A Ira! dos Djs Invisíveis

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Publicada em 02, Jul, 2007 por Marcia Janini

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No dia 2 de julho, a banda paulista Ira! apresentou-se no Credicard Hall em show da turnê de seu 13º álbum, o “Invisível DJ”.

Com cesário simples, remetendo à pop art, onde moscas surgiam projetadas numa tela voejando aqui e ali, e excelente trabalho de iluminação, com spots explodindo na exata cadência das canções, Nasi, Scandurra e toda a banda realizaram magnífica apresentação.

Neste show abanda executou grandes clássicos de sua carreira, marcando pontos altos da apresentação, como “Dias de Luta”, “Tarde Vazia”, “Flores em Você”, “Envelheço na Cidade”, “Núcleo Base” e “Pobre Paulista”.

Este novo álbum, o “Invisível DJ” apresenta canções onde surgem de forma magistral elementos da música eletrônica, através de vozes robóticas e samplers suaves que, longe de desvirtuar o clássico estilo pop da banda, o revitaliza e lhe confere um ar moderno, atual.

Com letras bem construídas, expressivas e em alguns pontos, poéticas e melodias intrincadas, densas, retratando também a evolução do rock nacional em cadências harmônicas, este álbum é sem dúvida dançante, moderno, sem perder entretando as características que fizeram do Ira! ao longo de duas décadas, uma das maiores bandas do rock nacional.

Nota para a canção “A Saga” (em parceria com Arnaldo Antunes) de letra inteligente, de bons recursos estilísticos e melodia de andamento pulsante, entre cadenciado e rápido, remetendo ao heavy metal. Rifs de guitarra pontuam as conversões precisas. Excelente canção, contagiante!

Outra fantástica canção, “Sem Saber Para Onde Ir”. Viajante, com guitarra em suspensão na introdução e distorções em pontos estratégicos lembrando samplers e recursos eletrônicos. Pop contemporâneo, de melodia criativa, em movimentos cíclicos e letra forte. A excelente finalização na cadência do punk parodiando marchas militares é um dado a mais nesta bela construção sonora.

Finalizando esta fantástica apresentação, a canção “O Bom e Velho Rock'n'Roll”, de cunho alternativo que remete ao post punk e ao indie, na melodia e nos vocais, apresenta recursos eletrônicos bem cuidados nas conversões pós refrão, revelando na banda um apurado trabalho de pesquisa para a realização deste álbum, onde ousadamente saem dos padrões já estabelecidos, buscando a renovação de seu trabalho e a fusão com outros estilos, abandonando um pouco a velha fórmula. Maravilhoso!

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