Cavalera Conspiracy - Pandemonium
Publicada em 19, Jan, 2015 por Fabiano Cruz
Não tem como negar que Max Cavalera está em sua melhor fase como compositor. Desde a volta a sons mais de suas raízes no aclamado Dark Ages do Soulfly e da junção depois de anos com seu irmão Iggor para formarem o Cavalera Conspiracy, Max se mostrou atualmente um dos maiores compositores no Heavy Metal atual; seu auge particularmente pensei em ter chegado com Killer Be Killed, porém ao escutar Pandemonium, o terceiro disco do trabalho dos irmãos Cavalera, vi que estava errado. Esse trabalho sintetiza tudo o que Max vem fazendo a anos de forma progressiva desde o já citado Dark Ages, culminando em um de seus melhores e mais viscerais trabalhos.
Esqueçam rótulos, aqui o que ouvimos é uma mistura homogênea do Thrash, do Death, do Industrial, que sempre fizeram parte na carreira dos irmãos, principalmente na de Max; o disco soa em uma perfeita agressividade natural, ora soando contemporâneo em sons sinstetizados o clima industrial e frio, ora em sons mais místicos e reminiscentes das raízes de Max: escutem I, Barbarian para compreender o que falo. A pancadaria começa com Babylonian Pandemonium e sem deixar um espaço para respirar Bonzai Kamikazee: é o jogo ganho logo de cara, com duas composições fortes que já prende a atenção e que até mesmo choca a uma primeira audição. O disco não se repete, cada música sua particularidade: Cramunhão é uma peça de puro Death Metal, Apex Predator nos soa futurista com sons acidentais eletrônicos no meio de uma cozinha avassaladora; Insurrection é quase uma desconstrução do Heavy Metal, um som caótico que beira os limites da agressividade do estilo; a faixa bônus Porra é um dos maiores momentos da carreira dos irmãos, uma peça inigualável de violência com sons típicos brasileiros.
Tudo isso só foi concretizado pela competência da banda. Iggor está num momento grandioso, suas batidas soam extremamente firmes e fortes, sendo muito bem acompanhando pelo baixista Nate Newton – que mostra também uma excelente voz a cantar The Crucible. Marc Rizzo simplesmente dá uma aula nas seis cordas em solos muito bem encaixados e riffs matadores. A produção um pouco suja também foi certeira, criando um clima perfeito às canções, senti um pouco mais de trabalho no baixo e na voz de Max, mas não é algo que prejudique o trabalho num todo.
O Cavalera Conspiracy, com esse terceiro trabalho já deixou seu nome no Heavy Metal, sendo um dos melhores trabalhos lançados em 2014. E que Max, nesse momento de criatividade em alta, não deixe “a peteca cair”, pois mostrou que ainda tem muito mais a mostrar... Há.. o passado com o Sepultura? Bem... é passado.
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