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Best of Blues and Rock 2024

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Publicada em 26, Jun, 2024 por Marcia Janini

Clique aqui e veja as fotos deste show.


Zakk_Wilde_2024.jpg
Celebrando a 11a. edição de um dos festivais mais aclamados dentro do estilo, o Best of Blues and Rock ocorreu este ano na parte externa do Auditório do Ibirapuera em São Paulo no dia 22/06, trazendo como atrações principais Eric Gales, Joe Bonamassa e a banda Zakk Sabbath.

Subindo ao palco por volta das 17h00, Eric Gales traz seu delicioso swing, em canções repletas de ritmo e descontração, iniciando a apresentação com a execução da ousada releitura instrumental para "Carmina Burana" (ópera de Karl Orff) na cadência gostosa da fusão entre country e soul.

Na sequência, o funk/groove cheio de efeito nos cromatismos da guitarra de Gales abre espaço para mais uma descontraída e dançante canção, a grooveira "You Don't Know the Blues" que traz na junção entre a guitarra executada com perícia e o baixo em doom o grande mote da melodia.

Para "Put That Back" mais uma deliciosa canção grooveira e cheia de swing trazendo os pedais wah wah de efeito no diálogo com o baixo potente, emoldurando o firme e malemolente vocal de Eric, surge mais uma canção onde a letra se alia perfeitamente ao andamento ralentado desenvolvido pelo duo de baterias, para uma finalização grandiosa em crescendo, bem ao estilo das jam sessions, com dedilhados ágeis das cordas cromáticas. Amazing!

Brincando com o toque de capoeira, onde o som metálico do berimbau é reproduzido por sua guitarra com propriedade, Eric homenageia o Brasil na nova roupagem para "Smokestack Lightining" (Howlin' Wolf).

Trazendo o peso firme da guitarra para a roqueira "Steep Climb" uma canção em riffs rascantes e movimentos cíclicos típicas da sonoridade heavy metal na fusão com o baixo grooveiro, esta canção explora em glissandos nas conversões ao refrão bom diferencial... Alquebradas, as baterias marcam a melíflua pulsação, mantendo o andamento constante...

Em "Too Close to the Fire" surge o blues tradicional em sua essência, com letra reflexiva e os belíssimos acordes dedilhados das guitarras em cromatismos de grande beleza, permeando o andamento suave da melodia com predominância sobre o acompanhamento delicado do baixo e da bateria, apoiando o vocal estudadamente displicente de Eric... Great!

Encerrando sua passagem pelo palco do festival Eric Gales traz um show de destreza técnica na inspirada jam session de "Voodoo Child" que incluiu excertos da música erudita em clássicos como "Für Elise"(Beethoven) e o hard rock de "Kashmir" (Led Zeppelin) e "Back in Black" (AC/DC), tudo regado a muito blues e inspiração soul. Amazing!

Iniciando sua apresentação por volta das 18h30, Joe Bonamassa sobe ao palco ao som da enogmática "Hope You Realize It" uma canção de letra descontraída que traz a sonoridade deliciosa dos teclados hammond permeando a belíssima guitarra semi-acústica no intenso diálogo com o baixo em dub. Em evoluções nada óbvias, a guitarra explora tessituras altas em dedilhados de grande agilidade.

Para "Twenty-Four Hour Blues" (Bobby "Blue" Bland) belíssima balada soul, o vocal suave de Joe surge acompanhado pelo potente coro das backing vocals. No instrumental, além dos belîssimos arranjos da guitarra de Joe em dedilhados intensos e blueseiros, a bateria em conversões perfeitas e cadenciado constante explora tessituras clássicas tendo o apoio do potente baixo na manutenção do suavizado andamento.

Trazendo a fusão entre o blues clássico e o rockabilly, surge a dançante "Well, I Done Got Over It" (Guitar Slim) uma canção divertida, com esparsos breaks estratégicos que apoiam a força do assimilável refrão. Cadenciada, a bateria mantém o andamento constante, emoldurando o vocal descontraído de Bonamassa e sua destreza na guitarra, que irrompe em intrincados e complexos arranjos, demonstrando um pouco de seu enorme talento. Na porção média da melodia, apresenta o brilhantismo da blueseira guitarra em cromatismos ágeis! Amazing!

Grooveira, "I Know Were I Belong" traz um delicioso acento dançante, apoiando a descontraída letra, para mais um momento de brilhantismo do teclado, trazendo a tonalidade hammond nas conversões ao refrão, auxiliando a bateria na manutenção do andamento e na cíclica dinâmica da composição.

Na belíssima balada "Self-Inflicted Wounds" nota para a participação mais que especial da backing vocal em solfejos e vocalizes intensos, atingindo notas altas com seu timbre potente e de rara beleza.

Em sequência, a inspirada releitura para "I Want to Shout About It" (Ronnie Earl and the Broadcasters) mais uma canção trazendo o toque clássico do doo wop. A bateria desenvolve uma cadência preciosa em conversões de exímia técnica, apoiada pelo grooveiro baixo em intenso diálogo com os teclados hammond nas conversões ao refrão, denotando aura standard à melodia.

Além destas canções clássicos da carreira de Bonamassa surgem na execução das releituras de "Double Trouble" (Big Bill Broonzy) e "I Feel Like Breaking Up Somebody Home Tonight" (Ann Peebles), encerrando a apresentação ao som das autorais "The Heart That Never Waits" e do medley entre "Just Got Paid" e "Dazed and Confused".

Após grandiosa introdução que mescla o coro de inspiração erudita à guitarras rascantes e de grande efeito, delicadamente permeada por címbalos denotando suave aura dramática, Zakk Wylde sobe ao palco por volta das 20h30, em seu projeto Zakk Sabbath, onde interpreta canções tributo à banda de Ozzy Osbourne.

Ao som de "Supernault" sugerindo uma inspirada releitura em jam session, onde guitarra e baixo estabelecem importante diálogo, explora tessituras graves no baixo em dub step e na bateria em cadenciado firme e preciso.

Na sequência, surge a melodiosa "Snowblind" com introdução dedilhada suavemente no violão de aço, remetendo à sonoridade da country music, com atmosfera intimista, para na sequência a dinâmica bateria surgir em cadenciado firme, pontuando com propriedade o andamento ralentado. No vocal Zakk explora tessitura sonora de seu timbre agudo em características muito próximas ao tom adotado por Ozzy Osbourne, em meio aos riffs rascantes da guitarra e ao baixo blueseiro. Na finalização impactante solo da guitarra de Wylde em intrincados ascendências cromáticas, de dedilhados ágeis, torna este um momento todo especial de sua passagem pelo palco do festival.

Sem dar nenhuma pausa, surge o emblemático medley entre "Under the Sun" e "Every Day Comes and Goes" grandes hits do Black Sabbath... Na cadência frenética do heavy metal, apresenta o charme de breaks estratégicos e escala percussiva única na bateria de Jean-Paul Gaster, denotando todo um diferencial na melodia. Firme, o grooveiro baixo em doom sobressai no contraponto. Genial!

Após a avalanche sonora introdutória para "Tomorrow's Dream" repleta em retardos e criativas dissonâncias, em meio ao peso dinâmico que apoia a divisão silábica da letra, glissandos da guitarra de Zakk Wylde em distorção e intrincados riffs irrompem na melodia, trazendo solos de grande agilidade e destreza. Amazing!

Trazendo a cadência ralentada do instrumental, ascendendo na sequência para os riffs alucinentemente ágeis da guitarra de Zakk de glissandos rascantes em junção às aliteraçôes propostas no diálogo entre o groove marcado do baixo de Rob Nicholson e as conversões nada óbvias da bateria, "Wicked World" traz movimentos diferenciados, apresentando uma mini suíte heavy, numa verdadeira aula de condução instrumental, onde não faltou criatividade e ousadia aos incrivelmente talentosos músicos. Ces't fantastique!!!

Em mais um petardo sonoro introdutório no acorde de notas encadeadas e rascantes profundos da guitarra, em junção com a bateria em cadenciado constante e baixo em doom, surge e execução de "Fairies Wear Boots" uma canção pautada no hard/heavy de linhas clássicas, em mais uma primorosa performance de Zakk Wylde, tanto na condução da guitarra quanto na tonalidade de sua interpretação vocal.

Grandes sucessos do "Black Sabbath" como "Children of the Grave", "Hand of Doom" e "Behind the Wall of Sleep" são executados, finalizando a apresentação ao som das celebradas "N.I.B." e "War Pigs".

O festival contou ainda com duas atrações nacionais que abriram o evento, nas apresentações de Di Ferrero (NX Zero) e a banda CPM 22, no início da tarde.


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