Placebo em São Paulo traduz as bases do electrorock
Publicada em 17, Apr, 2014 por Marcia Janini
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Na chuvosa noite de segunda feira, 14 de abril, os ingleses do Placebo estiveram no Citibank Hall, em única apresentação em São Paulo.
A interessante fusão do rock com a música eletrônica, trazendo elementos extraídos de sonoridades retrô em vertentes como o dark wave, bem determinadas pelo vocal diferenciado de seu band leader, em falsetes, agudos e modulações arrojadas, ousadas, ditaram a tônica de sucesso desta banda, tão influente no post-grunge 90´s.
Nota para a bateria cadenciada, com reforço de bass e o baixo em dub contrapontístico em "Loud Like Love", remontando às criativas bases post-punks, aliado às guitarras distorcidas em riffs rascantes, sem deixar de lado o ar urban da atualidade, numa boa canção.
Fundindo-se à bateria cadenciada, a suavidade do teclado em acordes doces de notas em suspensão, permeado pelo romântico violino, determinam à "Twenty Years" a inusitada e bem realizada fusão entre clássico, rock e eletro, com acentos notadamente minimal e elementos da sonoridade technopop. Great!
"Every You Every Me", maior sucesso da banda, num progressivo eletrônico que remete à Rush, seguindo linhas hard, aliadas à suavidade do timbre vocal de seu front man, em agudos e profundos falsetes... Os preciosos e enfurecidos acordes das guitarras distorcidas em progressão ascendente, traduzem o tom de ousadia e irreverência que tornou está um dos maiores hits dos anos 90. Perfeito!
"Too Many Friends" apresenta introdução suave, apenas voz e teclado em doces e acordes. Balada verticaliza na conversão ao refrão, traduzindo-se em apelo urgente!!! Belo momento do show.
"Rob the Bank" mais um electrorock com bases muito próximas das canções anteriores, as distorcidas guitarras em afinação padrão do heavy metal, baixo explorando tonalidades profundas e rascantes típicas do dark e o vocal agudíssimo em evoluções perfeitas, a bateria na tonalidade post-punk, cadenciada e incrivelmente acelerada.
Teclado explora notas suspensas, aliada às guitarras rascantes, extraindo sonoridade densa, bem pautada em influências dark na introdução de "Purify". Mantendo a atmosfera densa, surgem na melodia acentos da sonoridade mediterrânea, influenciadas pelos solos de derbak, bem executados pelo bom trabalho da percussão.
Ainda apropriando-se da sonoridade suavemente sensual mourisca, a balada "Blind" surge majestosa, em arranjos preciosos e complexos, aliados à extrema perícia vocal do front man... Um lindo momento da apresentação.
Ousada, a canção "Meds" explora sonoridade densa pautada nas vertentes do industrial, determinadas pelos sintetizadores, determinando cadência e andamento ralentados em recursos de bateria eletrônica, ascendendo em variações e conversões nada óbvias ao refrão.
Outro grande hit, em um dos principais pontos do show, explora tonalidades minimal no teclado, permeando com sensualidade a letra urgente e o andamento frenético da melodia "Song to Say Goodbye".
Grandes momentos, encerrando a apresentação, os hits "Special K" e "The Bitter End" também causam furor no público.
Para o momento do bis, a banda reservou gratas surpresas, como o inusitado cover da clássica "Running Up That Hill", sucesso nos anos 80 com Kate Bush e as aclamadas "Teenage Angst", "Post Blue" e "Infra-red", finalizando com categoria e propriedade uma brilhante apresentação.
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