Fresno

Dia: 19/06/2015 (Sexta-feira) - Às: 23:59

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'Eu Sou A Maré Viva', o novo álbum da Fresno, é mais um lançamento independente, lançado em 31 de março de 2014.

O álbum tem 5 faixas, o que, para muitos pode caracterizá-lo como EP. No entanto, a banda pretende trabalhá-lo como um disco de carreira. Nada difere o trabalho que colocamos nesse disco com o que colocamos no 'Infinito', por exemplo. Por serem menos músicas, a gente acabou sendo ainda mais cuidadoso com todos os aspectos da produção, levando para o disco uma densidade que jamais havíamos atingido, nem mesmo nas nossas maiores experimentações', conta Lucas Silveira, vocalista da banda e produtor do disco.

O disco foi gravado em um sítio à beira da represa de Igaratá, no interior de São Paulo. Toda a parte instrumental foi captada em uma semana, com sessões de gravação que se revezavam com banhos de rio e explorações na mata. Os vocais foram captados num estúdio móvel montado num pier flutuante, de modo que muitas reverberações e delays dos vocais são realmente reflexões da voz de Lucas, que ecoava pela paisagem deserta. 'O lugar foi fundamental para o disco. A gente costuma dizer que a represa foi integrante da banda nessa semana, contaminando nossos humores e transmitindo a paz necessária para cuidar de um trabalho tão minucioso e detalhista', revela Guerra, baterista, que estreia nas baquetas (entrou na banda ano passado) e traz muita pressão para as levadas, segurando nas mãos o instrumental pesado que dá a cara do disco.

A faixa Manifesto, segunda do disco, tem a participação de Lenine e Emicida. 'Não tinha como ser apenas a Fresno nesse som. É uma mensagem nossa não só para o nosso público. É para o Universo. Tanto o Lenine quanto o Emicida são caras que, mesmo tocando um estilo muito diferente, estão muito ligados nas mesmas coisas que a gente. O Manifesto é um ato de repúdio à futilidade, é um grito da beleza agonizante'', diz Lucas.

As outras músicas são À Prova de Balas, O Único a Perder, Icarus e a faixa título, todas de autoria de Lucas Silveira, com a participação dos integrantes da banda Vavo (guitarra), Guerra (bateria) e Mario (teclados). 'A gente procurou chegar no sítio com tudo bastante inacabado, de uma forma que aquela semana realmente se fizesse presente nas músicas. Muitas letras foram fechadas somente na hora de gravar, pois estar envoltos de ar puro e natureza nos deixou extremamente sensíveis e inspirados', conta Mário.

Lucas Lima, da Família Lima, gravou violino em três faixas e co-produziu os arranjos de cordas com a banda, assim como no último disco, Infinito, que já sinalizava um bem sucedido flerte da Fresno com o rock progressivo e sinfônico. A ideia da capa, feita por Pedro Mooniz, foi dos próprios integrantes a partir de uma foto tirada pelo guitarrista Vavo, durante uma viagem de fim de ano a Mostardas RS, onde a família de Lucas vive. Lucas completa: 'cada música tem uma mensagem específica e bem delimitada, e a gente quer muito que as pessoas ouçam todas as faixas do disco com a mesma intensidade. Um disco de 12 faixas não te possibilita isso, pois é muito fácil de se perder o foco. A maré viva vem de uma vez só e passa por cima de tudo. Não dá tempo de pensar, nem de se prevenir.'

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