes à segunda geração do punk e pioneiros do proto nu metal, realizam há cerca de 45 anos a interessante fusion do punk com outros estilos do rock, como o hardcore, o heavy e o trash metal.
Abrindo as apresentações da noite, o hardcore pesado de Paura chega com muita vitalidade em meio à dinâmica de som e às letras ácidas.
Em canções ágeis e fluidas, com breaks estratégicos, intensas variações dinâmicas e movimentos distintos, o Paura traduz à abertura a aura urban da sonoridade hardcore, fundida a elementos street como o hip-hop.
Subindo ao palco por volta das 19h40 ao som de "No Hard Feelings!? Fuck You!" uma canção ágil, surgida da fusão entre o punk e o hardcore, traz esparsos elementos de thrash metal.
Para "Reverse the Flow", as guitarras rascantes em distorções intensas se aliam à frenética bateria, em andamento alucinante... Intenso!
Dividindo os vocais com Felippe Max em "Time Heals No Wounds" surge o diálogo bem pontuado pela avalanche sonora, em interpretações viscerais de Fábio Prandini.
Finalizando sua passagem pelo palco, inspirada releitura para "Sailing On" (Bad Brains).
Cerca das 21h00, após sucinta apresentação de Supla, amigo da banda de longa data, a apresentação do Cro-Mags inicia ao som de "We Gotta Know" um dos grandes hits da carreira, seguido por "No One's Victim".
Ágil, a bateria cadenciada de Christian Lawrence se alia às guitarras solapadas para "Hard Times", que traz em seu bojo esparsos elementos da sonoridade heavy, bem pontuada pelo baixo de Harley em dub step e pelas precisas conversões da bateria em intensas variações dinâmicas. Potente, o vocal irreverente e ousado de Harley Flanagan surge bem ladeado pelo firme instrumental.
Em "World Peace", as rascantes guitarras heavy de Dom DiBenedetto e Dave Sharpe se abrem à cadência do hardcore, acompanhadas pela bateria intensa, encerrando mais um intenso e dimâmico instante da apresentação. Carismático, o front man Harley Flanagan traz irreverência e graça à letra ácida... Bom momento do show!
Em "Show You No Mercy", surge um dos momentos mais intensos da noite, com a formação de enorme roda de pogo, para a melodia frenética de instrumental marcante, na melhor cadência punk rock de linhas clássicas. Irreverente!
"Malfunction" traz a sonoridade deliciosamente cadenciada do hardcore, com breaks estratégicos da bateria, apoiando a força do refrão, muito bem pontuado pelo vocal potente e cheio de atitude de Harley Flanagan.
Em "Days of Confusion" a metaleira introdução traz os vocais de Harley rasgadamente agudos e guitarras em afinação alta repletas de glissandos e cromatismos. Grooveiro, o baixo conduzido com precisão por Flanagan em doom traduz profundidade à melodia, que em vertiginosas variações dinâmicas traduz elementos de thrash metal na crueza das conversões da bateria de Christian Lawrence e nas paletadas rascantes das furiosas guitarras de Sharpe e DiBenedetto. Amazing!
Após a execução de "The Only One" surge "Down But Not Out", mais uma melodia pautada na agilidade frenética do hardcore emoldurando o vocal irreverente de Flanagan. Em variações dinâmicas intensas, finaliza com guitarras rascantes e intensidade da bateria, em evoluções nada óbvias. Great!
Encerrando a apresentação os sucessos "My Life", "These Streets" e "Apocalypse Now".
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