Final Revival Tour: Creedence Clearwater Revisited em São Paulo
Publicada em 28, Oct, 2019 por Marcia Janini
Na noite de sexta-feira (25 de outubro) o Tom Brasil em São Paulo recebeu mais um show da turnê "Final Revival" do Creedence Clearwater Revisited, que trouxe no setlist os maiores sucessos da banda, uma das principais expoentes do country rock em meados dos anos 70.
Subindo ao palco por volta das 21h00 o Doctor Pheabes realiza a abertura, trazendo em suas canções o peso e a vitalidade do hard rock.
Na primeira canção "Army of the Sun" bem pautada na cadência do hard rock de linhas clássicas, com esparsos elementos heavy na fúria desenvolvida pelas guitarras de Fernando e Eduardo Parrillo em riffs ágeis de dedilhados intensos, denota-se o intenso trabalho e carisma da banda.
Trazendo a cadência alquebrada do punk em uma canção que alterna nas variações dinâmicas em movimentos deliciosamente díspares, onde se prenuncia a influência de outras sonoridades, como o rockabilly, o heavy e o hardcore, "Rebel Riders" resulta numa melodia arrojada e criativa. Para "Back in Town" a urgência da letra surge bem representada pelo forte instrumental cadenciado, bem conduzido pela exímia bateria de Paulo Rogério Ressio em vigorosas alternâncias, aliada ao baixo no contraponto e às guitarras em riffs precisos.
"Stranded in Love", canção de trabalho do mais recente álbum da banda, na cadência contagiante do heavy de linhas clássicas, surge com o poderoso diálogo entre guitarra melódica e rítmica, em um trabalho intenso. Cadenciada, a bateria emoldura o firme e ágil instrumental, permeado com destreza pelo baixo em dub de Fabio Ressio.
A balada "Here to Stay", com delicada introdução determinada pelos acordes do teclado em doces notas, ascendendo para encadeados e glissandos firmes, alia-se às guitarras em distorção. Os riffs altos nas conversões ao refrão traduzem ainda maior charme à ambientação da melodia, apoiando com propriedade o firme vocal de Fernando Parrillo.
"Find a Way" surge com ares de grande hino, alavancado pela força do refrão, em uma canção fluida e descontraída, seguida pela suavizada "Ask of You" num flerte com sonoridades pop, determinadas pelo cadenciado da bateria e pelos breaks estratégicos, que denotam à melodia aura de jovialidade, influência também observada no fraseado vocal de Fernando, encerrando bons momentos da apresentação.
Mais uma boa balada "Your Love is Mine" traz na introdução o teclado em acordes doces e ágeis de belíssimos desenhos cromáticos. Ascendendo em vertiginosa dinâmica, a sonoridade se torna densa, poderosamente potente, no encadeado perfeito dos riffs altos das guitarras de Fernando e Eduardo Parrillo. Great!
O Doctor Pheabes encerra sua apresentação ao som da intensa "Let´s Go" trazendo na introdução criativa os intensos rascantes das guitarras e no cadenciado constante da bateria a ambientação perfeita para o preciso vocal de Fernando, em uma melodia de grande expressão. Amazing!
Subindo ao palco por volta das 22h00, o Creedence Clearwater Revisited inicia sua apresentação ao som de "Born on the Bayou", em fidedigna versão, trazendo a firmeza da bateria cadenciada de Doug Clifford, aliada ao potente baixo blueseiro em dub de Stu Cook. Na ambientação, o teclado de notas suspensas emoldurando com graça o firme vocal de Dan McGuiness, traduz já nos instantes iniciais um grande momento do show!
Na fusão entre o soft rock e o blues, bem determinado pelos vigorosos dedilhados cromáticos da guitarra de Kurt Griffey surge "Green River" permeado pelo cadenciado constante e firme da bateria. Blueseira, a guitarra ascende na finalização.
Em "Lodi", um dos grandes sucessos da banda, surge um dos mais importantes pontos de sinergia palco/platéia, com o público entoando em uníssono os versos da canção. Lindo momento! Perfeitas, as guitarras de Steve Gunner e Griffey em bluseiros arranjos traduzem em sonoridades próximas ao banjo a deliciosa aura country da melodia de dedilhados precisos, determinando maior dinâmica.
Na sequência "Who´ll Stop the Rain", seguida pela emblemática releitura da progressiva "Suzie Q" de Dale Hawkins, em um dos instantes de maior energia na apresentação pela maestria do impactante diálogo entre guitarra rítmica e melódica, apresenta avassaladora entrada no segundo movimento da canção, se traduzindo num dos mais brilhantes momentos do show! Amazing!!!
Enérgica "Hey Tonight" traduz em seu bojo o perfeito andamento cadenciado rockabilly da bateria de Clifford aliado ao blueseiro baixo de Stu no contraponto e às perfeitas guitarras ascendentes em rascantes precisos nas conversões, denotando deliciosa aura country na perfeita fusão de estilos. Great!!!
Após a execução da linda balada "Long as I Can See the Light", como grata surpresa surge "I Put a Spell on You" canção que não constava do set list oficial da turnê, para delírio dos fãs brasileiros.
Na sequência, a divertida canção "Down on the Corner" em sua cíclica e simples estrutura em rondó traduz a este momento da apresentação toque de descontração, permeada com precisão pela percussão.
Em um dos mais dançantes momentos da apresentação, traduz o charme country das tradicionais canções sulistas em ágeis solapados das guitarras permeadas pelo swingado baixo em doom de Cook a perfeita "Lookin´ Out My Back Door" determinando um dos pontos mais altos da apresentação.
A tradicional canção "Midnight Special", clássico do cancioneiro sulista americano, trazendo no fraseado vocal ralentado os solfejos em cânone, traduz as bases do soul ao andamento be bop da melodia em mais um precioso instante do espetáculo.
Nos instantes finais da noite a sequência dançante composta por "Bad Moon Rising", "Proud Mary" e "Fortunate Son" encerram com propriedade a histórica apresentação!
Para o momento do bis, a banda reservou aos seus fãs a execução dos hits "Have You Ever Seen the Rain?", "Travelin´ Band" e "Up Around the Bend".
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