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Coberturas de shows

Fusão entre vertentes do pop rock: SP Mix Festival 2011

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Publicada em 27, Jun, 2011 por Marcia Janini

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No último sábado, 26 de junho, a Arena Anhembi em São Paulo abriu seus portões para a sétima edição do Mix Festival, para um público de aproximadamente 15 mil pessoas.

Após a abertura das apresentações da noite, realizada pela banda Chimarutts, o rock gaúcho surge com força total em um de seus maiores expoentes na atualidade, a banda Fresno, que iniciou seu show às 16h00.

Apresentando canções já consagradas pelo público, além das canções de trabalho do álbum atual, iniciam o show com a execução de três canções inéditas em sequência. “Die Luge” traduz nos teclados da introdução suaves referências ao new wave 80’s, ascendendo para a sonoridade do punk bem pontuada pela bateria. O fraseado vocal, repleto de efeitos numa tonalidade ralentada e cheia de espertos trejeitos rascantes, chama a atenção do público para a letra ácida, que discorre sobre desilusões amorosas.

Na sequência, a balada “Quebre as Correntes”, traduz mais uma letra que explora o romantismo de maneira atual, em andamento e cadência suaves, ascende próximo à finalização, na cadência do heavy metal.

“A Minha História Não Acaba Aqui” apresenta introdução com elementos verticalizantes do punk na bateria cadenciada em dub; esparsas notas do teclado em suspensão remetem ao futurismo tardio da new wave 80’s. Na cadência do hardcore, traduz melodia criativa e nada óbvia.

O hard rock ácido de guitarras rascantes com influências no dark de “Milonga” precede a execução de “Deixa o Tempo”, que apresenta boas variantes na construção melódica próximas às conversões. De andamento lento, traduz suave energia na condução precisa e técnica da bateria.

Encerrando o show, a crítica “Revanche” é, de longe, a canção que mais verticalizou a apresentação, numa explosão de atitude e exploração de variadas vertentes do rock em perfeita junção e sincronia, trazendo desde a fúria do heavy metal até a maturidade do hard rock, passando pela jovialidade cadenciada e divertida do punk.

Além destas canções, a banda interpretou outros sucessos como “Desde Quando”, “Redenção”, “Eu Sei” e “Pólo”.

Com introdução de filme no telão apresentando imagens antigas de variados cartões postais do Brasil na década de 60 com canção incidental de Charles Aznavour, Skank sobe ao palco por volta das 17h30, com a execução de “Mil Acasos” na deliciosa cadência do pop rock, com letra romântica, reflexiva e belíssima condução da bateria. No telão, imagens de fotografias dos anos 80, numa referência óbvia às vertentes musicais que influenciaram a construção desta melodia.

Suaves modificações no andamento e samplers de efeito na conversão dos refrões traduzem modernidade, numa inteligente releitura para o clássico do ska 90’s “É Uma Partida de Futebol”. Improvisos à letra ditados por Samuel Rosa a torna mais divertida, ampliando seu poder de comunicação e sinergia com o público.

Com seu indescritível charme “Uma Canção É Pra Acender o Sol”, traduz letra positiva, com visíveis influências no rockabilly dos anos 60. Mais uma canção suave e descontraída do atual trabalho da banda.

“Ainda Gosto Dela” é mais uma canção que sorve das fontes 60’s, determinada pela interessante fusão entre o rockabilly e a suavidade de elementos da bossa nova no andamento e fraseado vocal.

Em versão fidedigna, “Jackie Tequila” antecede e introduz o reggae suave e ensolarado de “De Repente”, que ao contrário da animada e repleta de crítica social, traduz em seu bojo a calmaria e introspecção, remontando ao reggae da era psicodélica.

“Três Lados” já principia com introdução belíssima, bem pontuadas pelo violão de aço solapado e guitarra distorcida na afinação do hard rock, em mais uma mostra das influências no psicodelismo 60’s do atual trabalho da banda, verticalizando de forma muito especial o show. A condução perfeita da bateria auxilia na ambientação da preciosa letra e consistente melodia. Um dos bons momentos da apresentação.

Remetendo ligeiramente ao country rock de final dos anos 60, “Sutilmente” surge suavizada em andamento e cadência, em versão acústica composta por voz, violão e suave condução da bateria.

Além destas canções, o repertório apresentou ainda clássicos da carreira como “É Proibido Fumar”, “Vou Deixar” e “Vamos Fugir”.

Digno de menção o fantástico trio de metais composto pelos músicos convidados, determinando o clima de ‘fanfarra’ brasileira para canções como “Esmola” e “Garota Nacional”.

Continuando o ciclo de apresentações da noite, a banda Cine apresenta grande ponto de verticalização logo no início de sua apresentação, com a execução de “Vem Aqui”, um de seus maiores sucessos na cadência acelerada do punk rock. Jovial, alegre, com interessantes efeitos verticalizantes do drum n’bass nos pontos de conversão, na atual e bem pautada fusão do rock com o eletrônico.

A introdução em drum n’bass de “Flashback” mescla-se com perfeição à bateria bem conduzida no andamento do punk rock. Baixo em dub com bass reforce nas conversões traduz maior energia e vitalidade à melodia de letra com temática atual.

Ousadia e inovação são determinadas na execução de “Yeah Yeah”, trazendo o apelo de samplers extraídos da dance music com influências 90’s e esparsas notas do atual funk, na inteligente fusão com o hardcore. Nota para a alinha de baixo, em contraponto inusitado com a bateria.

O cover/ releitura para a canção “Please Don’t Go” na versão psy/trance de Mike Postner, contou com trecho incidental de “Liberdade pra dentro da cabeça” do Natiruts na introdução e fundiu-se de forma totalmente criativa com a sonoridade do hardcore... Um dos melhores e mais bizarros momentos de sua apresentação.

A inédita “Royal”, lançada em primeira mão no festival, traduz a ingenuidade ‘malandra’ da letra, com direito a coro numa flagrante analogia ao new wave besteirol 80’s. Jovial e bem sacado!

Explorando sua criatividade na experimentação e junção entre variados e, por vezes, contraditórios estilos “A Usurpadora” traduz um caldeirão forte e bem mesclado de vertentes como hardcore, ska-punk e hip hop, deixando claro que a ousadia é sua marca registrada.

Uma das mais aguardadas apresentações do festival, o show da banda NX Zero trouxe todo o peso do rock em canções de melodia forte, consistente.

Com grande peso e fortes influências no punk rock, “Além de Mim” já indica a tônica que a apresentação seguiria, precedendo a sólida “Inimigo”, de guitarra distorcida em riffs aceleradíssimos, com bateria poderosa acompanhada pela privilegiada linha de baixo, traduzindo o peso do punk rock a esta canção. Na finalização, vocal inusitado, gutural e de projeção ímpar abrilhanta a boa composição.

Em mais bons momentos do show, as execuções de “Confidencial”, em mais uma letra introspectiva para a cadência hardcore e “A Melhor Parte” com visíveis influências no dark wave no andamento e cadência, em melodia repleta de bons recursos, riffs e incrível condução da bateria, pausada, soturna, numa bela fusão de elementos para a melodia de intrincada e criativa construção.

Mais uma canção que se baseia no post-punk, “Cedo ou Tarde” traduz densidade no andamento e cadência, determinadas pela bateria e baixo em dub num perfeito contraponto aliado à guitarra de poderosos acordes... Letra reflexiva em excelente melodia!

Num belíssimo momento da apresentação, a balada “Cartas” surpreende com letra madura e bem construída, traduzindo grande qualidade à canção na junção com a perfeita melodia, de linhas depressivas, remetendo às rock ballads de final dos anos 60.

Em harmoniosa parceria com Rincón Sapiência, “Tarde para Desistir” apresenta projeto paralelo da banda na experimentação com sonoridades black, num bem conduzido dueto pautado no hip hop. A surpreendente finalização traduz a energia do heavy metal, com a explosão sonora das infernais bateria e guitarra.

O hardcore pesado de “Pela Última Vez” principia com o andamento vigoroso do punk. As guitarras rascantes, traduzem elementos de influência heavy, em mais um ponto alto da passagem da banda pelo festival.

Já próximo à finalização da apresentação, sem dúvida uma das melhores de todo o evento, o trash metal de “Bem ou Mal” demonstra grande maturidade e qualidade estética ao trabalho da banda, contribuindo para que o seleto set list representasse variadas vertentes do rock. Bem sacado!

Além destas canções, sucessos como “Só Rezo”, “Daqui pra Frente” e “Onde Estiver”, apresentaram bons ápices de retorno do público...

Encerrando o festival, a energia juvenil de Restart traz canções alegres e descontraídas, como “Vou Cantar” e “Breve História”, já iniciando a apresentação com pontos de forte animação na cadência do hardoce.

“Pra Você Lembrar”, balada romântica de visíveis influências no country, traduz no duo de cordas (violões) suavidade, graça e beleza.

A banda reservou algumas gratas surpresas para seu público, como o solo de bateria e a homenagem aos dois anos da morte de Michael Jackson, com direito à divertida performance para “Billy Jean”.

“Levo Comigo”, surge como um belo diferencial na apresentação com teclados em minimal na introdução. Revisita com propriedade a new wave 80`s, com efeitos sonoplásticos e variados recursos largamente utilizados àquela época, num dos melhores momentos do show.

Prosseguindo com o arrojamento e ousadia já característicos de suas apresentações, os garotos realizam junção inusitada de “Dancing Days”, clássico de Lulu Santos como canção incidental na execução de “Bye Bye”, sem perder o tom em uma costura perfeita, enérgica, altamente divertida.

Em momentos dedicados ao romantismo, canções como “O Meu Olhar”, “Amanhecer” e “Este Amor em Mim” surgem como bons momentos de sinergia e comunicação com o público.


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