O Acid Jazz de Jamiroquai em São Paulo
Publicada em 19, Dec, 2017 por Marcia Janini
Na noite da última segunda-feira, 18 de dezembro, o Citibank Hall recebeu apresentação da banda inglesa Jamiroquai, em mais um show de sua turnê mundial, com início por volta das 21h45 da noite.
Iniciando a apresentação ao som da eletrônica e compassada "Shake It On", com elementos extraídos da sonoridade technopop remetendo ao krautock de Kraftwerk, aliados ao delicioso soul da disco no andamento desenvolvido pelo refrão, com esparsos trompetes em sampler dos sintetizadores e marcantes teclados na ambientação de sotisticada aura retrô, encerra já um grande momento da apresentação.
Para a dançante "Little L", digno de menção o perfeito trabalho do blueseiro baixo de Paul Turner em dub, em perfeito contraponto à bateria cadenciada. Acordes bem pontuados da guitarra nas conversões, aliados às palmas e ao bem empostado coral das backing vocals traduzem à melodia a sedutora sonoridade da disco music dos anos 70. Amazing!
Com robóticos refrões "Automaton", canção que intitula o novo álbum da banda, traduz a sonoridade do synthpop 80's com elementos modernizadores, seguido pela divertida "The Kids", que traz a pesada e roqueira guitarra de Rob Harris na introdução, ascendendo para acelerado groove bem representado no fraseado vocal ligeiro de Jay Kay e determinado na linha de baixo em contraponto ao consistente andamento da bateria.
Após o grande hit "Space Cowboy", surge a execução de "Alright", na contagiante cadência do soul, com delicados e preciosos arranjos do teclado de Matt Johnson na suave introdução, ascendendo para a dançante e soft sonoridade da black music. Great!
Para "Cloud 9" com o marcante coro do afinadíssimo trio de backing vocals liderado por Lorraine McIntosh na introdução, surge uma melodia suavizada de andamento constante, em um swingado groove.
Em mais um grande momento do espetáculo "Superfresh", uma das canções de trabalho do novo álbum recentemente lançado, empresta à apresentação o frescor de uma canção deliciosamente dançante, em contagiante cadência de loopings que se repetem de forma precisa e bem encadeada, ladeados pelas firmes conduções da bateria de Derrick McKenzie e do teclado minimalista. Ousado!
Mais um grande hit surge na execução de "Cosmic Girl" num delicioso convite à descontração, seguida por "(Don't) Give Hate a Chance" em rascantes e robóticos acordes introdutórios, com a característica futurista do soul 70´s, no uso de sintetizadores de marcantes efeitos. Divertido!
Em mais uma viajante melodia, onde se prenunciam esparsos acentos latinos na introdução, "Hey Floyd" em suas intensas variações dinâmicas realiza a interessante mescla entre reggae, r&b e outras sonoridades urban, em uma composição riquíssima surgida da perfeita junção entre variados estilos musicais, em um dos mais criativos instantes da apresentação. Perfeito!
Contundente o solo do baixo bem pontuado de Turner na introdução de "Travelling Without Moving", preenche o ambiente em acordes de grande precisão e pura energia, permeando com propriedade a alternância de andamento desenvolvido pela bateria, com fortes elementos caribenhos nas conversões, em interessante trabalho da bem temperada percussão de Sola Akingbola.
Além dessas canções, grandes sucessos como "Seven Days in Sunny June", "Canned Heat", "Love Foolosophy" e a descontraída "Deeper Underground" no bônus track do bis, constaram do repertório do show.
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