Blitz em São Paulo

Dia: 08/11/2009 (Domingo) - Às: 21:00

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Show de lançamento do CD "Eskute"

A banda Blitz, em show promovido pelaa rádio Alpha FM, sobe ao palco do HSBC Brasil, dia 08 de novembro para o lançamento do disco Eskut Blitz. Para o repertório, o grupo escolheu algumas músicas do novo álbum somadas aos sucessos da carreira.

** Setembro de 2008 (...) Nos camarins, mostro provas do livro a um atento Evandro e ouço dele: Vamos entrar em estúdio na última semana de outubro, já trabalhamos em nove músicas... mas ao todo temos umas 15, conta o vocalista. O nome provisório do disco é Eskut Blitz e, ainda segundo Mesquita, deve ser Independente Futebol Clube. E prá citar o eterno frontman pela última vez: Enquanto hover mabu, tem flecha. Estamos na estrad, Blitz forever! Então é isso, ativo ouvinte e caro leitor... que venham as próximas aventuras.

E assim finalizei o livro As Aventuras da Blitz. Foi o último up date antes de entregar as originais à editora. Quase um ano se passou e a opção de terminar o capítulo 10 deixando as próximas aventuras da Blitz no ar, em aberto, pareceu ter sido mesmo a mais correta. Prova disso é o e-mail que pintou esses dias na minha caixa postal: - Salve, Roda... Topas fazer o release desse novo CD? Assinado, Evandro Mesquita.

Caramba, como não topar? De bate-pronto recebi do próprio as músicas em mp3 e fui ouvindo uma a uma: Eu, Minha Gata e Meu Cahcorro (que já tem videoclipe no Youtube) é rock do bom, rasgado, com levada de guitarra prá Stone nenhum botar defeito. Em seguida, Baseado em Clarice (que eu já cheguei a citar no livro) conta mais uma daquelas cinematográficas histórias blitznianas, cheia de gírias, climas e diálogos com as meninas. Chego em Nuvens e ouço uma doce balada de piano e violão, assinada por Evandro, Rogério Meanda e Lui Roche.

Passo por Corações na Calça Jeans e me divirto com a história de uma gata piriguete (sic) de piercing no umbigo num ska deliciosamente pontuado pelo indefectível trombone do Serginho. Vôo Cego, outra com Serginho Trombone nos metais, traz Leoni como parceiro num reggae com André Siqueira dando canja na percussão. Depois, O Garoto Sonha, balada certeira com o amigo de fé Erasmo Carlos e Ralph Canetti sobre os sonhos e as agruras da juventude. A faixa seguinte Zero Absoluto, saborosa e esperta dobradinha Rio-Minas como o pessoal do Pato Fu que fala em ilusões criogenizadas, via láctea e afins. Sacabagem é um daqueles funks eletrônicos de tirar o tapete da sala, com Fernando Vidal na guitarra e Evandro de voz grave, sussurrando e alertando para a linguagem chula e as imagens sexuais deliciosas da canção.

Em Homem de Avental, a receita rima brócolis com amor, mistura laranja-pera com banana e sugere um frango à cubana... tudo embalado num competente blues. Vida Mansa, parceira com Marcio Mello, é psicodelicamente baiana; Evandro gosta de dizer que essa foi feita numa rede igual à Dorival... quer dizer, em duas redes, eu em uma e o Marcio na outra. Já Todas as Respostas traz perguntas dramaticamente pops e questionamentos pra todos os gostos. Eskut, faixa que dá nome ao disco, é um twist irresistível com destaque para o arranjo vocal das meninas. Pontos, essas formam as 12 titulares.

Tá tudo no caldeirão Blitz: o rock, o pop, o reggae, o blues, o eletrônico, as baladas de gaita e violão, as letras bem-sacadas, as guitarras swingadas, o canto falado, as respostas das meninas, enfim, o típico bom-humor que sempre foi a marca de Mesquita & Cia.

A essa altura do release, preciso dizer aqui que a cópia máster não para de rodar no som do carro; certas músicas grudam, não saem da minha cabeça. Acho que realmente pode dar samba, o paraíso é logo ali, bastam uns dois passos. Ai você vai dizer que eu talvez não tenha isenção suficiente, afina, escrevi a biografia da banda e coisa e tal. Ok, você venceu. Mas cravo sem medo que há tempos a Blitz não soava tão bem enquanto grupo: azeitado, coesa, consistente. Rogério Meanda (guitarra) e Claudinha Niemeyer (baixo) encaixaram que nem enzima-substrato com o tripé da formação original: Evandro, Billy e Juba. Isso sem falar na participação especial de Patrick Laplan (ex-Los Hermanos e Biquíni Cavadão) tocando baixo em diversas faixas e nas cantoras Luciana Spedo e Andrea Coutinho, que dão conta do recado tranquilamente, cheias de personalidade.

Dito isso, como duvidar de uma banda que inaugurou o chamado Rock Brasil e ressurgiu das cinzas pelo menos duas vezes? Como subestimar um grupo que vendeu mais de um milhão de cópias logo no disco de estréia e colocou milhares de russos sisudos pra dançar nos primórdios Perestroika? Como achar que o som da Blitz pode ser datado sem ouvir o novo trabalho? Pois aumentem o som e apertem os cintos... espero que vocês gostem do disco. Eskute o CD, leia o livro, veja o filme (será que vem um documentário por aí?) e beba Blitz!  Rodrigo Rodrigues, agosto 2009.

HSBC Brasil
R. Bragança Paulista, 1281
Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP
www.hsbcbrasil.com.br

Ingressos de R$60,00 a R$110,00